terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um dia sem energia

A energia elétrica é vital para o funcionamento da civilização do Sec. XXI. Praticamente todos os nossos sistemas funcionam, direta ou indiretamente, com eletricidade. Do banho quente nos dias frios à produção de bens de consumo, do abastecimento de água às telecomunicações, tudo usa grandes quantidades de eletricidade, que é gerada por hidrelétricas, termelétricas, usinas nucleares e, mais recentemente, por energia eólica e solar.
A eletricidade é distribuída para as cidades através de linhas de transmissão de alta tensão, passa por subestações, que tem a função de baixar a tensão para os 110 ou 220 volts, para, em seguida, ser distribuídas para as casas e indústrias.
Imagine então que, por um motivo qualquer, o fornecimento de energia elétrica é interrompido em uma grande cidade do mundo por um dia. Para começar, os meios de transporte que dependem diretamente de eletricidade, trens e metrô, parariam imediatamente, deixando milhares de passageiros presos. Assim como as milhares de pessoas que ficariam presas nos elevadores de muitos prédios. Boa parte deles, principalmente aqui no Brasil, não tem geradores de emergência. O resgate para essas pessoas presas, tanto nos trens e metrô, como nos elevadores, demoraria muito à chegar, pois, sem eletricidade, os semáforos desligariam e certamente o trânsito se tornaria um caos. Falando em trânsito, as pessoas que estivessem em carros com o tanque quase vazio (muitos sempre andam com o carro na reserva), a atitude mais sensata seria pará-lo e abandoná-lo, pois, nos postos de combustível sem energia elétrica, não seria possível abastecer, pois as bombas que puxam o combustível dos reservatórios subterrâneos não teriam como trabalhar sem energia elétrica. Outro problema seria o do pagamento do combustível. Como a maioria das pessoas usa cartão, provavelmente as maquinetas estariam desativadas, a não ser aquelas que são móveis, que funcionam à bateria. Mas, mesmo estas logo perderiam a capacidade de processar pagamentos, pois as telefonia celular (para quem não sabe, as maquinetas móveis de cartão usam as redes de celular para fazer as suas operações) logo parariam de funcionar. As torres de transmissão de telefonia tem geradores próprios, mas que funcionam geralmente por 6 ou 8h. Quando seu combustível acaba, obviamente, a torre perde a capacidade de transmissão e recepção. Aqui no Brasil, poucos hospitais são equipados com geradores de emergência. Os pacientes que dependem de máquinas de suporte de vida ficariam à mercê desses geradores. Quando o combustível acabasse, provavelmente a vida os pacientes acabaria. O abastecimento de água logo ficaria comprometido, pois, as adutoras, que tem bombas que funcionam com energia elétrica, não conseguiriam enviar água para as residências. A falta de refrigeração seria um problema sério. Sem energia elétrica, sem geladeira. Estabelecimentos como supermercados, teriam grandes prejuízos pois alimentos perecíveis, como laticínios e carnes, logo estragariam.
Mas o pior estaria guardado para a noite. Sem iluminação pública, sem alarmes, sem comunicação, sem polícia e bombeiros (como os policiais e bombeiros poderiam atender as ocorrências sem saber aonde elas estão ocorrendo, e, em muitos locais, principalmente nas áreas centrais, seria impossível chegar ao local devido aos congestionamentos?), os saques à lojas, assaltos, incêndios e tumulto logo tomariam conta de grandes áreas das cidades.
Situações assim já aconteceram. Nova York já passou por alguns blecautes e, o que se viu foi exatamente isso. Saques, violência, caos. As pessoas mal intencionadas aproveitam a escuridão para dar vazão aos seus instintos destrutivos. E, quando o local já vem passando por grandes tensões sociais, como é o caso de muitas cidades do Brasil, o caos é praticamente garantido.
O que foi descrito acima é só uma amostra dos inúmeros problemas que podem atingir uma cidade no caso de uma queda de energia de um dia.
Qual a possibilidade de um blecaute de grandes proporções nos atingir hoje? Embora o governo diga que não há risco de apagão, um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro indica exatamente o contrário. O verão extremamente quente, aliado à um maior poder aquisitivo da população, tem gerado uma demanda extra por energia. O sistema brasileiro de distribuição de eletricidade não parece ser confiável. No fim do ano passado, praticamente todo o Nordeste ficou sem energia por mais de duas horas. A causa foi uma queimada perto de uma linha de transmissão. O maior temor dos especialistas é que algo assim volte à acontecer, e gere um efeito dominó, apagando todo o país. Como os sistemas são interligados, mas de maneira não muito eficiente, não deve ser impossível acontecer.
Como sobrevivencialistas, devemos estar preparados para situações como estas. Ter no seu EDC fontes de iluminação, meios de comunicação que não dependam de telefonia (walk-talkies são uma excelente pedida), morar em locais na cidade que sejam menos propensos a tumultos devem estar entre nossas principais preocupações.

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