quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Coréia do Norte: Ridicularizar ou temer?

A Sony Pictures acaba de sofrer um prejuízo de cerca de duzentos milhões de dólares, por causa de um ataque hacker. Este ataque é atribuído à Coreia do Norte, por causa de uma comédia feita pelo estúdio de cinema, chamada A Entrevista, cujo roteiro se baseia numa tentativa fictícia de assassinato ao líder máximo do país, Kin Jong-un.
Embora tanto a Coreia do Norte, como os EUA neguem que tal ataque partiu deste país comunista, é óbvio que foi assim que aconteceu. E o temor gerado por tal feito foi tal que apenas dois cinemas nos EUA se dispuseram a exibir o filme.

Foto: American Uncensored News Network

O que podemos pensar então de tal acontecimento? Kin Jong-un é uma figura conhecida por seus excessos e maluquices, que causam risadas em quase todo o mundo (os norte-coreanos é que não devem achar nada engraçado, por respeito, ou o que é mais provável, por temor). Mas a verdade é que as grandes potências ocidentais não tem coragem de tomar uma atitude mais drástica contra o regime que, provavelmente, massacra a sua população. Parte porque este é apoiado pelo que hoje é o motor da economia mundial, a China. Parte porque os norte-coreanos tem armas nucleares, ainda que estas provavelmente só tenham alcance regional. Tal situação mantem a Coreia do Norte imune a possíveis ataques. Ou seja, serve como uma poderosa barreira de defesa.
O filme de comédia A Entrevista era mais um motivo para dar gargalhadas, através da provável ridicularização da figura de Kin Jong-un Porém, os norte-coreanos dessa vez não estavam com muito bom humor e mostraram que, se suas forças militares não são lá muito poderosas (provavelmente devem estar, em boa parte, sucateadas), seus meios de ataques cibernéticos tem o poder de arrepiar os cabelos da nuca de Barack Obama e demais líderes ocidentais. O ataque hacker teve tal magnitude que fez com que uma das companhias mais influentes do mundo preferisse ter um gigantesco prejuízo financeiro à enfrentar outros problemas.
Isso mostra que Kin Jong-un pode até ter parafusos a menos e um jeitão muito engraçado. Mas, no mundo totalmente interligado de hoje, em que tudo é controlado por computadores e internet, a Coreia do Norte tem um dos mais poderosos exércitos virtuais do mundo, além de ser o país menos vulnerável à ataques cibernéticos do globo, por causa de sua intra-estrutura antiquada. Um ataque hacker que desabilitasse, de alguma maneira, sistemas cruciais ao funcionamento de um país como os EUA, tais como sistemas de transações financeiras ou distribuição de energia, poderia arrasá-lo economicamente e trazer o caos total.
E, pela real possibilidade de que tais ataques possam ser executados, a decisão que a Sony tomou certamente tem influência governamental.
A verdade é vivemos um momento muito particular na história. Pela primeira vez os países mais desenvolvidos tecnologicamente são também os mais vulneráveis a ataques. E os atacantes não precisam gastar fortunas com armas de guerra. Formar pessoal com gigantescas habilidades para burlar os sistemas de proteção computacional de países desenvolvidos e grandes empresas multinacionais exige muito menos recursos que formar soldados.
Países como Coreia do Norte e Irã, e até mesmo movimentos como o Estado Islâmico, além outros grupos, desde neonazistas até mesmo traficantes de drogas, representam ameaças muito mais sérias hoje do que a 20, 30 anos atrás. Eles tem o poder de gerar verdadeiras SHTFs sem disparar um tiro sequer.
Não seria exagero dizer que as grandes potências temem, e muito, Kin Jong-un. E muitos, muitos outros grupos. Talvez até mesmo alguns dos quais o grande público nem tenha conhecimento...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Motorzinhos, cutelaria e outros delírios

Imagine a seguinte situação:

Você está no meio de uma crise braba no seu refúgio e precisa de um motorzinho de baixa potência para alguma aplicação. Existem duas opções:

1) Construir um, a partir de latinhas e pecinhas, como aparece em diversos vídeos legais na internet.
2) Adaptar um motor de motosserra ou de cortador de grama e retirar um pouco de combustível do tanque de seu carro ou sua moto para fazê-lo funcionar.

É óbvio que a opção 2 daria muito menos trabalho. Ao se preparar para uma crise, nada impede que você compre uma motosserra, Ou melhor ainda. Porque não comprar um kit de motor à combustão, à venda na internet? Você poderia adaptá-lo para diversos usos. A opção 1 dá aquela sensação de poder se virar sozinho. Mas, existem sérios entraves para ela. Primeiro, a potência útil de tal traquitana. Você pode pará-lo com a força de um dedo. E pra que diabos vai servir algo tão fraco? Depois, tem a questão da durabilidade. Quanto tempo você acha que tal coisa vai durar? Motores a combustão são feitos de metal que resiste melhor às altas temperaturas. Quanto tempo o metal frágil das latas aguentaria sem se deformar com a fonte de calor que o faz funcionar? E quanto tempo as vedações vão aguentar sem deixar o gás responsável pela troca de calor do motor escapar? Logo o motorzinho iria perder eficiência. E para concluir: Não é tão fácil fazer um motorzinho desses. Tudo tem que estar milimetricamente alinhado, ou não vai funcionar.
Sobrevivencialistas devem simplificar as coisas. Ao meu ver, esses motorzinhos e outras maquininhas mirabolantes soam apenas como delírios. Assim como é um esforço desnecessário ficar martelando um pedaço de metal quente por horas e horas pra fazer uma faca de eficiência duvidosa. Essas coisas não tem utilidade prática e só servem para desviar o foco do que é realmente importante. Se você quer construir algo, faça coisas que tenham real utilidade. Sistemas para coletar a água das chuvas, ou como cultivar determinados tipos de plantas são bons exemplos. Isso sim é importante, e vale à pena o esforço. Motores e facas podem ser facilmente incluídos numa preparação.
E tem mais: Durante uma crise e também nos meses ou anos do pós-crise, você acha que terá horas tranquilas para ficar construindo motores ou gogando metal? Acho que não...

Pensem bem à respeito. Construir tais traquitanas faz com que você se sinta bem. Mas na prática, o tempo poderia ser melhor aproveitado aprendendo algo que será realmente útil num mundo pós-SHTF. Existe uma frase no documentário Depois do Armagedom, que diz o seguinte:

Uma pessoa que saiba cultivar a terra será muito mais útil do que aquele que sabe fazer transações com ações.

Ou seja, procure obter conhecimentos cruciais. Não perca tempo com algo que não vai ser útil num cenário de crise. Seja prático.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

2015 - Um ano complicado

Antes de mais nada, gostaria de reforçar o que disse no post anterior, que espero sempre o melhor, mas me preparo para o pior.
Não quero que uma SHTF aconteça. Mas, claro, não podemos fechar os olhos para o cenário desafiador que se desdobra à nossa frente. 2015 vai ser um ano muito complicado, pelos seguintes fatores:

1) Climático.

Estamos passando pelo período mais seco da história. Embora os meios de comunicação não classifiquem 2013-2014 dessa maneira, não precisa ser meteorologista para perceber o óbvio. Com exceção do Sul e áreas do Norte do país, boa parte dos reservatórios de água no país, tanto para consumo como para geração de energia estão com um nível baixíssimo. Para se ter uma ideia, em 2001, ano do racionamento de energia, o nível médio de tais reservatórios estava em torno de 21%. Hoje, estão em 16%. Ainda não entramos num novo racionamento porque a queda de produção de energia hidrelétrica está sendo compensada por termoelétricas, uma medida mais cara e que causa um maior impacto ambiental. Porém, com a aproximação do verão e o consequente aumento de consumo elétrico, o temor dos especialistas é que o sistema entre em colapso, gerando apagões. E se tal coisa acontecer, além do impacto direto na rotina das pessoas, será gerado um outro impacto bem mais desagradável no próximo fator.

2) Econômico.

O Brasil não tem crescido. Essa é que é a verdade. E, aliado a isso, vemos um aumento da inflação, dos juros, uma estagnação no mercado de trabalho, contas públicas tão desordenadas, a ponto de se votar uma diminuição de metas de superávit primário, além de corrupção endêmica , para que o governo tenha que economizar menos, além da corrupção endêmica nas principais empresas estatais. A dura verdade também mostra que o governo fez investimentos que poderiam gerar crescimento sustentável, como os de infra-estrutura (inclusive de geração de energia e de abastecimento de água). O resultado é que o país está parando de crescer. E o que é pior, sem perspectiva de mudança desse quadro. O investidor estrangeiro, que é um dos fatores que fazem os países crescerem, volta a preferir praças mais confiáveis, como os EUA, que logo aumentarão sua taxa de juros, atraindo investimentos. E se a política econômica do governo já não transmite segurança, sem eficiência energética, haverá fuga de capitais em massa, impossibilitando ainda mais o crescimento.

Esse conjunto de fatores podem trazer consequências sérias para nós, cidadãos.

Sem um abastecimento de água e energia confiáveis, sem emprego, sem segurança. Seria um cenário de crise bem sério.

Eu acredito que, em relação ao quadro econômico, políticas equivocadas podem ser corrigidas. Os danos podem vir a ser controlados.
Mas, em relação ao fator climático, não temos como saber. O clima está cada vez mais imprevisível e modelos meteorológicos que funcionaram por décadas começam a se tornar inválidos.

Seja como for, manter-se preparado e atento a tudo o que nos cerca pode nos ajudar em 2015, 2016, 2017... 2099... sempre!

PS - O nível médio dos reservatórios de água para a geração de energia elétrica só está acima de 50% na região Sul. Em todas as demais regiões, está bem abaixo disso, como pode ser visto na página do ONS. Este é um fato bem preocupante. Ainda mais porque neste país as providências só são realmente tomadas depois que o problema aparece e causa um grande impacto...

