sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sobre Nutella e mudanças climáticas

Quem nunca comeu o maravilhoso creme de chocolate com avelã, o famoso Nutella, não sabe o que está perdendo! Sensacional é pouco para descrever o sabor desse maravilhoso doce. 
Mas qual a relação entre Nutella e mudanças climáticas?
A Ferrero, que é a empresa que fabrica o Nutella, usa diversos ingredientes na composição dos produtos. Cacau, avelãs e azeite de dendê são três deles, que são fornecidos respectivamente por Nigéria, Turquia e Malásia. Nesses três países, as mudanças climáticas tem afetado a produtividade das lavouras desses produtos. Estiagens ou chuvas acima da média tem causado perdas de até 40% da produção, o que certamente deixará o preço do famoso doce mais salgado num futuro próximo. 
Agora, se tais mudanças climáticas afetam a produção de um item dispensável que é o Nutella, certamente afetam também a produtividade de lavouras essenciais para alimentar a população mundial, como milho, trigo e arroz. Tal situação causa, num primeiro momento, um aumento de preços desses produtos e de seus derivados. Mas o real perigo é a escassez. Com cada vez mais gente no planeta e com o que parecem ser perdas crescentes nas lavouras, causadas não só pelas mudanças no clima, embora seja esse o principal fator, a situação não parece nada boa para os próximos anos. Logo as populações mais carentes de recursos, em todos os lugares do mundo, podem vir a passar (mais) fome. As tensões, já bastante intensas ao redor do planeta, podem aumentar ainda mais se os países não forem mais capazes de alimentar as suas populações. 
Os problemas de produção de Nutella são uma prova incontestável de que o clima está mudando em várias partes do planeta. Se é por causa da ação do homem ou se é um ciclo natural, isso não vem ao caso. Os governos tem que reconhecer que realmente há grandes mudanças em curso e tomar atitudes para contornar quedas de produção nas lavouras importantes. Seria o ideal. Mas, como já estamos cansados de saber, eles não são conhecidos por sua eficiência. 
Investir em preparações, em estoque de alimentos, de grãos, pode ser decisivo nos próximos anos. Nós esperamos por uma crise definitiva e repentina. Mas, deveríamos pensar da seguinte maneira:

Existem dois pavios. Um, está queimando rapidamente, e pode estourar uma bomba na nossa cara. Problemas no fornecimento de energia elétrica, falhas na internet e pandemias são exemplos de problemas em que o pavio é curto. O outro pavio é longo. Vai queimando devagarinho, sem que percebamos. Até que a bomba estoura na nossa cara. Esse é o pavio das mudanças climáticas, da perda lenta, mas crescente da produtividade das lavouras mundo afora, da cada vez menor disponibilidade de água, da poluição...


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

E se você adoecer?

Imagine a seguinte situação: Você está de cama, com uma gripe muito forte, quando uma crise se inicia. Por melhor que seja seu preparo físico e por melhores que sejam as suas preparações, planos de fuga e tudo o que é necessário para conseguir sobreviver numa crise, você estará debilitado demais para sequer levantar da cama. E agora? O que fazer?
Esse cenário é mais complicado para pessoas sozinhas. Tudo fica prejudicado. Você não aguentará o peso de uma BOB, e sua capacidade de julgamento e de defesa estarão seriamente comprometidas. Os primeiros dois dias após o começo da crise serão de fundamental importância para definir seu destino. E aí, se tem um dilema. Esperar um pouco até se recuperar o suficiente para poder sair ou tentar tomar medicamentos, como por exemplo, estimulantes, e arriscar? Se eu estivesse sozinho, eu preferiria esperar e tentar a sorte um ou dois dias depois. Seria infinitamente mais perigoso, mas pelo menos eu estaria fisicamente e mentalmente bem. Tomar medicamentos para mascarar os sintomas de uma gripe, aliados ao esforço físico e mental de uma escapada poderiam ser fatais. A doença até poderia piorar e, mesmo com esses medicamentos, sua acuidade mental não estaria perfeita e você poderia não avaliar corretamente certas situações perigosas. Sem falar na questão física.
Porém, tudo fica menos complicado se a pessoa sozinha morar no local em que vai se refugiar. Muito embora a capacidade de resposta à ameaças fique comprometida, ao menos o doente não precisará se deslocar. Se o refúgio for discreto, melhor ainda.
Já para pessoas que estão acompanhadas, que possuem um núcleo sobrevivencialista, a situação seria menos complicada. Considerando que os realmente prevenidos tomariam as providências necessárias para sair da cidade o quanto antes, mesmo com uma baixa no grupo, provavelmente não haveriam grandes transtornos. Mas, se o método de fuga ficar comprometido por algum motivo e a fuga tiver que ser feita à pé, também seria melhor esperar que o doente melhore, mesmo que depois a fuga se torne mais perigosa.

