Lendo uma entrevista do Julian Assenge, o dono do Wikileaks, (entrevista aqui) que divulgou diversos documentos comprometedores sobre o governo americano e aliados na internet, fiquei a pensar em como nossas vidas estão diretamente ligadas à um único país: Os EUA.
Para começar, eu uso um smartphone coreano, mas com sistema operacional americano (Android). Meus computadores possuem processadores americanos (AMD e Intel), rodando sistemas operacionais americanos (Windows). Meu e-mail principal é o Gmail (e o secundário é o Hotmail), o sistema de blogs que eu uso é pertencente ao Google, a rede social principal que eu uso é o Facebook. E o meio que eu mais uso hoje para me informar, divulgar as minhas ideias, me divertir e estudar, a internet, é ainda, em grande parte, americana. Nossas previsões do tempo e telecomunicações passam por muitos satélites americanos. A maioria dos sistemas de navegação usa GPS, um sistema de origem americana, controlado pelos americanos. Existem poucos sistemas no mundo que não dependem totalmente ou em parte de tecnologia e infra-estrutura americanas. E, claro, todos sabemos qual é a importância dos EUA para o mundo, do ponto de vista financeiro, militar, cultural e científico.
Devemos nos perguntar, portanto, qual seria a implicação disso para as nossas vidas, do ponto de vista sobrevivencialista.
Um fato que podemos perceber logo de cara é que problemas de algum tipo na infra-estrutura americana tem o poder de afetar todo o planeta. Vamos supor que os EUA fiquem, por um motivo qualquer sem energia por uma semana. Que isso traria enormes prejuízos econômicos para o mundo, e enormes dificuldades para os americanos, é fato bastante conhecido, que inclusive já foi alvo de vários documentários (um excelente é American Blockout). O que geralmente esquecemos é que aqui no Brasil perderíamos muitos serviços importantíssimos para o funcionamento do país. Por exemplo, sem energia lá nos EUA, como os satélites responsáveis pelas nossas telecomunicações seriam controlados? De que maneira isso afetaria a internet mundial, posto que boa parte do tráfego acaba passando pelos EUA? Poderíamos até mesmo ficar sem nossos e-mails (boa parte das contas que existem hoje, inclusive em órgãos públicos, usam o Gmail ou Hotmail como servidores de e-mails) . Certamente isso afetaria brutalmente todas as redes sociais que existem (que se tornaram parte importante na vida profissional de muita gente). Facebook, Twitter, e outras certamente cairiam, ou funcionariam precariamente. A operação de milhares de empresas seria prejudicada aqui, tanto pela já citada perda de servidores de e-mails e redes sociais, tanto pelo uso, cada vez mais comum, do armazenamento de dados na nuvem, que também é gerenciada majoritariamente por empresas americanas. Até mesmo o GPS poderia parar de funcionar, pois os satélites dependem de controle de terra para fazer as necessárias correções em sua órbita, tanto para manter a precisão do sistema como para manter a integridade física dos mesmos. E certamente, um blecaute lá afetaria todos os centros de controle de naves e satélites em órbita.
Existem muitas outras implicações em relação à nossa dependência em relação aos EUA, mas que não é função deste blog discutir.
A conclusão a que devemos chegar é que a nossa vida e a nossa sociedade podem ser severamente afetadas por problemas que acontecem a milhares de quilômetros daqui. Nosso modo de vida, cada vez mais, dá mostras de que é muito frágil. E, a cada dia que passa, se torna ainda mais frágil. Devemos ficar atentos à quaisquer problemas. E preparados...
PS - A gama de problemas que poderiam acontecer caso os EUA passassem por algum tipo de problema é muito maior do que poderíamos imaginar. Coloquei aqui alguns dos que me ocorreram. E, também somos dependentes, embora em menor grau, de outros países, como França e Inglaterra.
então pelo q eu li precisamos comprar sempre mapas atualizados e term uma boa bussola brasileira
ResponderExcluirIgual, muita gente tem dificuldade de se orientar por mapa...
ResponderExcluirEntão, é uma boa coisa de se estudar, para possíveis privações.
Tudo isso sem falar no caos econômico resultante do colapso da bolsa de valores americana!
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