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Não queremos o caos

Todo sobrevivencialista que se preze ESPERA PELO MELHOR, mas se prepara para o pior.
Porque digo isso?
Ultimamente tenho visto nas comunidades sobrevivencialistas uma torcida para que "alguma coisa" aconteça e o mundo entre em caos. Desculpem-me as palavras, mas isso é a coisa mais IDIOTA que alguém pode desejar.
Eu sinto arrepios ao pensar num mundo pós-SHTF (se eu chegasse à sobreviver a um evento gerador de caos). Não vou nem falar nas coisas que fazem parte do nosso mundo e que perderíamos. Da cerveja gelada ao Youtube. Da xícara de café na padaria ao Whatsapp. Da festinha com os amigos ao Facebook. Só isso já traria uma gigantesca sensação de perda. Muita gente já quase surta quando não tem sinal de wi-fi nos locais aonde elas vão...Imagina como ficariam numa falha generalizada e muito mais profunda...
A minha maior preocupação (e a de qualquer pessoa que não tenha sangue de barata) seria com as pessoas que de gostamos. Como seus amigos (muitos dos quais não compartilham do ponto de vista sobrevivencialista) estariam se virando? Estariam eles ainda vivos? E os primos, tios, avós, irmãos? E os que estão em outras cidades/países? E se os seus pais ou seus filhos estão em outros locais? E se, mesmo tomando todas as providências para reunir seu núcleo sobrevivencialista, algumas das pessoas não conseguissem chegar?
Sempre existe alguém que não tem família, não tem amigos, que é o verdadeiro exemplo de ermitão. Mas esses são muito raros. E, na minha opinião, não batem muito bem da bola.
Outra coisa. Você acha que, em caso de caos generalizado, vai sair das cidades, com a sua BOB, seu transporte e suas armas tranquilamente? Vai passar por todos os inúmeros obstáculos impunemente e vai conseguir tomar um refúgio de alguém "na moral"?
ACORDE!
No caos, tudo é IMPREVISÍVEL! Você realmente pode conseguir tudo isso que descrevi acima sozinho. Mas a probabilidade de você nem ao menos conseguir sair do bairro em que mora num cenário de crise é muito, muito maior! Já é complicado em dias normais. O trânsito e os assaltos são algo comum nas nossas rotinas. Imagine como ficaria numa situação em que as forças da lei estariam inoperantes.
Por isso digo: NÃO QUERO TESTEMUNHAR JAMAIS UMA SHTF, MAS ME PREPARO. Ao me preparar, espero ter um pouco mais de chance de sobreviver, caso algo assim aconteça. Mas, tenho em mente que não sou nenhum Bear Grylls ou Rick Grimes. Sou um simples cidadão brasileiro um pouco mais ligado nos possíveis problemas que possam vir a acontecer...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Coma menos!

Durante situações de crise, a alimentação e a forma como fazemos isso é de crucial importância. Mas também é importante cuidar da alimentação agora. Vou descrever o que aconteceu comigo, o que me levou a querer mudar a forma e a quantidade de alimentos que consumo. 

Eu tenho 1,88m e, em Janeiro, estava com 94kg. Nunca descuidei da parte física e estava mantendo esse peso há pelo menos uns 5 anos. Mas, a medida que o tempo passa, certas partes de seu corpo, como os joelhos, começam a doer. E quando se chega aos 40, parece que esse desgaste se acentua. 
Fui ao ortopedista e a primeira coisa que ele me aconselhou foi uma redução de peso. Então, procurei um nutricionista, e a partir daí mudei totalmente a maneira como me alimento. 
Antes, estava consumindo muito carboidrato. Salgados e doces faziam parte de minha dieta. Comia relativamente pouca verdura e quase nenhuma fruta, e muita, muita carne. Não engordava por causa da atividade física. Mas, ao contrário do que dizem, mesmo com atividade física, alimentos com grandes quantidades de gordura e açúcar podem fazer muito mal. 
Então, passei por uma reeducação alimentar gradual. Aos poucos, fui diminuindo os doces e salgados e aumentando a qualidade de frutas e verduras. Consegui diminuir a carne e, na medida do possível, trocando a carne vermelha por peixe ou frango. 
O resultado é que, após 9 meses, perdi 8kg. Estou com 86kg. E estou me sentindo muito melhor. Da resistência física até a facilidade de evacuar, tudo melhorou muito. E o que é fundamental para todo preparador: A quantidade de calorias consumidas por mim se reduziu à metade. Ou seja, minhas preparações, em caso de necessidade, podem me sustentar por mais tempo. 

Todos nós devemos analisar nossa alimentação e ver se podemos melhorar em algum ponto. E devemos fazer isso sem sermos pressionados por algum desconforto, como no meu caso. Se eu não tivesse sentido problemas nos joelhos, talvez eu ainda estivesse me alimentando da mesma forma. 

Fica a dica!!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Manutenção

Eis aqui um tema que é de fundamental importância para o sobrevivencialista/preparador. Temos que prestar bastante atenção na manutenção de tudo o que usaremos durante um período de crise. Do meio de fuga ao estoque de alimentos, tudo deve ser periodicamente verificado.

A manutenção do meio de transporte que você pretende em caso de SHTF está em dia? Das bicicletas aos utilitários, tudo deve estar funcionando perfeitamente. As peças que apresentarem desgaste devem ser substituídas. O tanque deve estar sempre cheio. E é importantíssimo entender o máximo possível sobre o funcionamento do transporte que você usa. Em muitos deles, você mesmo pode fazer toda a manutenção sem depender de ninguém. Isso é verdade com as bicicletas e com boa parte das motos de baixa cilindrada, sem muitos componentes eletrônicos. Até mesmo carros mais simples, como o Fusca, podem ser mantidos por você mesmo. E é sempre bom ter um estoque das mais variadas peças de reposição. Se o seu meio de fuga é algo mais sofisticado, como um carro mais novo, caminhoneta, utilitário, leve-o periodicamente à oficina. Não espere que o transporte tenha um problema para fazer isso. Até porque, Murphy adora aparecer nas horas mais inconvenientes, como no momento em que você mais vai precisar do carro!

Faça rodízio em suas preparações. Substitua aos poucos os produtos por mais novos. Não espere o prazo de validade chegar ao fim. O ideal é que, quando este prazo corresponda a 1/3 do total, o produto seja substituído. Pois, tenderemos a contar com aquilo como se tivéssemos comprado no dia, mas, sem que percebamos, de repente o produto só tem mais um mês de validade. E para diminuir a frequência de troca de produtos, opte por aqueles que tem validade mais longa. Outra coisa é sempre verificar a integridade física, principalmente das embalagens de alimentos. Qualquer furo ou amassado, troque o produto. Mantenha o ambiente no qual os produtos estão guardados em perfeita ordem. Se houver excesso de luz solar ou entrada de água, solucione o problema imediatamente.

Verifique com frequência tudo aquilo que usa pilhas e baterias. Fontes de iluminação e de comunicação, como lanternas e rádios, devem estar sempre adequadamente carregados. Mesmo que você não use com frequência, é bom trocar periodicamente as pilhas e baterias. A energia delas sempre vai acabar, quer você use, quer não. E se forem carregadas na rede elétrica, faça a recarga com frequência. Afinal de contas, não é assim com seu celular? E sempre que pilhas ou baterias forem trocadas, devemos descartar as usadas de maneira ecologicamente correta, e repor o item usado no estoque.

Mantenha o seu refúgio em ordem e em segurança. Verifique sempre o estado das portas, trancas, janelas, grades. Veja se o encanamento e a rede elétrica estão funcionando adequadamente. Mantenha a limpeza em dia. Verifique todo o local à procura de ratos, baratas e outros animais, que inclusive podem ser peçonhentos, como escorpiões e aranhas. Observe o estado da iluminação interna e externa. Em muitos cenários de crise poderemos enfrentar falta de energia elétrica. Mas, de certa maneira, nos dias de hoje, já temos que tomar muito cuidado. Um ambiente adequadamente iluminado faz a diferença na hora de perceber a presença de ameaças, como ladrões.

Essas são preocupações, principalmente em relação às preparações, que a maioria das pessoas não tem. E, devo reconhecer, são tarefas tediosas e repetitivas. Mas, para se manter preparado, a manutenção de tudo o que será usado numa SHTF é fundamental. Uma falha ridícula, que seria facilmente evitada com manutenção adequada, pode por tudo a perder...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Cálculos de recursos

Você já parou para pensar na quantidade de recursos que consumiremos durante um cenário de crise? O resultado é assustador!

Vamos lá!

Vamos imaginar um cenário de crise no qual teremos que ficar em nosso refúgio por 3 meses. Ou seja, teremos que contar exclusivamente com nossas preparações. 

Devemos beber pelo menos 2 litros de água por dia, em média. Isso significa que, por mês, são 60 litros, e em 3 meses, 180 litros. O que dá 9 galões de água mineral em 3 meses. 
Devemos ingerir 2500 calorias, em média, por dia. Ao final de 3 meses, são 450000 calorias. 1kg de chocolate tem aproximadamente 5000 calorias. Em 3 meses teríamos que consumir o equivalente a 90kg de chocolate para manter as 2500 calorias de que necessitamos. Só que, claro, nossa dieta não pode consistir apenas de chocolate. Nossas preparações devem ser as mais variadas possíveis, em termos de alimentação, para que possamos ingerir todos os nutrientes de que precisamos. 
Devemos consumir, em média, 1kg dos mais variados tipos de alimentos diariamente. Ao final de 3 meses, são 180kg. 

Agora, pense por um momento. Só para uma pessoa se manter sem sair de seu refúgio são necessários 9 galões de 20l de água e 180kg de mantimentos. Suponha que seu núcleo tenha 4 pessoas. Então, as quantidade de recursos aumenta para 36 galões de água e 720 kg de comida.
É claro que existem vários tipos de alimentos que ocupam menos espaço e pesam menos, como rações militares ou comida desidratada. E numa situação de emergência poderemos até usar racionamento de comida. Mas, em relação à água, não se pode diminuir muito essa quantidade,.

Pense também no espaço para armazenar tudo isso. Em casa, numa situação normal, costuma-se ter 2 ou 3 galões de água e armários ou pequenas despensas.Nesses espaços, mal cabem os mantimentos para um mês de consumo de uma família com 4 pessoas. Além disso, muitos dos produtos comprados são para consumo imediato. Será necessário bastante espaço para armazenar tudo isso. Como poucos preparadores dispõem de muito espaço, provavelmente vai ser preciso espalhar os mantimentos pelos diversos locais da casa.

Se pesássemos todos os mantimentos para 3 meses de crise para 4 pessoas, tudo deve passar de uma tonelada. E estamos falando somente de alimentos e água. Existem outras coisas como botijões de gás, armas, fontes de iluminação, combustíveis, que também ocupam bastante espaço e também pesam bastante.

E se você guarda as suas preparações num local diferente do que você vive, ainda existe a questão do transporte de tudo isso para lá.

Ainda existe um outro fator: O financeiro. Comprar todos os mantimentos necessários para uma boa preparação de uma vez é inviável para a maioria dos preparadores. Por exemplo, um galão de água mineral custa em média 5 reais na região onde moro. Os 36 galões necessários para 3 meses custariam portanto 180 reais. Isso sem contar o custo de comprar vários recipientes, pois o sistema de compra de água mineral é o de vasilhames retornáveis. O valor de uma cesta básica aqui gira em torno de 260 reais, e o peso, em torno de 26kg. Com a proporção de 10 reais por quilo, gastaríamos para comprar os 720kg de alimentos para uma família de 4 pessoas, cerca de R$7200,00!!!

Daí a importância de uma preparação à longo prazo.

Se você não começou ainda, já está na hora de se preparar...