Gostaria de chamar a atenção para dois fatos.

 - Não podemos prever quando ficaremos doentes. Então é bom ter planos levando em consideração esse fato.
 - Devemos manter nossa saúde em dia. Fazer exames periódicos, realizar atividades físicas, bom sono e boa alimentação são fundamentais para isso.

Desnecessário dizer que, quem faz tratamentos de saúde prolongados deve manter em suas preparações tudo o que é necessário para mantê-lo em momentos de crise.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Uma SHTF não vai ser divertida

Gostaria de fazer um alerta.

O fim não vai ser divertido. Não vai ser como nos filmes em que o herói escapa de todos os perigos e ainda fica com a mocinha no final. E nem a heroína vai, com sua metralhadora com munição inesgotável, além de uma mira perfeita, matar todos os malfeitores, e no final, ficar com o mocinho e ser mãe da órfã. Não funciona assim.

Para começar, quem garante que você vai sobreviver ao caos? Sim, eu sei, você se prepara, eu me preparo. Mas, no caos em que se transformaria um mundo durante uma SHTF , nada é garantido. Por mais que eu me prepare, pode acontecer alguma coisa justamente num momento em que eu esteja muito longe, em outra cidade e eu terei que brigar por recursos, morrendo no processo. Pode acontecer, durante a sua fuga para o seu refúgio, um acidente, um assalto, que vão te matar. Você pode até mesmo perder as suas preparações para um grupo maior e mais bem armado que o seu e perder a vida no processo.
Quem acha que vai pegar um carro, ou uma moto e conseguir rodar pela cidade, escapando de tudo e todos, em direção ao seu refúgio, pode tirar o cavalinho da chuva. Para começar, trafegar pelas maiores cidades, sem energia para controlar os sinais de trânsito seria praticamente impossível. Você ficaria preso num imenso congestionamento. As motos seriam menos sensíveis à isso, mas por outro lado, quem estivesse numa delas sofreria diversas tentativas de assalto e de assassinato. Para quem acha que seria só pegar um caminhão ou ônibus e sair passando por cima de tudo, peço que repense. São poucas as pessoas que sabem dirigi-los e eles não foram feitos para ser veículos de demolição. E nem tratores, e nem tanques. Talvez o único veículo capaz de passar realmente por cima de tudo seria uma daquelas caminhonetas chamadas bigfoots, com aqueles pneus enormes. Mas, se alguém souber aonde vende aqui no Brasil, sou todo ouvidos! E se você acha que estar armado vai te trazer segurança durante o caos, pode esquecer. Talvez você consiga evitar muitas situações perigosas com o que uma arma representa. Mas não se iluda. Uma pedra bem arremessada na sua cabeça pode rapidamente acabar com seu poder de fogo. E também com sua vida.
Ok! Mas, vamos supor que você sobreviveu e chegou ao seu refúgio. Por mais isolado e bem guardado seja o local que você escolheu para se abrigar durante a crise, como você acha que você ou eu vamos ficar? Descansando, escondidos, enquanto o mundo "lá fora" se acaba? Que nada! Teremos que ficar o tempo todo alertas, tentando chamar o mínimo de atenção. Teremos que ter cuidado até com as luzes que acenderemos e com o cheiro do cozimento de alimentos. As pessoas desesperadas serão atraídas pelo seu menor vacilo. Imagine um grupo desesperado e com fome sentindo o cheiro de assado daquela galinha que você abateu de sua criação. Por mais armas que você tivesse, um grupo grande de pessoas desesperadas seria impossível de parar. Se duvida do que eu digo, veja o que aconteceu em locais onde há muitos refugiados e pouca comida. Em países da África, por exemplo, caminhões com víveres foram atacados na hora da distribuição, mesmo sendo protegidos por dezenas de soldados armados.
Mesmo se tivéssemos a sorte de ficar suficientemente escondidos e evitar todo e qualquer tipo de confronto, nos sentiríamos isolados e tristes, imaginando o que aconteceu com muitas das pessoas que nos eram próximas antes da crise. Amigos, parentes, colegas, conhecidos. No caos, não saberíamos de nada sobre a maioria das pessoas. Sem comunicações, não saberíamos nem o que aconteceria no próximo quarteirão ou no próximo sítio. As únicas pessoas com as quais poderíamos manter contato seriam as que estivessem conosco no refúgio. Isso seria terrível. Para pessoas que se acostumaram a ter o mundo na palma da mão, pelo menos no que diz respeito à contatos e comunicação, de repente ficar tão isolados quanto das pessoas há 200 anos seria desesperador. Na verdade, nem teríamos como saber quando as coisas se acalmassem, a não ser que tivéssemos transmissores/receptores de rádio, além da energia para fazê-los funcionar.
E, depois de passado todo o caos, num mundo pós-SHTF teríamos que reaprender a viver. Sem hospitais, sem escolas, sem transportes, sem comunicações. Nossas preparações acabariam uma hora e teríamos que aprender a tirar o sustento da terra. Até mesmo o escuro e o silêncio das noites de luzes apagadas seria deprimente para pessoas que cresceram em noites iluminadas.
É, seria (ou será) duro para aqueles que sobreviverem ao caos.

