segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sobre Binóculos

Este é um instrumento que todo sobrevivencialista deve ter. A capacidade de observar a chegada de potenciais perigos enquanto estão á uma boa distância é extremamente importante em situações de crise. O artigo à seguir é uma ligeira introdução ao assunto.

Significado da numeração.

Os binóculos contem em sua embalagem uma numeração escrita da seguinte maneira:

7x35 ou 10x50

Nos exemplos acima, o número antes do x significa quantas vezes a imagem será ampliada em relação a que o olho humano enxerga. No primeiro, 7 vezes, e no segundo, 10 vezes. O número após o x indica o diâmetro das lentes, em milímetros. No primeiro caso, 35mm e no segundo 50mm. Lentes mais longas ampliam mais a imagem do que lentes mais curtas, mas, em contrapartida, a imagem é mais escura, pois numa lente mais longa, menos luz alcança o olho do observador. Além disso, é mais difícil focalizar o objeto observado com lentes mais longas.

Lentes

A maioria dos binóculos de qualidade possui lentes de vidro, que possuem melhor qualidade que suas equivalentes de plástico (algumas lentes de plástico conseguem ter uma qualidade similar as de vidro e, embora mais leves e mais resistentes à impactos, são tão caras quanto lentes de vidro). O vidro é naturalmente reflexivo, o que causa efeitos indesejados nas imagens. Para evitar isso, as lentes de um binóculo recebem uma ou mais camadas de material anti-reflexivo. Eis as classificações:

C - Coated - Nos binóculos mais baratos, apenas algumas lentes recebem uma camada anti-reflexo.
FC - Fully Coated - Todas as lentes do binóculo recebem uma camada anti-reflexo.
MC - Multi Coated - Todas as lentes do binóculo tem camada anti-reflexo, mas algumas recebem mais de uma camada, o que melhora a qualidade.
FMC - Fully Multi Coated - Todas as lentes do binóculo recebem muitas camadas anti-reflexo. Estes possuem altíssima qualidade e são caros.

Oculares

Estas devem estar a uma distância confortável dos olhos (algo entre 5 e 20mm). Mas se você usa óculos, esta distância deve ser de no mínimo 14mm. Geralmente as oculares vem com proteções de borracha, para melhorar a observação. Quem usa óculos deve ,portanto, optar por modelos que possuem proteções retráteis ou removíveis, ou por aqueles cujas oculares podem ser ajustadas para compensar determinados problemas de visão.

Foco

Alguns binóculos possuem foco ajustável, que podem ser de dois tipos, central e corretor dióptrico. Outros, não possuem tal funcionalidade e a imagem só fica em foco em uma distância pré-estabelecida. Os do primeiro tipo, embora mais caros, são muito mais versáteis.

Tipos de prisma

Existem dois tipos de prismas usados em binóculos, que definem a montagem das lentes. Porro e Roof, como mostrado na fotografia abaixo:


Os binóculos com prisma Porro eram de qualidade ótica muito superior aos de prisma Roof. Porém, esta diferença desapareceu nos últimos anos. Hoje, os de prisma Roof são mais usados porque são mais resistentes, leves e compactos. 

Modelos à venda no Brasil

As melhores marcas de binóculos existentes são as seguintes:

Bushnell, Nikon, Zeiss, Zhumell e Steiner.

Fiz uma pesquisa bem superficial na internet, e encontrei binóculos Bushnell por preços em torno dos 500 reais, Nikon em torno dos 1900 reais, Steiner, em torno dos 1500 reais, e Zeiss por quase 10 mil reais. Todos, modelos novos. Porém, dá para encontrar binóculos usados dessas marcas por uma fração do preço. Porém, um aviso: Binóculos usados podem ter problemas como desalinhamento de seus elementos causado por impactos, mofo nas lentes, etc. 
Um fato frustrante é que modelos que são muito caros aqui são bastante acessíveis em países como os EUA. Um Nikon 7247, que aqui custa em torno de 2000 reais, lá custa cerca de 200 dólares, algo em torno de 700 reais. 