PS - A situação descrita acima seria uma em que o preparador não teria acesso à nenhum tipo de recurso externo. Mas, na prática, muitos poderiam dispor de fontes de água e de alimentos. Criação de animais e plantações podem ajudar muito. Também usei números médios para a quantidade de água e de alimentos consumidos pelas pessoas.A quantidade de alimentos consumidos varia bastante de acordo com o perfil alimentar de cada um. Devemos levar em conta também que os preços dos alimentos variam muito de acordo com o local em que se está. Existe também variação de preço de acordo com o tipo e marca de alimento usado. O mais importante nesse texto é ressaltar a importância de se preparar bem, de que uma preparação não pode ser feita do dia para a noite e que na verdade é um investimento bem elevado. 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sobre Nutella e mudanças climáticas

Quem nunca comeu o maravilhoso creme de chocolate com avelã, o famoso Nutella, não sabe o que está perdendo! Sensacional é pouco para descrever o sabor desse maravilhoso doce. 
Mas qual a relação entre Nutella e mudanças climáticas?
A Ferrero, que é a empresa que fabrica o Nutella, usa diversos ingredientes na composição dos produtos. Cacau, avelãs e azeite de dendê são três deles, que são fornecidos respectivamente por Nigéria, Turquia e Malásia. Nesses três países, as mudanças climáticas tem afetado a produtividade das lavouras desses produtos. Estiagens ou chuvas acima da média tem causado perdas de até 40% da produção, o que certamente deixará o preço do famoso doce mais salgado num futuro próximo. 
Agora, se tais mudanças climáticas afetam a produção de um item dispensável que é o Nutella, certamente afetam também a produtividade de lavouras essenciais para alimentar a população mundial, como milho, trigo e arroz. Tal situação causa, num primeiro momento, um aumento de preços desses produtos e de seus derivados. Mas o real perigo é a escassez. Com cada vez mais gente no planeta e com o que parecem ser perdas crescentes nas lavouras, causadas não só pelas mudanças no clima, embora seja esse o principal fator, a situação não parece nada boa para os próximos anos. Logo as populações mais carentes de recursos, em todos os lugares do mundo, podem vir a passar (mais) fome. As tensões, já bastante intensas ao redor do planeta, podem aumentar ainda mais se os países não forem mais capazes de alimentar as suas populações. 
Os problemas de produção de Nutella são uma prova incontestável de que o clima está mudando em várias partes do planeta. Se é por causa da ação do homem ou se é um ciclo natural, isso não vem ao caso. Os governos tem que reconhecer que realmente há grandes mudanças em curso e tomar atitudes para contornar quedas de produção nas lavouras importantes. Seria o ideal. Mas, como já estamos cansados de saber, eles não são conhecidos por sua eficiência. 
Investir em preparações, em estoque de alimentos, de grãos, pode ser decisivo nos próximos anos. Nós esperamos por uma crise definitiva e repentina. Mas, deveríamos pensar da seguinte maneira:

Existem dois pavios. Um, está queimando rapidamente, e pode estourar uma bomba na nossa cara. Problemas no fornecimento de energia elétrica, falhas na internet e pandemias são exemplos de problemas em que o pavio é curto. O outro pavio é longo. Vai queimando devagarinho, sem que percebamos. Até que a bomba estoura na nossa cara. Esse é o pavio das mudanças climáticas, da perda lenta, mas crescente da produtividade das lavouras mundo afora, da cada vez menor disponibilidade de água, da poluição...


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

E se você adoecer?

Imagine a seguinte situação: Você está de cama, com uma gripe muito forte, quando uma crise se inicia. Por melhor que seja seu preparo físico e por melhores que sejam as suas preparações, planos de fuga e tudo o que é necessário para conseguir sobreviver numa crise, você estará debilitado demais para sequer levantar da cama. E agora? O que fazer?
Esse cenário é mais complicado para pessoas sozinhas. Tudo fica prejudicado. Você não aguentará o peso de uma BOB, e sua capacidade de julgamento e de defesa estarão seriamente comprometidas. Os primeiros dois dias após o começo da crise serão de fundamental importância para definir seu destino. E aí, se tem um dilema. Esperar um pouco até se recuperar o suficiente para poder sair ou tentar tomar medicamentos, como por exemplo, estimulantes, e arriscar? Se eu estivesse sozinho, eu preferiria esperar e tentar a sorte um ou dois dias depois. Seria infinitamente mais perigoso, mas pelo menos eu estaria fisicamente e mentalmente bem. Tomar medicamentos para mascarar os sintomas de uma gripe, aliados ao esforço físico e mental de uma escapada poderiam ser fatais. A doença até poderia piorar e, mesmo com esses medicamentos, sua acuidade mental não estaria perfeita e você poderia não avaliar corretamente certas situações perigosas. Sem falar na questão física.
Porém, tudo fica menos complicado se a pessoa sozinha morar no local em que vai se refugiar. Muito embora a capacidade de resposta à ameaças fique comprometida, ao menos o doente não precisará se deslocar. Se o refúgio for discreto, melhor ainda.
Já para pessoas que estão acompanhadas, que possuem um núcleo sobrevivencialista, a situação seria menos complicada. Considerando que os realmente prevenidos tomariam as providências necessárias para sair da cidade o quanto antes, mesmo com uma baixa no grupo, provavelmente não haveriam grandes transtornos. Mas, se o método de fuga ficar comprometido por algum motivo e a fuga tiver que ser feita à pé, também seria melhor esperar que o doente melhore, mesmo que depois a fuga se torne mais perigosa.

Gostaria de chamar a atenção para dois fatos.

 - Não podemos prever quando ficaremos doentes. Então é bom ter planos levando em consideração esse fato.
 - Devemos manter nossa saúde em dia. Fazer exames periódicos, realizar atividades físicas, bom sono e boa alimentação são fundamentais para isso.

Desnecessário dizer que, quem faz tratamentos de saúde prolongados deve manter em suas preparações tudo o que é necessário para mantê-lo em momentos de crise.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Uma SHTF não vai ser divertida

Gostaria de fazer um alerta.

O fim não vai ser divertido. Não vai ser como nos filmes em que o herói escapa de todos os perigos e ainda fica com a mocinha no final. E nem a heroína vai, com sua metralhadora com munição inesgotável, além de uma mira perfeita, matar todos os malfeitores, e no final, ficar com o mocinho e ser mãe da órfã. Não funciona assim.

Para começar, quem garante que você vai sobreviver ao caos? Sim, eu sei, você se prepara, eu me preparo. Mas, no caos em que se transformaria um mundo durante uma SHTF , nada é garantido. Por mais que eu me prepare, pode acontecer alguma coisa justamente num momento em que eu esteja muito longe, em outra cidade e eu terei que brigar por recursos, morrendo no processo. Pode acontecer, durante a sua fuga para o seu refúgio, um acidente, um assalto, que vão te matar. Você pode até mesmo perder as suas preparações para um grupo maior e mais bem armado que o seu e perder a vida no processo.
Quem acha que vai pegar um carro, ou uma moto e conseguir rodar pela cidade, escapando de tudo e todos, em direção ao seu refúgio, pode tirar o cavalinho da chuva. Para começar, trafegar pelas maiores cidades, sem energia para controlar os sinais de trânsito seria praticamente impossível. Você ficaria preso num imenso congestionamento. As motos seriam menos sensíveis à isso, mas por outro lado, quem estivesse numa delas sofreria diversas tentativas de assalto e de assassinato. Para quem acha que seria só pegar um caminhão ou ônibus e sair passando por cima de tudo, peço que repense. São poucas as pessoas que sabem dirigi-los e eles não foram feitos para ser veículos de demolição. E nem tratores, e nem tanques. Talvez o único veículo capaz de passar realmente por cima de tudo seria uma daquelas caminhonetas chamadas bigfoots, com aqueles pneus enormes. Mas, se alguém souber aonde vende aqui no Brasil, sou todo ouvidos! E se você acha que estar armado vai te trazer segurança durante o caos, pode esquecer. Talvez você consiga evitar muitas situações perigosas com o que uma arma representa. Mas não se iluda. Uma pedra bem arremessada na sua cabeça pode rapidamente acabar com seu poder de fogo. E também com sua vida.
Ok! Mas, vamos supor que você sobreviveu e chegou ao seu refúgio. Por mais isolado e bem guardado seja o local que você escolheu para se abrigar durante a crise, como você acha que você ou eu vamos ficar? Descansando, escondidos, enquanto o mundo "lá fora" se acaba? Que nada! Teremos que ficar o tempo todo alertas, tentando chamar o mínimo de atenção. Teremos que ter cuidado até com as luzes que acenderemos e com o cheiro do cozimento de alimentos. As pessoas desesperadas serão atraídas pelo seu menor vacilo. Imagine um grupo desesperado e com fome sentindo o cheiro de assado daquela galinha que você abateu de sua criação. Por mais armas que você tivesse, um grupo grande de pessoas desesperadas seria impossível de parar. Se duvida do que eu digo, veja o que aconteceu em locais onde há muitos refugiados e pouca comida. Em países da África, por exemplo, caminhões com víveres foram atacados na hora da distribuição, mesmo sendo protegidos por dezenas de soldados armados.
Mesmo se tivéssemos a sorte de ficar suficientemente escondidos e evitar todo e qualquer tipo de confronto, nos sentiríamos isolados e tristes, imaginando o que aconteceu com muitas das pessoas que nos eram próximas antes da crise. Amigos, parentes, colegas, conhecidos. No caos, não saberíamos de nada sobre a maioria das pessoas. Sem comunicações, não saberíamos nem o que aconteceria no próximo quarteirão ou no próximo sítio. As únicas pessoas com as quais poderíamos manter contato seriam as que estivessem conosco no refúgio. Isso seria terrível. Para pessoas que se acostumaram a ter o mundo na palma da mão, pelo menos no que diz respeito à contatos e comunicação, de repente ficar tão isolados quanto das pessoas há 200 anos seria desesperador. Na verdade, nem teríamos como saber quando as coisas se acalmassem, a não ser que tivéssemos transmissores/receptores de rádio, além da energia para fazê-los funcionar.
E, depois de passado todo o caos, num mundo pós-SHTF teríamos que reaprender a viver. Sem hospitais, sem escolas, sem transportes, sem comunicações. Nossas preparações acabariam uma hora e teríamos que aprender a tirar o sustento da terra. Até mesmo o escuro e o silêncio das noites de luzes apagadas seria deprimente para pessoas que cresceram em noites iluminadas.
É, seria (ou será) duro para aqueles que sobreviverem ao caos.