Sempre que escrevo meus textos, imagino o pior cenário possível de uma crise. Aquela que acabaria com nossa sociedade. E tento me preparar é para o pior. Mas, todas as noites peço para que nada de tão drástico aconteça. Ao contrário do que muitos pensam, esse mundo não ficaria melhor para as pessoas depois de uma crise. Não só continuaríamos sendo humanos, ou seja, dominando e torturando os nossos semelhantes, como ainda perderíamos os grandes avanços que conseguimos nos últimos 150 anos. Quem acha que a vida vai ser muito melhor sem a tecnologia, na primeira dor de cabeça vai procurar um analgésico. Ou seja, contradição pura. As únicas pessoas que praticamente não sentiriam o colapso de nossa sociedade tecnológica são aquelas poucas tribos indígenas que ainda vivem isoladas nas florestas. Para eles, viver assim é natural, Mas para pessoas que sempre viveram cercadas de tecnologia ter que largar tudo, não será fácil.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Dependência

Lendo uma entrevista do Julian Assenge, o dono do Wikileaks, (entrevista aqui) que divulgou diversos documentos comprometedores sobre o governo americano e aliados na internet, fiquei a pensar em como nossas vidas estão diretamente ligadas à um único país: Os EUA.
Para começar, eu uso um smartphone coreano, mas com sistema operacional americano (Android). Meus computadores possuem processadores americanos (AMD e Intel), rodando sistemas operacionais americanos (Windows). Meu e-mail principal é o Gmail  (e o secundário é o Hotmail), o sistema de blogs que eu uso é pertencente ao Google, a rede social principal que eu uso é o Facebook. E o meio que eu mais uso hoje para me informar, divulgar as minhas ideias, me divertir e estudar, a internet, é ainda, em grande parte, americana. Nossas previsões do tempo e telecomunicações passam por muitos satélites americanos. A maioria dos sistemas de navegação usa GPS, um sistema de origem americana, controlado pelos americanos. Existem poucos sistemas no mundo que não dependem totalmente ou em parte de tecnologia e infra-estrutura americanas. E, claro, todos sabemos qual é a importância dos EUA para o mundo, do ponto de vista financeiro, militar, cultural e científico.
Devemos nos perguntar, portanto, qual seria a implicação disso para as nossas vidas, do ponto de vista sobrevivencialista.
Um fato que podemos perceber logo de cara é que problemas de algum tipo na infra-estrutura americana tem o poder de afetar todo o planeta. Vamos supor que os EUA fiquem, por um motivo qualquer  sem energia por uma semana. Que isso traria enormes prejuízos econômicos para o mundo, e enormes dificuldades para os americanos, é fato bastante conhecido, que inclusive já foi alvo de vários documentários (um excelente é American Blockout). O que geralmente esquecemos é que aqui no Brasil perderíamos muitos serviços importantíssimos para o funcionamento do país. Por exemplo, sem energia lá nos EUA, como os satélites responsáveis pelas nossas telecomunicações seriam controlados? De que maneira isso afetaria a internet mundial, posto que boa parte do tráfego acaba passando pelos EUA? Poderíamos até mesmo ficar sem nossos e-mails (boa parte das contas que existem hoje, inclusive em órgãos públicos, usam o Gmail ou Hotmail como servidores de e-mails) . Certamente isso afetaria brutalmente todas as redes sociais que existem (que se tornaram parte importante na vida profissional de muita gente). Facebook, Twitter, e outras certamente cairiam, ou funcionariam precariamente. A operação de milhares de empresas seria prejudicada aqui, tanto pela já citada perda de servidores de e-mails e redes sociais, tanto pelo uso, cada vez mais comum, do armazenamento de dados na nuvem, que também é gerenciada majoritariamente por empresas americanas. Até mesmo o GPS poderia parar de funcionar, pois os satélites dependem de controle de terra para fazer as necessárias correções em sua órbita, tanto para manter a precisão do sistema como para manter a integridade física dos mesmos. E certamente, um blecaute lá afetaria todos os centros de controle de naves e satélites em órbita.
Existem muitas outras implicações em relação à nossa dependência em relação aos EUA, mas que não é função deste blog discutir.