Qual o melhor binóculo para um sobrevivencialista?

Um binóculo 7x35 possibilita uma ampliação suficiente para percebermos a aproximação de pessoas e veículos a uma boa distância. São leves e compactos, o que é uma facilidade na hora de transportar. Modelos com ampliações maiores, podem ser mais pesados, com imagens mais escuras e se prestam para atividades mais específicas, como observação de aves. Sem falar que, são mais caros. 

Este artigo foi apenas uma introdução ao tema. Portanto, seguem alguns links para quem quiser se aprofundar no assunto:


Boa leitura!

Fiquemos de olho!! Literalmente! :)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Como Você Guarda Informação?

A internet é uma fonte quase inesgotável de informação. Nela, encontramos conteúdo sobre qualquer assunto. Dentro de nossa área, preparação e sobrevivencialismo, a quantidade de material informativo (incluindo este blog) é vasta. De tutoriais de como montar uma armadilha para caçar pequenos animais até os tipos de comida liofilizada existentes no mercado, tem de tudo.
Mas, como você armazena toda esta quantidade de informação?
Hoje em dia, tornou-se muito comum armazenar muita coisa na nuvem, ou seja, em servidores online. Isso permite que os arquivos sobrevivam a possíveis problemas que podemos enfrentar com computadores pessoais, tablets ou celulares, tais como falhas no hardware, no software, furtos, roubos, etc. No mundo normal, a nuvem é a melhor maneira de armazenar dados. Mas, e se enfrentarmos um cenário de crise que implique, por exemplo, em quedas de energia? Sabemos que a internet é extremamente dependente de eletricidade para funcionar (e, ultimamente, com cada vez mais sistemas de controle online, as redes de energia elétrica precisam da internet para funcionar, criando uma interdependência mútua). Todos os dados que armazenamos estariam totalmente fora do alcance na hora em que mais precisaríamos deles.
Nos resta então, a possibilidade de armazenar informações nos nossos próprios dispositivos. Abaixo segue uma lista de dispositivos, com suas vantagens e desvantagens do ponto de vista sobrevivencialista.

Notebooks: Até bem pouco tempo, os notebooks eram muito mais caros que um desktop de desempenho similar. Mas isto hoje não corresponde mais à verdade. Hoje existem notebooks, especialmente nas faixas mais baixas e intermediárias de preço, com desempenho similar à seus equivalentes de mesa. O notebook tem vantagens claras, tais como o tamanho, que possibilita o seu transporte em mochilas ou bolsas pequenas, e o fato de ter uma fonte de energia independente. Existem modelos (caros) cujas baterias podem fazê-los funcionar por 10, 12 horas. Mas, mesmo modelos mais em conta tem baterias que suportam mais de 6 horas de funcionamento. E, existem, por um preço bem acessível, carregadores para notebooks que usam energia solar, que podem ser conectados à entradas elétricas específicas de automóveis, ou até mesmo,usam energia muscular (dínamos). Outra vantagem dos notebooks é que eles possuem entradas USB, que podem receber pendrives e discos externos, para fins de backup e ampliação da capacidade de armazenamento de dados. A desvantagem de um notebook é a sua relativa fragilidade e, embora possua tamanho reduzido, ainda assim, em determinadas situações, pode ser difícil transportá-lo.

Notebook dos sonhos para sobrevivencialistas. 


Tablets: Os tablets são uma excelente opção para se armazenar informações. Embora, no geral, tenham menos poder de processamento que um notebook de preço similar, suas baterias tem uma duração tão grande quanto às dos notebooks mais caros, e são muito mais fáceis de transportar. Outra vantagem dos tablets é que eles podem ser utilizados facilmente em situações nas quais seria difícil ou impossível utilizar um notebook, como por exemplo numa caminhada. E, eles possuem diversos aplicativos que podem ser muito úteis, como por exemplo os de orientação e mapas. Mas eles não possuem muito espaço interno para armazenagem, mesmo aqueles que possuem entradas para cartões de memória (muito embora, este problema esteja rapidamente sendo sanado, pois já existem cartões de memória com 512 Gb de capacidade, o que é mais espaço do que possui boa parte dos discos rígidos de notebooks. Mas, ao menos por enquanto, trata-se de uma solução cara). Os cartões de memória porém, tendem a serem mais frágeis do que pendrives ou discos rígidos externos. E, da mesma maneira que os notebooks, suas baterias podem ser recarregadas de várias maneiras independentes da rede elétrica.