Sempre que escrevo meus textos, imagino o pior cenário possível de uma crise. Aquela que acabaria com nossa sociedade. E tento me preparar é para o pior. Mas, todas as noites peço para que nada de tão drástico aconteça. Ao contrário do que muitos pensam, esse mundo não ficaria melhor para as pessoas depois de uma crise. Não só continuaríamos sendo humanos, ou seja, dominando e torturando os nossos semelhantes, como ainda perderíamos os grandes avanços que conseguimos nos últimos 150 anos. Quem acha que a vida vai ser muito melhor sem a tecnologia, na primeira dor de cabeça vai procurar um analgésico. Ou seja, contradição pura. As únicas pessoas que praticamente não sentiriam o colapso de nossa sociedade tecnológica são aquelas poucas tribos indígenas que ainda vivem isoladas nas florestas. Para eles, viver assim é natural, Mas para pessoas que sempre viveram cercadas de tecnologia ter que largar tudo, não será fácil.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Dependência

Lendo uma entrevista do Julian Assenge, o dono do Wikileaks, (entrevista aqui) que divulgou diversos documentos comprometedores sobre o governo americano e aliados na internet, fiquei a pensar em como nossas vidas estão diretamente ligadas à um único país: Os EUA.
Para começar, eu uso um smartphone coreano, mas com sistema operacional americano (Android). Meus computadores possuem processadores americanos (AMD e Intel), rodando sistemas operacionais americanos (Windows). Meu e-mail principal é o Gmail  (e o secundário é o Hotmail), o sistema de blogs que eu uso é pertencente ao Google, a rede social principal que eu uso é o Facebook. E o meio que eu mais uso hoje para me informar, divulgar as minhas ideias, me divertir e estudar, a internet, é ainda, em grande parte, americana. Nossas previsões do tempo e telecomunicações passam por muitos satélites americanos. A maioria dos sistemas de navegação usa GPS, um sistema de origem americana, controlado pelos americanos. Existem poucos sistemas no mundo que não dependem totalmente ou em parte de tecnologia e infra-estrutura americanas. E, claro, todos sabemos qual é a importância dos EUA para o mundo, do ponto de vista financeiro, militar, cultural e científico.
Devemos nos perguntar, portanto, qual seria a implicação disso para as nossas vidas, do ponto de vista sobrevivencialista.
Um fato que podemos perceber logo de cara é que problemas de algum tipo na infra-estrutura americana tem o poder de afetar todo o planeta. Vamos supor que os EUA fiquem, por um motivo qualquer  sem energia por uma semana. Que isso traria enormes prejuízos econômicos para o mundo, e enormes dificuldades para os americanos, é fato bastante conhecido, que inclusive já foi alvo de vários documentários (um excelente é American Blockout). O que geralmente esquecemos é que aqui no Brasil perderíamos muitos serviços importantíssimos para o funcionamento do país. Por exemplo, sem energia lá nos EUA, como os satélites responsáveis pelas nossas telecomunicações seriam controlados? De que maneira isso afetaria a internet mundial, posto que boa parte do tráfego acaba passando pelos EUA? Poderíamos até mesmo ficar sem nossos e-mails (boa parte das contas que existem hoje, inclusive em órgãos públicos, usam o Gmail ou Hotmail como servidores de e-mails) . Certamente isso afetaria brutalmente todas as redes sociais que existem (que se tornaram parte importante na vida profissional de muita gente). Facebook, Twitter, e outras certamente cairiam, ou funcionariam precariamente. A operação de milhares de empresas seria prejudicada aqui, tanto pela já citada perda de servidores de e-mails e redes sociais, tanto pelo uso, cada vez mais comum, do armazenamento de dados na nuvem, que também é gerenciada majoritariamente por empresas americanas. Até mesmo o GPS poderia parar de funcionar, pois os satélites dependem de controle de terra para fazer as necessárias correções em sua órbita, tanto para manter a precisão do sistema como para manter a integridade física dos mesmos. E certamente, um blecaute lá afetaria todos os centros de controle de naves e satélites em órbita.
Existem muitas outras implicações em relação à nossa dependência em relação aos EUA, mas que não é função deste blog discutir.
A conclusão a que devemos chegar é que a nossa vida e a nossa sociedade podem ser severamente afetadas por problemas que acontecem a milhares de quilômetros daqui. Nosso modo de vida, cada vez mais, dá mostras de que é muito frágil. E, a cada dia que passa, se torna ainda mais frágil. Devemos ficar atentos à quaisquer problemas. E preparados...

PS - A gama de problemas que poderiam acontecer caso os EUA passassem por algum tipo de problema é muito maior do que poderíamos imaginar. Coloquei aqui alguns dos que me ocorreram. E, também somos dependentes, embora em menor grau, de outros países, como França e Inglaterra.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O que "eles" estão escondendo?

Eis aqui um post especulativo...

Porque o atual surto de Ebola infectou e matou mais pessoas do que todos os outros surtos juntos? O que há de diferente?
O Ebola foi descoberto em 1976, e, desde então causou mortes em Uganda, no Congo, no Sudão e no Gabão. O surto de 2014 está afetando países que nunca haviam registrado casos da doença. Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria, além de casos não confirmados na Arábia Saudita.
Apesar de sua extrema mortalidade, o Ebola é um vírus que teoricamente exige medidas não tão complicadas para evitar a sua disseminação. Colocar as pessoas suspeitas de infecção em quarentena, tratar os doentes vestindo roupas de proteção e isolar os corpos dos que falecem. Mesmo com poucos recursos, tais medidas não são impossíveis de serem adotadas. Em Uganda e no Congo, locais dos últimos surtos, o Ebola foi adequadamente contido rapidamente. E são países tão pobres, tão desestruturados quanto os países atingidos pelo atual surto. A justificativa da OMS e de outros órgãos que tem agido agora é que, como estes países nunca haviam sido atingidos, as autoridades estavam despreparadas e as pessoas não sabiam como lidar com isso. Mas aí eu pergunto: E em 1976, os países atingidos sabiam?
Se a doença é tão perigosa assim, porque a OMS deixou que tal surto chegasse a esse ponto? Imagino que a atitude sensata é, ao ouvir relatos de suspeita de infecção por Ebola, mandar equipes treinadas imediatamente para o local. Sai muito mais barato e é muito mais eficiente conter o surto na "raiz". Para algo que começou em Dezembro de 2013, a OMS foi extremamente lenta em agir. E aí nos perguntamos: Por que?
Imagino que os médicos e cientistas da OMS podem ter subestimado o atual problema. Que este surto seria fácil de conter. Afinal de contas, os anteriores foram contidos rapidamente. E, apesar do fato de que os cidadãos africanos são os que recebem menos assistência no mundo, que são os mais "dispensáveis" segundo a perversa lógica capitalista, seria uma atitude extremamente irresponsável não agir logo para conter o surto, para dizer o mínimo. Portanto eu acredito que aconteceu outra coisa, muito mais preocupante: O atual vírus é muito mais capaz de se disseminar por uma população do que os anteriores. E é aí que eu acho que "eles" escondem informações. Existe na internet diversos sites que relatam a transmissão por via aérea do Ebola entre diferentes espécies. Como se sabe, os vírus são extremamente mutáveis e é bem possível que o tipo que esteja contaminando os humanos já possa estar em vias de adquirir essa capacidade. Ou que, pelo menos, o vírus já não exija um contato tão próximo entre pessoas para se disseminar. É possível, por exemplo, que ele tenha adquirido a capacidade de ser transmitido através de superfícies de uso comum, como corrimãos e maçanetas de portas.
A preocupação é grande e a própria OMS admite que o surto está fora de controle. Além disso, com um período de incubação de até 22 dias, podem existir muitas pessoas mundo afora que estejam com o vírus e ainda não saibam. Aliás, este é outro ponto que mostra que o vírus está mudando. Nos surtos anteriores, o período de incubação era sensivelmente menor, pelo menos segundo os cientistas.
Espero que este surto seja contido antes que se espalhe mais. Se o Ebola chegar ao Brasil, embora o governo afirme o contrário, não estaremos preparados para ele. Basta ver a situação dos principais hospitais públicos (e também muitos dos privados). Em Serra Leoa, cidades inteiras estão em quarentena. Agora, se coloque no lugar dos habitantes dessas cidades. Sem poder sair, sem receber quaisquer produtos, inclusive alimentos e combustível, e com uma doença avassaladora, que pode matar rapidamente à espreita. Imagine o medo e o desespero. Eles estão sentindo na pele uma SHTF...

domingo, 3 de agosto de 2014

Alguns dos eventos que podem gerar SHTF

Existem muito eventos que podem causar sérios problemas. Diversos deles acontecem todos os anos, sendo os mais notórios na última década, o tsunami na Indonésia em 2004, o furacão Katrina, em 2005 e o terremoto seguido de tsunami no Japão em 2011. Estes foram causados por forças naturais, mas outros eventos, causados pelo homem também tiveram um impacto bastante acentuado. Os atentados do 11/09 e o acidente nuclear de Chernobyl são dois deles. Porém, nenhum dos eventos citados teve um impacto definitivo. Podem até ter tido a proporção de SHTF, para as pessoas que foram diretamente afetadas. A quantidade de pessoas mortas variou entre cerca de 3.000 até mais de 200.000. Foram eventos terríveis, mas eles, em nenhum momento, ameaçaram nem a civilização humana nem a própria existência do homem enquanto espécie. Porém, existe uma lista de eventos, tanto causado por forças naturais quanto pelo homem que podem decretar o fim da civilização humana, ou até mesmo causar a extinção do Homo sapiens.

Pandemias.

Causas: Naturais ou artificiais

Durante toda a história humana, microrganismos sempre causaram grandes surtos de doenças, matando milhões. O mais recente destes foi o surto de Influenza, em 1918, que matou mais de 40 milhões de pessoas entre 1918 e 1919. Desde então, surgiram outros surtos de doenças, como a Gripe Suína e a Gripe H1N1, que não foram, nem de longe, tão mortais quanto o Influenza. Cientistas especulam que se um vírus tão perigoso quanto o Influenza aparecesse nos dias de hoje, ele poderia ser muitíssimo mais mortífero do que foi em 1918, por causa da facilidade com que pessoas infectadas poderiam se espalhar pelo mundo, graças às viagens aéreas.
Muito embora pandemias possam ser causadas por microrganismos "in natura", um perigo cada vez mais presente é o dos microrganismos geneticamente modificados, ou da "ressurreição" de vírus de doenças já erradicadas, como o da varíola. Recentemente, foi feita uma experiência aterradora. Cientistas recriaram em laboratório cepas do vírus Influenza de 1918. Dizem que foi um estudo para criar medicamentos e vacinas mais eficientes. Experiências assim deveriam ser proibidas, pois um erro, acidental ou deliberado, poderia liberar este microrganismo mortal na população e seria uma tragédia gigantesca. Poderia matar bilhões e ameaçar toda a civilização Outro sinal de alerta é em relação ao atual surto do vírus Ebola. Embora não seja um fato divulgado, mutações deste vírus, presente em morcegos e macacos podem possuir a capacidade de transmissão por via aérea. Se o tipo de vírus presente em humanos adquirir essa capacidade, o Ebola pode se transformar uma pandemia extremamente mortal. Outro fato pouco divulgado é que o vírus pode ser transmitido por superfícies. Uma pessoa contaminada, ao tocar em superfícies de uso comum, como corrimãos, trincos de portas e outros, pode contaminar outras pessoas que tocarem na mesma superfície. E homens que sobrevivem à doença podem transmiti-la para outras pessoas por até sete semanas, via esperma.