A conclusão a que devemos chegar é que a nossa vida e a nossa sociedade podem ser severamente afetadas por problemas que acontecem a milhares de quilômetros daqui. Nosso modo de vida, cada vez mais, dá mostras de que é muito frágil. E, a cada dia que passa, se torna ainda mais frágil. Devemos ficar atentos à quaisquer problemas. E preparados...

PS - A gama de problemas que poderiam acontecer caso os EUA passassem por algum tipo de problema é muito maior do que poderíamos imaginar. Coloquei aqui alguns dos que me ocorreram. E, também somos dependentes, embora em menor grau, de outros países, como França e Inglaterra.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O que "eles" estão escondendo?

Eis aqui um post especulativo...

Porque o atual surto de Ebola infectou e matou mais pessoas do que todos os outros surtos juntos? O que há de diferente?
O Ebola foi descoberto em 1976, e, desde então causou mortes em Uganda, no Congo, no Sudão e no Gabão. O surto de 2014 está afetando países que nunca haviam registrado casos da doença. Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria, além de casos não confirmados na Arábia Saudita.
Apesar de sua extrema mortalidade, o Ebola é um vírus que teoricamente exige medidas não tão complicadas para evitar a sua disseminação. Colocar as pessoas suspeitas de infecção em quarentena, tratar os doentes vestindo roupas de proteção e isolar os corpos dos que falecem. Mesmo com poucos recursos, tais medidas não são impossíveis de serem adotadas. Em Uganda e no Congo, locais dos últimos surtos, o Ebola foi adequadamente contido rapidamente. E são países tão pobres, tão desestruturados quanto os países atingidos pelo atual surto. A justificativa da OMS e de outros órgãos que tem agido agora é que, como estes países nunca haviam sido atingidos, as autoridades estavam despreparadas e as pessoas não sabiam como lidar com isso. Mas aí eu pergunto: E em 1976, os países atingidos sabiam?
Se a doença é tão perigosa assim, porque a OMS deixou que tal surto chegasse a esse ponto? Imagino que a atitude sensata é, ao ouvir relatos de suspeita de infecção por Ebola, mandar equipes treinadas imediatamente para o local. Sai muito mais barato e é muito mais eficiente conter o surto na "raiz". Para algo que começou em Dezembro de 2013, a OMS foi extremamente lenta em agir. E aí nos perguntamos: Por que?
Imagino que os médicos e cientistas da OMS podem ter subestimado o atual problema. Que este surto seria fácil de conter. Afinal de contas, os anteriores foram contidos rapidamente. E, apesar do fato de que os cidadãos africanos são os que recebem menos assistência no mundo, que são os mais "dispensáveis" segundo a perversa lógica capitalista, seria uma atitude extremamente irresponsável não agir logo para conter o surto, para dizer o mínimo. Portanto eu acredito que aconteceu outra coisa, muito mais preocupante: O atual vírus é muito mais capaz de se disseminar por uma população do que os anteriores. E é aí que eu acho que "eles" escondem informações. Existe na internet diversos sites que relatam a transmissão por via aérea do Ebola entre diferentes espécies. Como se sabe, os vírus são extremamente mutáveis e é bem possível que o tipo que esteja contaminando os humanos já possa estar em vias de adquirir essa capacidade. Ou que, pelo menos, o vírus já não exija um contato tão próximo entre pessoas para se disseminar. É possível, por exemplo, que ele tenha adquirido a capacidade de ser transmitido através de superfícies de uso comum, como corrimãos e maçanetas de portas.
A preocupação é grande e a própria OMS admite que o surto está fora de controle. Além disso, com um período de incubação de até 22 dias, podem existir muitas pessoas mundo afora que estejam com o vírus e ainda não saibam. Aliás, este é outro ponto que mostra que o vírus está mudando. Nos surtos anteriores, o período de incubação era sensivelmente menor, pelo menos segundo os cientistas.
Espero que este surto seja contido antes que se espalhe mais. Se o Ebola chegar ao Brasil, embora o governo afirme o contrário, não estaremos preparados para ele. Basta ver a situação dos principais hospitais públicos (e também muitos dos privados). Em Serra Leoa, cidades inteiras estão em quarentena. Agora, se coloque no lugar dos habitantes dessas cidades. Sem poder sair, sem receber quaisquer produtos, inclusive alimentos e combustível, e com uma doença avassaladora, que pode matar rapidamente à espreita. Imagine o medo e o desespero. Eles estão sentindo na pele uma SHTF...

