Antes de começar este post, gostaria de dizer que eu penso e ajo como preparador. Eu tenho um refúgio, aonde tenho estocado diversos itens que podem garantir a minha sobrevivência e a do meu núcleo. O meu núcleo são os meus familiares mais próximos, que acreditam que a preparação pode nos salvar de problemas muito sérios. Porém, temos a consciência de que, por mais preparado que se esteja, dependendo do tipo e da extensão da crise, não há garantias de que tudo dê realmente certo. Mas as chances de sobreviver são bem maiores para quem se prepara. Talvez não testemunhemos cenários de crise gravíssimos durante nossas vidas. Ou talvez este cenário comece agora, ou no mês que vem...
Lendo vários posts sobre o uso da água durante um cenário de crise, em vários dos grupos sobrevivencialistas nas redes sociais, vi várias interpretações. Uns defendem que a quantidade usada teria que ser de apenas 2 a 3 litros por dia, o que é o suficiente para manter uma pessoa hidratada. Já outros pensam também em outras necessidades, como higiene pessoal, por exemplo. Um simples banho, de 5 minutos consome algo em torno de 40 litros de água.
Devemos levar em consideração que, tempos de crise exigirão uma alteração de rotina. A prioridade sempre será a água para beber. Ter um estoque de água potável nas suas preparações é indispensável. Eu opto por armazenar galões de 20 litros de água mineral. Como este tipo de água tem um certo tempo de validade, faço rodízio. Construímos várias cisternas para captação de água das chuvas. Sempre as mantemos cheias, nem que para isso, durante a estação seca, precisemos comprar água de carros-pipa. A água das cisternas pode servir para consumo, mas só depois de ser devidamente purificada. Por exemplo, hipoclorito de sódio é um excelente purificador. É a nossa reserva de água potável quando os galões de água mineral acabarem.
Banhos são indispensáveis, assim como a limpeza dos cômodos.Aprendemos a fazer tudo isso usando o mínimo de água possível. No banho, eu me molho, fecho a torneira, me ensaboo, abro a torneira o suficiente para o enxague e pronto. Na limpeza dos cômodos, basta um balde com água e desinfetantes.E, embora não seja confortável, optamos por não usar vasos sanitários em tempos de crise.Seis litros de água por descarga é um luxo que devemos dispensar. Faremos nossas necessidades ao ar livre e as enterraremos. Para quem não tem espaço, uma ideia interessante pode ser uma caixa de areia, semelhante a que gatos usam. Como eu já disse, não é nada legal, mas melhor assim que perder litros de água preciosa. Em relação à lavagem de roupas, faremos tudo manualmente. As máquinas de lavar consomem água demais e também energia, que em muitos cenários pode não estar disponível.
E, de acordo com a disponibilidade de água e sempre tendo em mente que o mais importante é a água para beber, reduziremos a frequência dos banhos e da lavagem de roupas. E a limpeza terá que ser feita exclusivamente com detergentes.
Devemos lembrar que existem inúmeros níveis de crise. Mas o preparador deve pensar sempre no pior caso. Blecautes generalizados ou colapso da internet são acontecimentos bem improváveis, mas não impossíveis. E pensar em como usar e armazenar a água pode ser a diferença entre sobreviver ou não.
PS - Muitos alimentos tem água na sua composição, o que pode ajudar na hidratação.
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