Tempestades Geomagnéticas

Causas: Naturais

A cada 11 anos, o Sol atinge uma fase chamada máximo solar. Nesta fase, o aumento da atividade solar torna mais provável eventos chamados Ejeções de Massa Coronal, ou CMEs (Coronal Mass Ejections). Tal evento tem a capacidade de destruir satélites, e causar uma pane generalizada nas rendes elétricas do planeta. A Terra já passou por eventos dessa natureza, como o Evento Carrington, em 1859, que queimou boa parte da rede telegráfica americana. Em 2012, houve um evento tão intenso quanto o de Carrington, que, por sorte, não atingiu a Terra. Se o planeta tivesse sido atingido, veríamos auroras até mesmo no equador do planeta, todos os satélites de comunicação e navegação seriam destruídos, assim como a maioria da rede elétrica. Consertá-la demoraria uma década. Porém sem energia elétrica e sem comunicações seria quase impossível coordenar os esforços de reconstrução. O caos subsequente ao evento muito provavelmente decretaria o fim da civilização tecnológica do Século XXI, mas não nos ameaçaria enquanto espécie.

Supervulcões

Causas: Naturais

O último supervulcão que entrou em erupção na Terra foi o de Toba, na Indonésia, ha 72 mil anos. Tal evento causou uma Era Glacial e quase extinguiu a humanidade. Hoje, existem no planeta cerca de 35 supervulcões. A maioria deles está totalmente inativo. Mas um tem causado certa preocupação. Trata-se do de Yellowstone. Ele é frequentemente monitorado pelo Serviço Geológico dos EUA. Alguns eventos recentes ligaram a luz de alerta da comunidade geológica internacional sobre a proximidade de uma possível erupção deste supervulcão. Se tal fato acontecer, o mundo inteiro sentirá os efeitos. Em primeiro lugar, a quantidade de cinzas na atmosfera impossibilitaria em boa parte do planeta o funcionamento dos motores à jato. Além disso, a quantidade de partículas suspensas no ar seria tanta que todo o planeta poderia ficar sem luz do sol por até 3 anos. As temperaturas despencariam e muitos dos ecossistemas do planeta morreriam. Tal evento poderia não só acabar com a civilização humana, como teria reais possibilidades de extinguir a espécie humana.

Meteoros e Asteroides

Causas: Naturais

Em 2013, na Rússia, caiu um meteoro que, por muita sorte, não causou danos maiores que vidraças quebradas por conta do estrondo sônico de sua entrada na atmosfera. Devido à sua composição, o bólido despedaçou-se quando submetido ao grande aquecimento do atrito com o ar. Foi uma amostra de que, mesmo vigiando intensamente o espaço, a tecnologia humana simplesmente não tem capacidade de detectar, e muito menos deter, todos os meteoros.
Há 65 milhões de anos, um asteroide com 11km de diâmetro extinguiu a maior parte das espécies da Terra, incluindo os dinossauros. Se tal evento ocorresse hoje, o homem nada poderia fazer. Entre os efeitos de tal impacto, a quantidade de poeira e detritos na atmosfera obscureceria o sol por anos, e fragmentos incandescentes resultantes do impacto atingiriam todo o globo, causando incêndios e grande destruição. O sistema solar está cheio de objetos em órbita, de todos os tamanhos. E, muitos, inclusive alguns realmente grandes, podem, um dia, colidir com a Terra. Porém, segundo os cientistas espacias, tal possibilidade, pelo menos de um grande asteroide colidir com o planeta, é muito baixa. Já não se pode dizer o mesmo de meteoros menores. Se uma pedra com 1km de diâmetro cair no mar, o tsunami gerado poderia devastar muitas cidades costeiras. E, com os recursos naturais, muitas vezes é bem difícil perceber o perigo. E, mesmo que isso fosse possível, com muita antecedência, é muito pouco provável que algo pudesse ser feito para nos livrar do trágico destino. Mesmo que bombas atômicas fossem lançadas no meteoro, isso pouco adiantaria. Mesmo que estas conseguissem fragmentá-lo, teríamos centenas de pedaços caindo sobre todo o planeta, o que seria igualmente terrível. Impactos de meteoros maiores que 500m de diâmetro, acabariam com a civilização humana, e muito provavelmente, poderia nos extinguir.

Mudanças Climáticas

Causas: Naturais e Artificiais

O aquecimento global é consenso entre a maioria dos cientistas que estudam o clima. E isso tem causado inúmeros impactos sobre o planeta, como verões cada vez mais quentes, derretimento das calotas polares e permafrost, aumento de eventos extremos como nevascas, furacões, tempestades e outros. Porém, existe uma nova linha de pesquisa que afirma que as mudanças causadas pela atividade humana mudarão o clima de forma cada vez mais acentuada nos próximos anos. E essa mudança será exponencial. A cada ano, o clima se tornará mais instável. Este tipo de evento pode ameaçar a civilização humana, tanto de forma direta, como indireta. À curto prazo, mudanças climáticas podem provocar disputas por territórios e recursos, como a água. Tais disputas podem chegar à um nível em que armamentos nucleares sejam utilizados. As consequências, já sabemos. Á longo prazo, as mudanças climáticas podem destruir terras usadas para agricultura, subir o nível dos mares, mudar o regime de chuvas. A civilização definharia, num espaço de 50 anos ou menos. Algumas projeções muito pessimistas preveem que se a teoria da mudança exponencial se comprovar, muitas espécies, homem incluído, podem ser extintas nos próximos 50 a 100 anos.

Guerra Nuclear

Causas: Artificiais

Após 25 anos de relativa calma, a ameaça nuclear volta a assombrar a humanidade. E a situação é mais série do que pensamos. Um dos países que podem desencadear um conflito nuclear, ainda que limitado, é Israel. A situação é a seguinte. Israel, embora não admita, possui sim a bomba nuclear. O Irã, embora negue que suas pesquisas nucleares sejam para desenvolver a bomba, os aiatolás a querem de qualquer maneira. Se Israel entender que o Irã tem realmente a bomba, vai atacar diretamente o país persa. E este provavelmente revidaria de forma atômica. Mesmo que esse conflito ficasse apenas entre os dois, existiriam diversas implicações. Uma das mais sérias seria que um conflito desse nível afetaria a distribuição do petróleo para o mundo. Desnecessário dizer o que aconteceria em seguida.
Recentemente, a China fez uma jogada de marketing para mostrar ao mundo que possui mísseis balísticos intercontinentais capazes de atingir os EUA. As relações entre Rússia e EUA estão no nível mais tenso desde o fim da Guerra Fria. Em situações assim, qualquer erro estúpido pode causar uma situação que pode levar à um conflito nuclear. E ainda tem o fantasma norte-coreano pairando sobre a Ásia.
Os efeitos de um grande conflito nuclear seriam os mesmos de um supervulcão ou da queda de um asteroide, mais os efeitos da radioatividade e dos pulsos eletromagnéticos. Seria certamente o fim, tanto da civilização, quanto da humanidade.

Os eventos listados acima poderiam trazer consequências muito sérias para a humanidade, mesmo se ocorressem de forma parcial. Por exemplo, se uma tempestade solar não afetar as redes elétricas, mas destruir os satélites (tal possibilidade é provável pois o fato de uma CME chegar à atmosfera depende de sua polaridade, mas o que causa a destruição dos satélites é o intenso fluxo de raios-X e prótons que chegam antes da CME) isso traria grandes problemas para o mundo. Ficaríamos sem boa parte dos canais de tv, sem GPS, sem previsão do tempo. As transações financeiras e internet seriam grandemente afetadas. O colapso econômico seria impossível de evitar e isso, embora não acabasse com a civilização tecnológica, certamente causaria um enorme revés.
Devemos ficar atentos a tudo. E focados em nossas preparações. A possibilidade de uma crise séria aumenta a cada dia...

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Uma prévia do que está por vir

A gente não tem ideia de como será uma situação, até passar por ela. Estamos a 24h sem água aqui onde moro. Sem saber disso, não só mantivemos o consumo normal de água, como também, toda a roupa das pessoas da casa foi lavada. O resultado é que, à noite, a caixa d'água esvaziou. A sorte é que tem água reservada numa cisterna e também em grandes tonéis que captaram a água das recentes chuva. Porém, já começamos a ter alguns "desconfortos". Primeiro, o banho ontem não pode ser de chuveiro. Tivemos que pegar um balde e um pote para nos lavar. No friozinho que tem feito, foi um certo "sofrimento". E no caso do meu filho pequeno, tivemos que esquentar a água, pois ele ainda está se recuperando de uma gripe. Depois, sem poder dar descarga, tivemos que encher o balde no lado de fora, carregar até o banheiro e despejar a água na privada. A pia está repleta de pratos e, a sorte é que temos galões de água mineral para beber. Não há previsão de quando a distribuição de água será normalizada.
Não estamos correndo nenhum tipo de risco. Mas, o simples fato de ter que carregar água num balde, para tomar banho e dar descarga, além de não poder lavar os pratos já é um aborrecimento. Ainda mais com uma criança pequena em casa. Ficar sem aquela chuveirada dá a impressão de que não se tomou um banho "de verdade".
Esse episódio mostra algumas coisas:

Sou sobrevivencialista, me preparo, tenho a consciência de que situações como a descrita acima podem se tornar permanentes. Mas mesmo assim é estressante. Agora, imagine isso numa SHTF. De repente, de uma hora para outra, ficar não só sem água, mas também sem energia, sem comunicações, sem poder fazer as coisas da maneira como estamos acostumados. Mesmo para quem se prepara, é um baque.

A crise, quando vier, não vai anunciar a sua chegada com estardalhaço. Muitas vezes estaremos num cenário de crise sem nem perceber à princípio. Por mais que nos preparemos, não vamos achar que toda vez que ficamos sem energia, ou que toda vez que faltar água, é por que a crise começou. Nós, como todo mundo, vamos demorar um pouco a perceber que o negócio ficou sério. Vamos esperar um pouco para as coisas voltarem ao normal.

Mesmo num evento insignificante como o descrito acima, mostra a importância da preparação. Se não tivéssemos água guardada, estaríamos sem banho e com a privada suja. Se a situação perdurasse, teríamos que ir atrás de água. Num mundo normal, poderíamos recorrer aos vizinhos, aos pais, aos sogros, até mesmo aos amigos. Mas, diante de um cenário de crise, não ter água seria fatal. O banheiro se transformaria num potencial foco de doenças. Eventualmente iria acabar a água mineral. E aí? Desespero na certa.