domingo, 3 de agosto de 2014

Alguns dos eventos que podem gerar SHTF

Existem muito eventos que podem causar sérios problemas. Diversos deles acontecem todos os anos, sendo os mais notórios na última década, o tsunami na Indonésia em 2004, o furacão Katrina, em 2005 e o terremoto seguido de tsunami no Japão em 2011. Estes foram causados por forças naturais, mas outros eventos, causados pelo homem também tiveram um impacto bastante acentuado. Os atentados do 11/09 e o acidente nuclear de Chernobyl são dois deles. Porém, nenhum dos eventos citados teve um impacto definitivo. Podem até ter tido a proporção de SHTF, para as pessoas que foram diretamente afetadas. A quantidade de pessoas mortas variou entre cerca de 3.000 até mais de 200.000. Foram eventos terríveis, mas eles, em nenhum momento, ameaçaram nem a civilização humana nem a própria existência do homem enquanto espécie. Porém, existe uma lista de eventos, tanto causado por forças naturais quanto pelo homem que podem decretar o fim da civilização humana, ou até mesmo causar a extinção do Homo sapiens.

Pandemias.

Causas: Naturais ou artificiais

Durante toda a história humana, microrganismos sempre causaram grandes surtos de doenças, matando milhões. O mais recente destes foi o surto de Influenza, em 1918, que matou mais de 40 milhões de pessoas entre 1918 e 1919. Desde então, surgiram outros surtos de doenças, como a Gripe Suína e a Gripe H1N1, que não foram, nem de longe, tão mortais quanto o Influenza. Cientistas especulam que se um vírus tão perigoso quanto o Influenza aparecesse nos dias de hoje, ele poderia ser muitíssimo mais mortífero do que foi em 1918, por causa da facilidade com que pessoas infectadas poderiam se espalhar pelo mundo, graças às viagens aéreas.
Muito embora pandemias possam ser causadas por microrganismos "in natura", um perigo cada vez mais presente é o dos microrganismos geneticamente modificados, ou da "ressurreição" de vírus de doenças já erradicadas, como o da varíola. Recentemente, foi feita uma experiência aterradora. Cientistas recriaram em laboratório cepas do vírus Influenza de 1918. Dizem que foi um estudo para criar medicamentos e vacinas mais eficientes. Experiências assim deveriam ser proibidas, pois um erro, acidental ou deliberado, poderia liberar este microrganismo mortal na população e seria uma tragédia gigantesca. Poderia matar bilhões e ameaçar toda a civilização Outro sinal de alerta é em relação ao atual surto do vírus Ebola. Embora não seja um fato divulgado, mutações deste vírus, presente em morcegos e macacos podem possuir a capacidade de transmissão por via aérea. Se o tipo de vírus presente em humanos adquirir essa capacidade, o Ebola pode se transformar uma pandemia extremamente mortal. Outro fato pouco divulgado é que o vírus pode ser transmitido por superfícies. Uma pessoa contaminada, ao tocar em superfícies de uso comum, como corrimãos, trincos de portas e outros, pode contaminar outras pessoas que tocarem na mesma superfície. E homens que sobrevivem à doença podem transmiti-la para outras pessoas por até sete semanas, via esperma.

