quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Vírus e crises

Os vírus podem ser responsáveis por desencadear possíveis cenários de crise. A natureza parece estar testando a letalidade de suas criações com doenças como SARS, Gripe Aviária e outras. Em algum momento, surgirá um vírus tão letal quanto os dessas doenças, mas com o poder de transmissão e contágio da gripe comum. Se tal vírus se espalhar pelo mundo, teremos então uma pandemia. Hoje em dia, um vírus dessa natureza poderia alcançar as principais cidades do mundo em 36h. Uma vez que um vírus dessa natureza chegue à uma grande cidade e não seja contido no ponto de entrada, como num aeroporto, será praticamente impossível impedir a sua disseminação. O período de incubação do vírus é curto, cerca de 2 dias. Durante esse período, o infectado estaria assintomático. Depois, a gripe surgiria, e com ela o contágio para outras pessoas. Como saber então quem estaria contaminado até que os primeiros sintomas aparecessem?
Vamos imaginar uma situação assim na nossa realidade. Provavelmente uma doença assim teria origem na Ásia. Vamos supor que um indivíduo, em viagem de negócios à China tenha se contaminado no seu penúltimo dia de trabalho lá, e em seguida venha para o Brasil. Os voos da China para o Brasil duram em média um dia.Ou seja, quando esta pessoa chegasse ao país, ele estaria começando a sentir os efeitos da gripe, e começando também a contaminar outras pessoas. No taxi, no hotel, nos restaurantes, nas reuniões, muitos seriam contaminados por este único indivíduo. Logo, este sujeito começa a se sentir mal. Espirros, dificuldade para respirar, dores pelo corpo, náuseas fazem parte dos sintomas, que podem evoluir para embolia pulmonar, devido ao acúmulo de líquidos nos pulmões. Ele é então, levado para um hospital público numa ambulância do serviço de emergência. Sem saber exatamente do que se trata, os médicos o examinam sem nenhuma proteção, os enfermeiros cuidam dele também sem nenhuma proteção, e ele é colocado uma enfermaria com vários pacientes. Teremos então mais infectados. Ao saber que o paciente é estrangeiro e endinheirado, imediatamente é solicitada a transferência deste para um hospital particular. Enquanto isso, no hospital público, o vírus se espalha. Logo, outros pacientes começam a ter os mesmos sintomas que o paciente estrangeiro, assim como a equipe médica que o atendeu, incluindo os paramédicos da ambulância. Num hospital superlotado, com pacientes com a saúde bastante debilitada, não demora muito para acontecerem as primeiras mortes. No hospital para onde o indivíduo foi levado, particular, mas ainda assim despreparado, tanto a equipe médica como pacientes também são infectados. E logo também começam as mortes. Com o passar dos dias, outras pessoas com os mesmos sintomas começam a dar entrada em todos os hospitais. Se, em dias normais, os hospitais públicos já operam acima de sua capacidade, num caso como esse, em que centenas de pessoas aparecem doentes num curto espaço de tempo, com as equipes médicas também fora de combate por estarem doentes, o caos e o pânico começa a tomar conta da cidade. Pela total falta de experiência com doenças muito contagiosas e pela dificuldade em se estabelecer um diagnóstico preciso da doença, nenhuma medida preventiva é tomada. Pouco ajuda saber que a agora chamada gripe se originou na Ásia e por lá também há o caos. Desnecessário dizer que as consequências seriam muito graves para a sociedade.
Se as autoridades sanitárias tivessem agido da forma certa, isolando um paciente com um mal desconhecido, assim como todas as pessoas que tiveram contato com ele, talvez o surto pudesse ter sido controlado. Mas aqui no Brasil, ninguém acredita que algo assim vá acontecer. E mesmo que acreditasse, os hospitais, principalmente os públicos, não estariam preparados para procedimentos como quarentena. Afinal, em muitos hospitais, pacientes com pneumonia dividem quartos com vítimas de acidentes, convalescentes de cirurgias cardíacas e outros. Quem tem pneumonia deve ficar isolado dos demais pacientes, para que estes não contraiam a doença. 
Devemos ter em mente que, o Brasil não tem o menor preparo para tentar identificar e conter possíveis doenças infecciosas perigosas para o público em geral. E, dependendo do poder de contágio da doença, nem os países mais preparados, como EUA e Rússia estariam livres de um contágio entre sua população. Simplesmente porque há gente demais, e por mais perfeito que seja um sistema de controle de doenças, ele não é infalível. Bastaria que uma pessoa não fosse devidamente diagnosticada É importante então, monitorar as notícias à respeito de possíveis doenças infecciosas. E, neste cenário em particular, ficar longe de grandes centros é imperativo para a sobrevivência.
Uma notícia de meados do ano passado é muito preocupante. Cientistas querem aumentar o poder de contágio de vírus como o H1N1, responsável pela gripe aviária, para avaliar os riscos de uma pandemia. Na opinião humilde de quem lhes escreve, é mais ou menos como apontar uma arma carregada para a própria cabeça e apertar o gatilho para ver se ela dispara!

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