Antes de mais nada, gostaria de reforçar o que disse no post anterior, que espero sempre o melhor, mas me preparo para o pior.
Não quero que uma SHTF aconteça. Mas, claro, não podemos fechar os olhos para o cenário desafiador que se desdobra à nossa frente. 2015 vai ser um ano muito complicado, pelos seguintes fatores:
1) Climático.
Estamos passando pelo período mais seco da história. Embora os meios de comunicação não classifiquem 2013-2014 dessa maneira, não precisa ser meteorologista para perceber o óbvio. Com exceção do Sul e áreas do Norte do país, boa parte dos reservatórios de água no país, tanto para consumo como para geração de energia estão com um nível baixíssimo. Para se ter uma ideia, em 2001, ano do racionamento de energia, o nível médio de tais reservatórios estava em torno de 21%. Hoje, estão em 16%. Ainda não entramos num novo racionamento porque a queda de produção de energia hidrelétrica está sendo compensada por termoelétricas, uma medida mais cara e que causa um maior impacto ambiental. Porém, com a aproximação do verão e o consequente aumento de consumo elétrico, o temor dos especialistas é que o sistema entre em colapso, gerando apagões. E se tal coisa acontecer, além do impacto direto na rotina das pessoas, será gerado um outro impacto bem mais desagradável no próximo fator.
2) Econômico.
O Brasil não tem crescido. Essa é que é a verdade. E, aliado a isso, vemos um aumento da inflação, dos juros, uma estagnação no mercado de trabalho, contas públicas tão desordenadas, a ponto de se votar uma diminuição de metas de superávit primário, além de corrupção endêmica , para que o governo tenha que economizar menos, além da corrupção endêmica nas principais empresas estatais. A dura verdade também mostra que o governo fez investimentos que poderiam gerar crescimento sustentável, como os de infra-estrutura (inclusive de geração de energia e de abastecimento de água). O resultado é que o país está parando de crescer. E o que é pior, sem perspectiva de mudança desse quadro. O investidor estrangeiro, que é um dos fatores que fazem os países crescerem, volta a preferir praças mais confiáveis, como os EUA, que logo aumentarão sua taxa de juros, atraindo investimentos. E se a política econômica do governo já não transmite segurança, sem eficiência energética, haverá fuga de capitais em massa, impossibilitando ainda mais o crescimento.
Esse conjunto de fatores podem trazer consequências sérias para nós, cidadãos.
Sem um abastecimento de água e energia confiáveis, sem emprego, sem segurança. Seria um cenário de crise bem sério.
Eu acredito que, em relação ao quadro econômico, políticas equivocadas podem ser corrigidas. Os danos podem vir a ser controlados.
Mas, em relação ao fator climático, não temos como saber. O clima está cada vez mais imprevisível e modelos meteorológicos que funcionaram por décadas começam a se tornar inválidos.
Seja como for, manter-se preparado e atento a tudo o que nos cerca pode nos ajudar em 2015, 2016, 2017... 2099... sempre!
PS - O nível médio dos reservatórios de água para a geração de energia elétrica só está acima de 50% na região Sul. Em todas as demais regiões, está bem abaixo disso, como pode ser visto na página do ONS. Este é um fato bem preocupante. Ainda mais porque neste país as providências só são realmente tomadas depois que o problema aparece e causa um grande impacto...
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