Tempestades Geomagnéticas

Causas: Naturais

A cada 11 anos, o Sol atinge uma fase chamada máximo solar. Nesta fase, o aumento da atividade solar torna mais provável eventos chamados Ejeções de Massa Coronal, ou CMEs (Coronal Mass Ejections). Tal evento tem a capacidade de destruir satélites, e causar uma pane generalizada nas rendes elétricas do planeta. A Terra já passou por eventos dessa natureza, como o Evento Carrington, em 1859, que queimou boa parte da rede telegráfica americana. Em 2012, houve um evento tão intenso quanto o de Carrington, que, por sorte, não atingiu a Terra. Se o planeta tivesse sido atingido, veríamos auroras até mesmo no equador do planeta, todos os satélites de comunicação e navegação seriam destruídos, assim como a maioria da rede elétrica. Consertá-la demoraria uma década. Porém sem energia elétrica e sem comunicações seria quase impossível coordenar os esforços de reconstrução. O caos subsequente ao evento muito provavelmente decretaria o fim da civilização tecnológica do Século XXI, mas não nos ameaçaria enquanto espécie.

Supervulcões

Causas: Naturais

O último supervulcão que entrou em erupção na Terra foi o de Toba, na Indonésia, ha 72 mil anos. Tal evento causou uma Era Glacial e quase extinguiu a humanidade. Hoje, existem no planeta cerca de 35 supervulcões. A maioria deles está totalmente inativo. Mas um tem causado certa preocupação. Trata-se do de Yellowstone. Ele é frequentemente monitorado pelo Serviço Geológico dos EUA. Alguns eventos recentes ligaram a luz de alerta da comunidade geológica internacional sobre a proximidade de uma possível erupção deste supervulcão. Se tal fato acontecer, o mundo inteiro sentirá os efeitos. Em primeiro lugar, a quantidade de cinzas na atmosfera impossibilitaria em boa parte do planeta o funcionamento dos motores à jato. Além disso, a quantidade de partículas suspensas no ar seria tanta que todo o planeta poderia ficar sem luz do sol por até 3 anos. As temperaturas despencariam e muitos dos ecossistemas do planeta morreriam. Tal evento poderia não só acabar com a civilização humana, como teria reais possibilidades de extinguir a espécie humana.

Meteoros e Asteroides

Causas: Naturais

Em 2013, na Rússia, caiu um meteoro que, por muita sorte, não causou danos maiores que vidraças quebradas por conta do estrondo sônico de sua entrada na atmosfera. Devido à sua composição, o bólido despedaçou-se quando submetido ao grande aquecimento do atrito com o ar. Foi uma amostra de que, mesmo vigiando intensamente o espaço, a tecnologia humana simplesmente não tem capacidade de detectar, e muito menos deter, todos os meteoros.
Há 65 milhões de anos, um asteroide com 11km de diâmetro extinguiu a maior parte das espécies da Terra, incluindo os dinossauros. Se tal evento ocorresse hoje, o homem nada poderia fazer. Entre os efeitos de tal impacto, a quantidade de poeira e detritos na atmosfera obscureceria o sol por anos, e fragmentos incandescentes resultantes do impacto atingiriam todo o globo, causando incêndios e grande destruição. O sistema solar está cheio de objetos em órbita, de todos os tamanhos. E, muitos, inclusive alguns realmente grandes, podem, um dia, colidir com a Terra. Porém, segundo os cientistas espacias, tal possibilidade, pelo menos de um grande asteroide colidir com o planeta, é muito baixa. Já não se pode dizer o mesmo de meteoros menores. Se uma pedra com 1km de diâmetro cair no mar, o tsunami gerado poderia devastar muitas cidades costeiras. E, com os recursos naturais, muitas vezes é bem difícil perceber o perigo. E, mesmo que isso fosse possível, com muita antecedência, é muito pouco provável que algo pudesse ser feito para nos livrar do trágico destino. Mesmo que bombas atômicas fossem lançadas no meteoro, isso pouco adiantaria. Mesmo que estas conseguissem fragmentá-lo, teríamos centenas de pedaços caindo sobre todo o planeta, o que seria igualmente terrível. Impactos de meteoros maiores que 500m de diâmetro, acabariam com a civilização humana, e muito provavelmente, poderia nos extinguir.

