terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O Sol intriga os cientistas

Muito se fala sobre o impacto da atividade solar sobre nossa civilização, sobre nossa tecnologia. Com o maciço uso de satélites e energia elétrica, vários cientistas afirmam que uma tempestade solar poderia destruir satélites e redes de energia elétrica ao redor do planeta. Ainda de acordo com os estudiosos do Sol, a probabilidade de tais tempestades acontecerem aumenta nos períodos de máximo solar, que ocorrem aproximadamente a cada 11 anos. Só que este máximo solar, que começou em 2012, tem deixado os especialistas intrigados. Até o último Novembro, este máximo estava sendo considerado o mais fraco desde que este tipo de registro começou a ser feito. Mas, no fim de Dezembro de 2013 e Janeiro deste ano, o Sol voltou a intensificar a sua atividade a tal ponto que, manchas solares (que indicam o grau de atividade solar; quanto mais manchas, mais ativo está a estrela) recomeçaram a aparecer em grande número e em tamanhos que há muito tempo não eram vistos. Hoje uma delas, a gigantesca AR1944 (quem quiser saber mais acesse o site spaceweather.com) explodiu violentamente. Esta explosão não foi particularmente forte, mas o fato de esta mancha está apontada diretamente para a Terra pode causar transtornos, como falhas em alguns satélites e interferências nas radiocomunicações.
O que deixa os cientistas intrigados, e até preocupados, é que se sabe realmente muito pouco sobre a atividade solar. Já aconteceram explosões fortíssimas no passado, como a que ficou conhecida como Evento Carrington, em 1859, que foi observada pelo astrônomo de mesmo nome e que causou sérias avarias nos telégrafos dos EUA, ao ponto de eletrocutar operadores, incendiar os fios nos postes e causar auroras austrais e boreais vistas até em países equatoriais como Cuba. Um evento dessa magnitude ocorrendo nos dias de hoje poderia causar o colapso de nossa civilização tecnológica, pois certamente ficaríamos sem satélites e sem energia elétrica.
Uma tempestade solar é causada pela interação entre partículas eletricamente carregadas ejetadas pelas explosões solares e o campo magnético da Terra. As auroras polares são o resultado visível dessa interação. Mas no caso de tempestades solares muito fortes, estas partículas entram na nossa atmosfera pelos polos e carregam eletricamente a atmosfera, fazendo com que a corrente nos componentes da rede elétrica, como fios e transformadores aumente de forma drástica, causando o seu superaquecimento e consequente destruição. No espaço, estas partículas causariam sobrecarga nos circuitos dos satélites e sua consequente falha.
O monitoramento das tempestades solares é feito por satélites da NOAA, tais como o GOES e o ACE. Eles são a única maneira de saber quando uma tempestade solar ocorre, e qual sua intensidade e direção. Só que a vida útil desses aparelhos está chegando ao fim e até agora nenhum substituto foi lançado.
Como sobrevivencialistas, devemos monitorar a atividade solar (o site n3kl.org é um excelente site de monitoramento). Sendo bem realista, as chances de que uma tempestade solar nos atinja de forma brutal é baixa, mas não desprezível. Este, com certeza, seria um dos piores cenários de crise que poderiam nos atingir. Mudaria radicalmente o nosso modo de vida, pois, para tudo dependemos de satélites e energia elétrica...

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