domingo, 26 de abril de 2015

A Importância da Prática

Os sobrevivencialistas sabem o que é necessário para passar por momentos de crise. De preparações à boa forma física, do uso de ferramentas ao manuseio de armas. Mas uma questão me chamou a atenção nesses dias:

Devemos praticar exaustivamente as habilidades que poderão fazer diferença em caso de SHTF.

Há 15 dias, fiz algumas coisas que seriam necessárias durante uma crise:

- Acender um fogo com pederneira.
- Acender um fogo usando uma lente e o sol.
- Acender um fogo usando atrito.
- Atirar com revólver em alvos fixos e móveis.
- Correr 2km em terreno muito acidentado carregando uma mochila com aproximadamente 10kg.

Na teoria (e nos programas do Discovery Channel) parece ser tudo muito fácil. Mas digo, com franqueza, que as únicas atividades nas quais tive um desempenho que considero satisfatório foi acender um fogo com pederneira e atirar em alvos fixos.
Nas outras atividades fui muito mal. Não consegui acender o fogo com lente e muito menos com fricção. Quando estava correndo com a mochila no terreno acidentado, logo cansei e não aguentei. E olhe que corro regularmente. Mas não é a mesma coisa correr na rua e num terreno acidentado, ainda mais com um peso.

Este teste serviu de alerta. Hoje, fui refazer as atividades nas quais eu fracassei. Continuei sem conseguir acender fogo com lente e com fricção. Mas, ao menos acertei alguns tiros em alvos móveis (um amigo estava jogando objetos para que eu pudesse acertá-los) e a corrida com a mochila foi menos penosa, mas ainda assim muito longe do ideal.

A prática é fundamental para que possamos melhorar nosso desempenho e avaliar nossos pontos fracos. Caso aconteça alguma SHTF a minha ideia é correr para meu refúgio. Mas, num cenário extremamente incerto, no qual não teremos nenhuma garantia, é importante manter certas habilidades afiadas.

Nunca devemos baixar a guarda!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A Morte Silenciosa

Em 2014, velejador cruzou cerca de 3000 milhas de Oceano Pacífico. Nenhuma ave, nenhum peixe. Dez anos antes, quando ele fez a mesma viagem, ele pescava pelo menos um peixe por dia. As aves marinhas pousavam no mastro de seu barco para descansar. Agora, durante toda a viagem, ele conseguiu pescar dois peixes. Ele encontrou com diversos barcos de pesca de atum, que usavam redes de arrasto. Pescavam o atum e jogavam os peixes mortos de outras espécies de volta ao mar. Para completar, na rota do barco há áreas gigantescas com destroços do grande tsunami do Japão. Há de tudo. Postes de energia, chaminés, containers, linhas de pesca, pedaços de plástico de todos os tamanhos, pneus, manchas de óleo e combustível... Segundo este velejador, o silêncio era terrível.
Muitas ilhas, em todos os oceanos, recebem em suas praias muito lixo trazido pelo mar. No Atlântico, existe uma ilha imensa de lixo, situada próxima ao litoral do México. Os efeitos de tamanha poluição sobre a cadeia alimentar dos oceanos está sendo negligenciado pelos governos. Com o passar do tempo, o plástico vai se desfazendo, se transformando em pequenas partículas. Muitas formas de vida confundem o plástico com alimento, o que acaba ocasionando a sua morte. Este fato, aliado à pesca excessiva e totalmente insustentável está tornando a pesca uma atividade cada vez mais difícil. Muitas espécies de peixe começam a rarear.
Um cientista e músico americano, especialista em estudar sons de animais na Natureza, tem tentado alertar as autoridades para o fato de que o mundo está cada vez mais silencioso. Com o passar dos anos, muitas espécies de pássaros e outros animais sumiram, em todos os ecossistemas, em todos os lugares do planeta. Desnecessário dizer o tamanho do impacto que isto traz.
Estamos caminhando para uma situação insustentável. A morte é silenciosa. E os poucos que tentam fazer barulho em relação à este perigo não são ouvidos...

Alguns artigos assustadores sobre o que está acontecendo...

O Oceano Está Quebrado
Mundo Animal Silencioso

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A Crise Hídrica Não Acabou

Nos 2 últimos meses tem chovido acima da média em alguns dos locais mais ameaçados pelo fantasma da falta de água no Brasil. Um exemplo é o tão falado Sistema Cantareira, que recuperou água do segundo volume morto e pouco mais da metade do primeiro volume morto. Isto parece ser uma ótima notícia. Mas não se engane. Em Abril de 2014 o nível deste manancial girava em torno de 10% de volume útil, ou seja, não se usava a reserva técnica dos volumes mortos. E na época, a preocupação já era grande com a pouca oferta de água. Outro agravante é que em Maio de 2014, para tentar reduzir o ritmo de queda do Cantareira, outros sistemas, como o Alto Tietê e o Guarapiranga foram usados como reforço. Situação que ainda perdura.
A grande preocupação que surge no horizonte é que, se o nível de chuvas durante o restante deste ano se mantiver nas médias históricas, chegaremos em 2016 a um nível ainda mais crítico nos reservatórios do Cantareira. Mas ninguém toca no assunto.
Brasil afora, existem outros lugares nos quais as chuvas simplesmente foram insuficientes para trazer algum alívio para os reservatórios. No Nordeste, 54 municípios estão literalmente sem água. Na cidade onde vivo, as chuvas não foram suficientes e o principal reservatório está com pouco mais de 20% de sua capacidade. Ele não resistirá ao próximo verão.
E os problemas não param por aí. Segundo o mais recente relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico, divulgado ontem, o nível dos reservatórios de duas das principais hidrelétricas do país, Sobradinho e Furnas, gira em torno dos 20%. O país ainda está usando todas as termelétricas que só seriam acionadas caso a geração hidrelétrica não fosse suficiente para garantir o abastecimento.
Mesmo em outros países, existem crises hídricas em andamento. O estado da Califórnia, nos EUA, acaba de decretar racionamento. O consumo terá que ser reduzido em 25%, pois a quantidade de água usada é maior do que a capacidade de reposição dos mananciais.
Diversos estudos comprovam que o grau de desperdício de água no Brasil é altíssimo. Mas, como é de praxe, as autoridades vão empurrando o problema com a barriga. Nada está sendo feito no sentido de melhorar os sistemas de distribuição de água no país.
Pode soar pessimista. Mas, o que estamos passando agora vai ser brincadeira de criança se comparado ao que passaremos daqui a um ano. A não ser que o milagre das chuvas acima da média continue ocorrendo durante o ano e que se espalhe por todo o país, o que, convenhamos, é pedir demais a São Pedro. A situação continua muito séria e, com o passar dos anos, a tendência é de que fique ainda mais séria.
Não devemos baixar a guarda. Continue a armazenar água, de todas as formas possíveis. Mantenha-se extremamente atento e acompanhe os sites de monitoramento dos reservatórios. Não confie, nem na mídia e nem no poder público...