Mudanças Climáticas

Causas: Naturais e Artificiais

O aquecimento global é consenso entre a maioria dos cientistas que estudam o clima. E isso tem causado inúmeros impactos sobre o planeta, como verões cada vez mais quentes, derretimento das calotas polares e permafrost, aumento de eventos extremos como nevascas, furacões, tempestades e outros. Porém, existe uma nova linha de pesquisa que afirma que as mudanças causadas pela atividade humana mudarão o clima de forma cada vez mais acentuada nos próximos anos. E essa mudança será exponencial. A cada ano, o clima se tornará mais instável. Este tipo de evento pode ameaçar a civilização humana, tanto de forma direta, como indireta. À curto prazo, mudanças climáticas podem provocar disputas por territórios e recursos, como a água. Tais disputas podem chegar à um nível em que armamentos nucleares sejam utilizados. As consequências, já sabemos. Á longo prazo, as mudanças climáticas podem destruir terras usadas para agricultura, subir o nível dos mares, mudar o regime de chuvas. A civilização definharia, num espaço de 50 anos ou menos. Algumas projeções muito pessimistas preveem que se a teoria da mudança exponencial se comprovar, muitas espécies, homem incluído, podem ser extintas nos próximos 50 a 100 anos.

Guerra Nuclear

Causas: Artificiais

Após 25 anos de relativa calma, a ameaça nuclear volta a assombrar a humanidade. E a situação é mais série do que pensamos. Um dos países que podem desencadear um conflito nuclear, ainda que limitado, é Israel. A situação é a seguinte. Israel, embora não admita, possui sim a bomba nuclear. O Irã, embora negue que suas pesquisas nucleares sejam para desenvolver a bomba, os aiatolás a querem de qualquer maneira. Se Israel entender que o Irã tem realmente a bomba, vai atacar diretamente o país persa. E este provavelmente revidaria de forma atômica. Mesmo que esse conflito ficasse apenas entre os dois, existiriam diversas implicações. Uma das mais sérias seria que um conflito desse nível afetaria a distribuição do petróleo para o mundo. Desnecessário dizer o que aconteceria em seguida.
Recentemente, a China fez uma jogada de marketing para mostrar ao mundo que possui mísseis balísticos intercontinentais capazes de atingir os EUA. As relações entre Rússia e EUA estão no nível mais tenso desde o fim da Guerra Fria. Em situações assim, qualquer erro estúpido pode causar uma situação que pode levar à um conflito nuclear. E ainda tem o fantasma norte-coreano pairando sobre a Ásia.
Os efeitos de um grande conflito nuclear seriam os mesmos de um supervulcão ou da queda de um asteroide, mais os efeitos da radioatividade e dos pulsos eletromagnéticos. Seria certamente o fim, tanto da civilização, quanto da humanidade.

Os eventos listados acima poderiam trazer consequências muito sérias para a humanidade, mesmo se ocorressem de forma parcial. Por exemplo, se uma tempestade solar não afetar as redes elétricas, mas destruir os satélites (tal possibilidade é provável pois o fato de uma CME chegar à atmosfera depende de sua polaridade, mas o que causa a destruição dos satélites é o intenso fluxo de raios-X e prótons que chegam antes da CME) isso traria grandes problemas para o mundo. Ficaríamos sem boa parte dos canais de tv, sem GPS, sem previsão do tempo. As transações financeiras e internet seriam grandemente afetadas. O colapso econômico seria impossível de evitar e isso, embora não acabasse com a civilização tecnológica, certamente causaria um enorme revés.
Devemos ficar atentos a tudo. E focados em nossas preparações. A possibilidade de uma crise séria aumenta a cada dia...