Devemos, portanto, nos manter sempre preparados, e dar especial atenção à questão da água. As notícias sobre a situação das reservas de água para o consumo nas cidades não são animadoras. E pode ser que este episódio descrito acima possa ser um problema mais sério do que pensamos à princípio.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Dez dos itens desejáveis numa BOB

Aconteceu. A tão temida SHTF virou realidade. E aconteceu numa hora em que estamos longe de nossas preparações e refúgios. Pensando num cenário assim, muitos preparadores possuem uma mochila básica de emergência ou BOB (Bug-Out Bag), com itens que possibilitarão meios para se manter adequadamente alimentado e hidratado por alguns dias, assim como equipamentos para orientação e defesa pessoal.
Portanto, eis o que eu colocaria numa BOB.

1) Bússola e mapas.

Estamos muito mal acostumados com o GPS e mapas do Google. Usamos os dois sempre em conjunto nas mais diversas situações em aparelhos como celulares e tablets. Porém, num cenário em que não teremos nem energia elétrica e nem internet, tais aparelhos se tornam inúteis (salvo se você tiver aplicativos que possam usar GPS sem internet num celular como o Maps.Me, se a SHTF em questão não desabilitou os satélites de GPS e se você tiver como carregar o celular sem usar a rede elétrica). Assim é importante ter uma boa e velha bússola e mapas, pelo menos da região onde estaria o seu refúgio, ou pelo menos, da região para onde você pretenderia fugir. E para usar a bússola e os mapas, é importante ter noções de orientação e saber interpretar corretamente as informações dos mapas.

2) Fósforos, Isqueiros e Lentes de Aumento

A utilidade do fogo é imensa. Da preparação de alimentos até a purificação da água através da fervura, é sempre bom ter meios de se fazer fogo rapidamente. Fósforos e isqueiros são muito úteis numa BOB. E eu ainda colocaria uma lente de aumento, por ela ser uma maneira adicional de se iniciar um fogo, pelo menos em dias ensolarados.

3) Kit Médico

Gaze, esparadrapo, anti-alérgicos, analgésicos, remédios contra má-digestão, descongestionantes nasais, anti-sépticos, anti-inflamatórios e muitos outros tipos de medicamentos podem ser colocados em uma pequena caixa. Caso você use algum medicamento específico, devido à algum problema de saúde, estes devem estar tanto na sua mochila quanto nas suas preparações.

4) Muda de Roupas e Um Par de Botas

Por não se saber exatamente quanto tempo vai se passar até que se chegue no refúgio, é importante ter tanto uma muda de roupas sobressalente quanto um par de botas, que são calçados resistentes. É importante para se ter um certo conforto e também, em caso de chuva, poder trocar uma roupa molhada por uma seca. Se a sua mochila não for impermeável, embale as roupas com sacos plásticos.

5) Armas

No Brasil, a lei é muito restrita quanto ao porte de armas. Mas numa situação de emergência, ter alguma arma de fogo pode salvar a sua vida, por desencorajar eventuais agressões. Porém, uma arma só deve ser usada em último caso. O ideal é algo que combine um bom poder de fogo com pequeno tamanho e peso. Se você não tiver uma arma de fogo, uma faca ou qualquer outro tipo de lâmina cortante pode ser usado.

6) Alimentos e água

Alimentos energéticos, como barras de cereais, chocolate, frutas secas, castanhas, além de rações de sobrevivência, devem ter um espaço na sua mochila, bem como um cantil com água e tabletes purificadores. Como a água pesa bastante, muito provavelmente você terá que encontrar alguma fonte no caminho. Daí a importância de ter métodos de purificação de água.

7) Capa de Chuva

Essas baratinhas, de plástico, que ocupam um lugar mínimo na mochila são uma boa pedida. Elas não vão te deixar totalmente seco em caso de chuva muito forte. Mas é muito melhor do que ficar totalmente encharcado em pouco tempo.

8) Binóculos

Em situações de emergência é sempre bom ficar atento aos arredores. Um binóculo pode possibilitar uma boa visão das cercanias e também de possíveis ameaças, como emboscadas.

9) Manta térmica aluminizada

Ocupa pouco espaço na mochila e será muito útil caso você tenha que passar a noite ao relento. Elas retêm o calor gerado pelo corpo e são levíssimas. Mas devem ser manuseadas com cuidado, pois são frágeis.

10) Boa cabeça e bom corpo

De nada adianta ter uma mochila preparada se os principais elementos não estiverem funcionando: Seu corpo e sua cabeça. Resistência física é fundamental pois, uma BOB pesa para caramba! E lembre-se que você estará numa situação de estresse que, por si só, já é um fator de desgaste.
Seu preparo mental também tem que ser forte. Não há lugar para desespero ou ações impensadas. Você tem que tomar atitudes coerentes e evitar ao máximo se expor. E, se você estiver acompanhado, deve transmitir calma e sobriedade para quem estiver com você,

Gostaria de saber a opinião de vocês. Que outros itens vocês acrescentariam numa BOB? Retirariam algum dos que eu coloquei?

Devemos sempre nos manter preparados. E atentos!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Dez das plantas mais venenosas do Brasil

Assim como existem animais peçonhentos, existem plantas que podem ser perigosas. Sua ingestão, ou mesmo contato com suas secreções, sementes ou pelos podem causar diversos males, que vão de alergias à morte, passando por problemas cardíacos, intestinais, edemas e outros. Pessoas com histórico de alergias devem tomar extremo cuidado com estes tipos de plantas, pois os efeitos de um contato podem ser muito potencializados. Embora algumas delas sejam utilizadas para fins medicinais, todo cuidado é pouco.
Segue abaixo uma lista de dez das plantas mais venenosas que existem em território nacional.

1) Aroeira



Nome popular: pau-de-bugre, coração-de-bugre, aroeirinha preta, aroeira-do-mato, aroeira-brava.

Nome científico: Lithraea brasiliens March


Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: o contato ou mesmo, em alguns casos, a proximidade causa reação dérmica local (bolhas, vermelhidão e coceira), que pode persistir por vários dias. A ingestão pode provocar manifestações gastrointestinais.

2) Bico-de-papagaio



Nome popular: rabo-de-arara, papagaio

Nome científico: Euphorbia pulcherrima Willd

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a seiva leitosa da planta causa lesão na pele e mucosas, inchaço nos lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira. Se tiver contato com os olhos, provoca irritação, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e dificuldades de visão. A ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia.

3) Chapéu-de-Napoleão



Nome popular: jorro-jorro, bolsa-de-pastor

Nome científico: Thevetia peruviana Schum

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a ingestão ou o contato com o látex pode causar dor em queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem levar a morte.

4) Cinamomo



Nome popular: jasmim-de-caiena, jasmim-de-cachorro, jasmim-de-soldado, árvore-santa, loureiro-grego, lírio-da-índia, Santa Bárbara.

Nome científico: Melia azedarach L.

Parte tóxica: frutos e chá das folhas.

O que provoca: a ingestão pode causar aumento a salivação, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia intensa. Em casos mais graves, pode ocorrer depressão do sistema nervoso central.

5) Avelós



Nome popular: graveto-do-cão, figueira-do-diabo, dedo-do-diabo, pau-pelado, árvore de São Sebastião.

Nome científico: Euphorbia tirucalli L.

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a seiva leitosa da planta causa lesão na pele e mucosas, inchaço nos lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira. Se tiver contato com os olhos, provoca irritação, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e dificuldades de visão. A ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia.

6) Comigo-ninguém-pode



Nome popular: aninga-do Pará

Nome científico: Dieffenbachia picta Schott

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, inchaço dos lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. Em contato com os olhos, pode provocar irritação e lesão da córnea.

7) Copo-de-leite



Nome popular: copo-de-leite

Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, inchaço dos lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. Em contato com os olhos, pode provocar irritação e lesão da córnea.

8) Espirradeira



Nome popular: oleandro, louro rosa

Nome científico: Nerium oleander L.

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: O contato com o látex ou a sua ingestão pode causar dor em queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem levar à morte.

9) Mamona



Nome popular: carrapateira, rícino, mamoeira, palma-de-cristo, carrapato.

Nome científico: Ricinus communis L.


Parte tóxica: sementes

O que provoca: a ingestão das sementes mastigadas causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia mucosa e até mesmo sanguinolenta. Nos casos mais graves, ocorrem convulsões, coma e óbito.

10) Mandioca-brava



Nome popular: mandioca, maniva

Nome científico: Manihot utilissima Pohl (Manihot esculenta ranz)

Parte tóxica: raiz e folhas

O que provoca: a ingestão causa cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, taquipnéia, acidose metabólica, agitação, confusão mental, convulsão, coma e morte.





sexta-feira, 11 de julho de 2014

Os 8 animais mais peçonhentos do Brasil

Ser picado por uma criatura venenosa em dias normais já é motivo de extrema preocupação, especialmente se você estiver a várias horas de um hospital. No caso de uma SHTF então, é muito, muito pior. Muitas vezes dá para evitar acidentes conhecendo os tipos de animais perigosos. Os antídotos estão disponíveis nos hospitais de emergência e, neste caso, se possível, é interessante levar o animal que o picou, pois será de grande valia a rápida identificação do veneno.
Os soros específicos para as picadas destes animais são os seguintes:

Para picada de Cobra:

Jararaca: Soro Antibotrópico

Cascavel: Soro Anticrotálico

Surucucu: Soro Antilaquético ou Antibotrópico-laquético

Coral: Soro Antilapídico

Para picada de Aranha:

Armadeira e Marrom: Soro Antiaracnídico

Para picada de Escorpião:

Se necessário, tratamento com soro específico chamado Antiescorpiónico.

Recentemente, os soros para a picada de cobra tem sido produzidos em pó, para maior durabilidade e estabilidade. Pode ser interessante ter este tipo de medicamento em suas preparações. É interessante também, saber se qualquer pessoa pode adquirir.
Abaixo, as fotos dos 8 animais pais peçonhentos do Brasil.

1 - Jararaca



2 - Cascavel



3 - Surucucu


4 - Coral verdadeira


5 - Aranha marrom


6 - Armadeira


7 - Viúva-negra


8 - Escorpião amarelo


BioInsegurança

Toquei neste assunto recentemente, mas eu acredito que seja necessário falar um pouco mais sobre isto, face à novas notícias que surgiram.

Hoje li uma matéria que me soa no mínimo inquietante. Acharam frascos com vírus da varíola em caixas de papelão abandonados em um depósito desativado do Instituto Nacional de Saúde, em Washington, EUA (a matéria está aqui). Alegaram que os frascos estavam congelados e lacrados e que o vírus em seu interior estava morto. Eu sou completamente leigo em relação à tudo que envolve biossegurança, mas deixar um material tão perigoso como esse "esquecido" é uma negligência sem tamanho. Se o material não estava devidamente registrado, qualquer pessoa poderia, em princípio, tomar posse dele. E se, ao contrário do que dizem, o vírus não estava morto, apenas latente? Ou, mesmo que morto, houvesse material suficiente para que pessoas com más intenções pudessem recriar o vírus? A varíola foi uma doença que se extinguiu em meados do século passado. Se uma nova cepa desse vírus aparecer, nós não temos defesa imunológica contra ela. Amostras são mantidas guardadas para pesquisa, o que na minha opinião é uma tremenda loucura.
Este episódio é assustador porque ocorreu num dos países onde a questão da biossegurança é levada mais à sério, e onde existem órgãos de controle de doenças, como o CCD,  que são responsáveis por registrar este tipo de material. Agora, imagine o que pode acontecer em países como a Rússia ou outras antigas repúblicas soviéticas. Existem amostras do vírus da varíola guardadas também na antiga União Soviética, onde os mecanismos de controle são menos severos.
E o perigo não é só relativo ao vírus da varíola. O que impede a possibilidade, por exemplo, de um bioterrorista de extrair amostras do vírus Ebola de algum dos doentes, ou até mesmo de cadáveres para estudo? Os países do atual surto são paupérrimos e muito provavelmente umas poucas dezenas de milhares de dólares (talvez muito menos) resolveriam o problema do potencial bioterrorista. Se esta praga adquirir a capacidade de transmissão de pessoa para pessoa por via aérea, pode tornar o Antraz brincadeira de criança. Como as agências responsáveis pela biossegurança estão se preparando para a eventualidade do Ebola ser usado como arma? Existe algum controle desta natureza sendo feito? Muito provavelmente não, pois não conseguem nem controlar o fluxo de pessoas contaminadas entre as fronteiras desses países. Já existe a suspeita de que a doença chegou à Gana, tornando este país africano o quinto a ter casos de Ebola no atual surto.
Pelo que sei, ao contrário do que é mostrado em filmes como Resident Evil, em que um sujeito entra e sai de laboratórios de biossegurança máxima como se tivesse entrando e saindo da casa da Mãe Joana, o processo de entrada e saída de um laboratório assim demora cerca de 24h. São várias etapas até chegar à área onde estão os microrganismos mais perigosos. E ainda mais etapas para a saída. Medidas como essa são tomadas tanto em laboratórios governamentais como em empresas de biotecnologia. Mas, quem garante que cientistas financiados por algum grupo, para usar a biotecnologia como arma, estejam trabalhando com esse tipo de coisa sem muito cuidado com a segurança? Ou mesmo que haja todo esse cuidado, quem garante que o produto das pesquisas não será usado em atentados? Quem garante que alguém ache a sociedade ocidental imoral e decadente e a partir daí querer infectar as principais cidades com o produto de seu trabalho?
Sabemos que os serviços de informação das principais potências mundiais certamente levam esse tipo de terrorismo muito à sério. Mas, vejam o estrago que um Eduard Snowden causou à NSA e ao governo americano.
Tudo não passa de conjecturas. Talvez não seja tão fácil usar microrganismos como arma. Talvez não seja fácil esconder instalações de pesquisa para esse fim. Imagino que não há pessoas especializadas nas áreas extremamente específicas da biotecnologia dando sopa por aí. Acredito até que os governos monitoram muito bem quem resolve estudar este tipo de coisa. Mas, por outro lado, existe a sedução do dinheiro. E sabemos que algumas pessoas são bem suscetíveis à ela.
E, mesmo sem o nefasto auxílio do homem, a Natureza pode produzir combinações de microrganismos potencialmente letais. A maioria das pandemias, como a Gripe de 1918 surgiram quando ainda nem se sabia o que era um vírus.
O que nós, sobrevivencialistas, podemos fazer é ficar sempre atentos às notícias, e, em caso de pandemias, agir da melhor forma possível. Se refugiar, ficar longe de grandes aglomerações de pessoas, ter as suas preparações...

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O que os 7x1 nos ensina

Ontem, podemos dizer que aconteceu uma SHTF na Seleção. Dos 11 aos 30 min do primeiro tempo, a Alemanha fez 5 gols. O que causou isso? A falta de preparação, a falta de planejamento, a falta de estudo e a falta de controle emocional.
Tudo estava caminhando razoavelmente bem. O nível de preparação parecia adequado. Nada poderia atingir o confiante time. Então vem o primeiro gol, um aviso de que era preciso prestar atenção e tomar atitudes para evitar maiores problemas e possibilitar a busca pelo empate. Mas nenhuma mudança foi feita. Então vem o segundo gol, o terceiro, o quarto, o quinto. Pronto! Tudo perdido. Tarde demais para se tomar alguma medida. O despreparo e o desespero tomou conta do time e nada mais dava certo. Superestimar as suas medidas, e subestimar a fonte de seus problemas foi o maior erro de quem comandava o time, tanto dentro de campo, como fora dele.
Assim é a nossa vida. Em primeiro lugar, devemos nos preparar para os mais diversos cenários. Nunca relaxar e achar que estamos suficientemente preparados. Sempre devemos procurar falhas, imaginar aonde podemos melhorar. Devemos estar atentos aos avisos. O "adversário" tem tentado fazer o equivalente ao primeiro gol, em várias frentes, como a distribuição de energia e acesso à internet As nossas defesas são a informação e a capacidade de reação.
Se o "adversário" fizer o primeiro gol, ou seja, se um cenário de crise for desencadeado, devemos agir imediatamente. Ir para o refúgio, verificar novamente os itens de sua preparação para ver se não tem nada faltando, e, acima de tudo, entender tudo o que diz respeito à crise que está ocorrendo. Muitas pessoas agirão como o técnico e o capitão da Seleção. Não vão ver um perigo imediato e vão ficar imóveis, sem tomar nenhuma atitude. Então a situação piora e o "adversário" faz o segundo gol. Os serviços que fazem a sociedade funcionar vão para o brejo. Ontem você poderia comprar água e mantimentos com seu cartão de crédito. Hoje só com dinheiro vivo. Amanhã, só trocando por outros objetos que venham a ser necessários. Aí começa o desespero. E junto vem a fome, a sede, a dor, a incerteza. Vários gols do "adversário" em um curtíssimo espaço de tempo.
A grande diferença entre a Copa e a vida real é que, a derrota de um time de futebol não vai te matar. Talvez vá te envergonhar por muito tempo. Mas é só...
Todos vão sentir o baque de uma SHTF. Mas quem se prepara não vai deixar que isso se transforme em uma situação desesperadora, em uma "goleada". A preparação pode garantir o gol de empate. Só não saberemos como será a prorrogação...

domingo, 6 de julho de 2014

Relógios de Pulso

Nos dias de hoje estamos cercados por invenções que dão a impressão de que jamais poderemos viver sem elas novamente. Computadores, celulares, tablets, internet, caixas eletrônicos, carros, aviões, chocolate. A lista é praticamente infinita. 
Outro dia, fiz uma pergunta à algumas pessoas. Perguntei qual das invenções do século XX/XXI elas mais sentiriam falta. A maioria falou celular, internet, computador, redes sociais carros. Só que existe uma, tão presente na nossa vida, tão indispensável, e tão incorporada às outras, que nem nos damos conta. Sua ausência certamente seria a mais sentida. Podemos viver sem internet, sem celular, sem carro, sem chocolate. Mas não podemos viver sem contar o tempo, de alguma maneira. Não podemos viver sem relógios.
São poucos os lugares no mundo onde o relógio não tenha importância. Ele é um organizador da vida diária há muito tempo. E se tornou um objeto de uso universal nas cidades e no campo, principalmente depois da popularização do relógio de pulso. Existem centenas de modelos, com as mais diversas funcionalidades. 
Mas, vamos supor que ocorra um cenário de crise grave, que destrua as bases da moderna civilização tecnológica. Isso tornaria o relógio inútil? Na minha opinião, de maneira alguma. O relógio continuaria a ser um elemento organizador. Ele facilitaria nosso planejamento pós-crise. Poderíamos distribuir tarefas com duração determinada com muito mais facilidade. Ele ajudaria a diminuir a sensação de desnorteamento causada pelo fim de toda a comunicação, da energia elétrica, das coisas as quais estávamos acostumados durante toda a nossa vida. Ele teria o poder de tornar um pouco menos brutal a transição entre o mundo atual e um mundo pós SHTF. 
É importante ter nas suas preparações alguns relógios. Esses relógios digitais de pulso, baratinhos, são na verdade bastante confiáveis e muito precisos. Praticamente não precisam de manutenção e suas baterias duram anos. E dá para fazer um estoque de baterias para eles, que são muito baratas. 
Existe uma questão filosófica sobre relógios e tempo. Muitos dizem que somos escravos do tempo, que os minutos nos torturam, que tempo é dinheiro e por aí vai. Pode ser até verdade. Mas, falando de forma pragmática, para quem passou a vida toda contando o tempo, seria muito difícil viver sem relógios. Talvez crianças nascidas num mundo pós SHTF não se sentissem presas ao relógio. Mas certamente contariam a passagem do tempo de alguma maneira. Contar o tempo é inerente ao ser humano.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Fim da Realidade?

Gostaria de abrir uns parênteses nos textos de temática sobrevivencialista/preparação para externar uma preocupação minha com algo que, a meu ver, pode ser mais perigoso para a humanidade do que possíveis cenários de crise.
Boa parte da humanidade já é escrava da internet e dos smartphones. Para muitos, ficar sem a conexão e sem o aparelho pode ser tão perturbador quanto perder um ente querido. Mas, apesar de seu poder viciante, esta combinação altera a realidade de forma muito limitada.
Agora, eis que surge um dispositivo tão promissor que Mark Zuckerberg, dono do Facebook, já investiu 2 bilhões de dólares de seu próprio bolso, depois de testá-lo por uma hora. O nome dele é Oculus. A máquina mistura realidade virtual e estimulação do córtex cerebral via software. Deve ser algo realmente impressionante, para convencer Zuckerberg a investir uma fortuna nesse aparelho.
E aí é onde mora o perigo. Se um simples smartphone conectado à internet tem um poder enorme sobre a vida de muitas pessoas, o que uma máquina assim pode fazer? Se um cenário qualquer pode ser simulado de forma tão perfeita, porque as pessoas vão querer voltar à dura realidade? Se as pessoas encontrarem uma maneira de ser o que elas aparentar ser nas redes sociais, porque vão querer voltar à vida anterior? Se esse dispositivo realmente tem o poder de enganar o cérebro e dizer ao corpo para sentir frio quando na verdade está calor, como não inserir na mente das pessoas os mais diversos padrões de comportamento? Um aparelho desses, aliado à internet, pode ser uma ferramenta de controle absurdamente poderosa.
Mas, tudo isso pode ser um exagero. Pode ser que, mesmo sendo fantástico, tal aparelho não consiga enganar realmente o cérebro. Pode ser que possamos distinguir o que é a simulação criada pelo Oculus e o que é realidade.
Entretanto, a simples ideia de um aparelho assim, me deixa receoso. As pessoas que controlam a nossa sociedade sempre buscaram formas de exercer o seu domínio. E se este domínio pudesse ser imposto sem usar a força? E se as pessoas ansiassem por este domínio? E, é sempre bom lembrar que a tecnologia está avançando, pelo menos em alguns pontos, de forma absurdamente rápida.
Este dispositivo talvez tenha o poder de gerar a mãe de todas as crises: O fim do pensamento livre.
É bom ficar de olho!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Livros Interessantes

Olá amigos.

Segue uma série de livros que eu indicaria porque, de uma forma ou de outra, as suas estórias envolvem caos, sobrevivencialismo e preparação. Alguns deles podem soar bem plausíveis, como as cada vez mais intensas e devastadoras mudanças climáticas. Outros, até mesmo por terem sido escritos na primeira metade do século XX, soariam totalmente impossíveis. Mas uma coisa que todos tratam com maestria é a reação das pessoas à queda da civilização e a luta pela sobrevivência num mundo totalmente novo e imprevisível.
Alguns deles foram transformados em filme, com resultados que vão do sensacional (A Estrada) ao bisonho (O Dia Depois de Amanhã). Valerão muito à pena as horas gastas na leitura dessa lista abaixo:

- Devastação - René Barjavel
- Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago
- Eu Sou a Lenda - Richard Matheson
- O Dia Depois de Amanhã - Whitley Strieber
- Fugindo do Caos - Poul Anderson
- A Estrada - Cormac McCarthy
- O Colapso de Tudo - John Casti

Este último livro não é um romance, mas uma análise sobre possíveis problemas que poderiam ameaçar a humanidade, e que são causados unicamente pelo próprio homem. Imagino que todo sobrevivencialista já deva ter ouvido falar deste.
Quem tiver lido outros livros que tenham alguma coisa em comum com sobrevivencialismo, por favor, compartilhe.

Pandemia, OMS, MSF e o que não sabemos

Temos acompanhado nos noticiários internacionais o mais recente surto de Ebola, no oeste da África. Países como Mali, Serra-Leoa, Guiné e Libéria estão sendo infectados com a mais extensa epidemia da doença já vista neste século. O que é realmente perturbador não é a doença em si, mas a maneira como as organizações internacionais estão lidando com isso. Em 2012, Uganda foi atingida por um surto de Ebola. O MSF (Médicos Sem Fronteiras) treinou equipes médicas ugandenses e construiu instalações que possibilitaram não só o controle do surto, como também a possibilidade de conter novos problemas no futuro. A pergunta chave é porque tal organização, que é financiada por doações de países que tem interesses na área do atual surto, como a França, não tomou medidas semelhantes nos países africanos atualmente afetados pela doença?
Vejamos o exemplo de Mali. Este país tem unidades militares francesas em seu território. É um país chave para as ambições do país europeu no continente. A França investe milhões de euros para manter as chamadas "operações militares em prol da democracia e direitos humanos". Então, porque não usar uma pequena parte desse dinheiro para, como foi feito em Uganda, para proteger a população deste país contra surtos de doenças mortais? E porque a OMS (Organização Mundial da Saúde), ao detectar os surtos, não mandou imediatamente equipes especializadas (como aparece nos filmes de Hollywood) para lá?
Nós, ocidentais, somos manipulados pela mídia e acreditamos que, em caso de surtos de doenças mortais, estas organizações internacionais vão agir imediatamente, em qualquer lugar do mundo, afim de proteger a humanidade de algo realmente grave. Mas na verdade, a realidade é muito mais complexa, e muito mais cruel.  Vamos imaginar algumas situações:

1) Um surto de influenza na Coréia do Norte.

Como qualquer organização mundial (quer dizer, ocidental, ou seja OMS ou MSF)  iria entrar no país mais fechado do mundo, para conter o que quer que seja? Mesmo que houvesse pressão dos aliados norte-coreanos, como a China, para que tal medida fosse tomada, não seria algo imediato. Poderia demorar semanas e haveria, sem dúvidas, o risco de tal doença se espalhar pela Ásia. A Coréia do Norte é bastante isolada, mas não é 100% fechada. Nada impediria por exemplo que eventuais turistas (há algumas visitas guiadas ao país) ou diplomatas viessem a ser contaminados com o vírus e o levassem para seus países de origem.

2) Experiências?

Voltando ao caso do Mali. Quando vemos a negligência francesa ao não proteger minimamente a população de sua "colônia" africana parece haver algo mais sinistro no ar. Infelizmente não há método mais eficiente de se estudar o comportamento de uma doença do que deixando-a disseminar-se em uma determinada população. Sabemos que as grandes potências mundiais muitas vezes já usaram (e ainda usam) determinadas populações como verdadeiras cobaias. O exemplo máximo disso foi o ataque americano à Hiroxima e Nagasaki. Não havia nenhum motivo para tal ataque, a não ser testar os efeitos da bomba atômica em cidades reais, com populações reais.
Porém, deixar propositalmente uma doença se espalhar em uma população é uma extrema irresponsabilidade. E quem está fazendo isso pode pagar caro depois. Quem garante que tal doença não se torne incontrolável? Quem garante que um vírus Ebola não possa adquirir a capacidade de ser transmitido pelo ar? A verdade é que se conhece muito pouco sobre o Ebola. Existe a possibilidade de que tal vírus seja produto não da Natureza, mas do homem? A forma como as potências estão agindo nessa crise parecem reforçar isto. Mas, pensando bem, é melhor não supor nada. Só o fato de não ajudar as populações atingidas por esta doença já é grave o suficiente.

3) SARS e mídia

As reações desequilibradas da mídia em relação à esta e outras doenças à princípio podem parecer exagero. Mas na verdade, parecem ser feitas de forma totalmente premeditadas. Se a mídia alardeia que um surto de SARS pode virar uma pandemia mundial, que estamos todos em grande perigo, mas que depois os casos da doença são relativamente poucos, isso vai levar a população em geral a agir da seguinte maneira:
- Nunca mais vão acreditar em notícias alarmantes sobre surtos de doenças
- E, se não acreditam mais em surtos de doenças, provavelmente não lerão as notícias sobre o atual surto de Ebola e o sofrimento pelo qual populações pobres da África Ocidental estão passando. Ao fazer isso, a poderosa opinião pública, que poderia exigir ações mais enérgicas para combater a doença, ficará inativa. E as grandes potências mundiais continuarão, na surdina, a fazer o que bem entenderem em muitos lugares do mundo.
Se você sair na rua hoje e perguntar às pessoas se alguém sabe que um surto de Ebola está em curso na África, certamente a maioria mostrará desconhecimento. E, mesmo as que possam vir à saber farão pouco caso.

O que quero dizer com tudo isso é que não podemos confiar em nada. Que, em caso do surgimento de doenças contagiosas, cada área do mundo terá um tratamento, de acordo com sua importância no cenário geopolítico. É irresponsável pensar dessa maneira. Com o mundo tão interligado, alguém contaminado com qualquer doença pode estar em qualquer lugar do mundo em um dia. Mas, os poderosos ainda não aprenderam que as doenças não escolhem ricos ou pobres. Sabemos muito pouco. Afinal só começamos a estudar mais seriamente os seres vivos há poucas décadas. A Natureza está há milhões...
Dependeremos exclusivamente de nossa sensibilidade para perceber potenciais perigos.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Uso da Água

Antes de começar este post, gostaria de dizer que eu penso e ajo como preparador. Eu tenho um refúgio, aonde tenho estocado diversos itens que podem garantir a minha sobrevivência e a do meu núcleo. O meu núcleo são os meus familiares mais próximos, que acreditam que a preparação pode nos salvar de problemas muito sérios. Porém, temos a consciência de que, por mais preparado que se esteja, dependendo do tipo e da extensão da crise, não há garantias de que tudo dê realmente certo. Mas as chances de sobreviver são bem maiores para quem se prepara. Talvez não testemunhemos cenários de crise gravíssimos durante nossas vidas. Ou talvez este cenário comece agora, ou no mês que vem...

Lendo vários posts sobre o uso da água durante um cenário de crise, em vários dos grupos sobrevivencialistas nas redes sociais, vi várias interpretações. Uns defendem que a quantidade usada teria que ser de apenas 2 a 3 litros por dia, o que é o suficiente para manter uma pessoa hidratada. Já outros pensam também em outras necessidades, como higiene pessoal, por exemplo. Um simples banho, de 5 minutos consome algo em torno de 40 litros de água.
Devemos levar em consideração que, tempos de crise exigirão uma alteração de rotina. A prioridade sempre será a água para beber. Ter um estoque de água potável nas suas preparações é indispensável. Eu opto por armazenar galões de 20 litros de água mineral. Como este tipo de água tem um certo tempo de validade, faço rodízio. Construímos várias cisternas para captação de água das chuvas. Sempre as mantemos cheias, nem que para isso, durante a estação seca, precisemos comprar água de carros-pipa. A água das cisternas pode servir para consumo, mas só depois de ser devidamente purificada. Por exemplo, hipoclorito de sódio é um excelente purificador. É a nossa reserva de água potável quando os galões de água mineral acabarem.
Banhos são indispensáveis, assim como a limpeza dos cômodos.Aprendemos a fazer tudo isso usando o mínimo de água possível. No banho, eu me molho, fecho a torneira, me ensaboo, abro a torneira o suficiente para o enxague e pronto. Na limpeza dos cômodos, basta um balde com água e desinfetantes.E, embora não seja confortável, optamos por não usar vasos sanitários em tempos de crise.Seis litros de água por descarga é um luxo que devemos dispensar. Faremos nossas necessidades ao ar livre e as enterraremos. Para quem não tem espaço, uma ideia interessante pode ser uma caixa de areia, semelhante a que gatos usam. Como eu já disse, não é nada legal, mas melhor assim que perder litros de água preciosa. Em relação à lavagem de roupas, faremos tudo manualmente. As máquinas de lavar consomem água demais e também energia, que em muitos cenários pode não estar disponível.
E, de acordo com a disponibilidade de água e sempre tendo em mente que o mais importante é a água para beber, reduziremos a frequência dos banhos e da lavagem de roupas. E a limpeza terá que ser feita exclusivamente com detergentes.
Devemos lembrar que existem inúmeros níveis de crise. Mas o preparador deve pensar sempre no pior caso. Blecautes generalizados ou colapso da internet são acontecimentos bem improváveis, mas não impossíveis. E pensar em como usar e armazenar a água pode ser a diferença entre sobreviver ou não.

PS - Muitos alimentos tem água na sua composição, o que pode ajudar na hidratação.