Esse tablet aguenta o tranco!


Celulares (Smartphones): Eles são tão versáteis e possuem tanta capacidade de armazenamento de informações quanto os tablets. Uma vantagem importantíssima do celular é que, mesmo sem internet wi-fi ou sinal de telefonia móvel, com os aplicativos certos, eles podem ser usados para mandar e receber mensagens (embora com alcance bem limitado)! Em um cenário de crise, tal característica pode via a ajudar muito. Porém, duas baterias não duram muito em uso contínuo, muito embora possam ser recarregadas da mesma maneira que as opções acima.



O ideal era que o sobrevivencialista tivesse os três métodos de armazenar informações à disposição, e que as informações consideradas mais importantes estivessem replicadas nestes meios. Seria interessante também fazer backups destas informações em discos rígidos externos, pendrives e cartões de memória sobressalentes.

Uma outra maneira de armazenar informações pouco considerada nos dias de hoje é em papel. Embora este tipo de armazenagem não precise de quaisquer fontes de energia para se tornar acessível, não é algo que possa ser transportado com muita facilidade. Seria bom, de qualquer maneira, ter material impresso, para o caso de tudo o mais falhar. Dependendo do cenário de crise, todos os dispositivos eletrônicos possam vir a falhar (como no caso de pulsos eletromagnéticos gerados por explosões atômicas no espaço kkkkkk), embora isto seja bastante improvável. Mas, falando sério, eletrônicos podem falhar, de uma hora para outra. Numa crise, eles provavelmente não poderiam ser facilmente consertados. Ter informações impressas, ao menos as mais importantes, é mais uma medida de precaução.

Mas, a melhor, mais resistente e mais portátil maneira de guardar informação é o cérebro humano. Aprender o máximo sobre tudo que permitirá a sobrevivência em cenários de crise. E, embora existam sobrevivencialistas que tentarão a sorte sozinhos, fazer parte de um grupo e compartilhar informações será muito mais eficiente para perpetuá-las. Aí, os dispositivos acima seriam encarados como meros organizadores de informação, cuja perda não seria excessivamente prejudicial.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Sobre Água, Presente E Futuro



Um dos temas mais recorrentes nesse blog diz respeito à água. Em 2014, a região Sudeste esteve muito perto de um colapso hídrico. No Nordeste, esta é a nossa realidade. Muitas das principais cidades continuam à beira de um total colapso no abastecimento de água.
Ontem, foi divulgado na imprensa mundial um alerta da ONU sobre a escassez de água potável no planeta. Durante a Cúpula Mundial da Água, que está sendo realizada em Budapeste, Hungria, o presidente da Assembléia Geral da ONU, Peter Thomson disse o seguinte:

"O mundo avança por um caminho que segue em direção ao insustentável".

A falta de água potável já afeta cerca de 40% da população mundial, devido à fatores como mudança climática, poluição e aumento populacional.
Ou seja, a situação se torna cada vez mais grave!
Mas, semana passada, me deparei com um evento numa rede social que me deixou atônito! Numa cidade que está prestes a entrar em colapso hídrico, algumas pessoas estavam sugerindo uma "guerra de bexigas de água" em um parque aqui de Campina Grande. Propor um evento desses é absurdo. Mas, mais absurdo ainda é o conjunto de mensagens de várias pessoas DEFENDENDO o evento! Tolices como "sou eu que pago a conta de água da minha casa", ou "não vão ser uma ou duas bexigas de água que acabarão com a água da cidade", ou ainda, "se o manancial secar, vão dar um jeito, pois sempre dão" foram usadas com justificativa.
Desde episódio, podemos extrair algumas lições:

As pessoas comuns não tem nenhuma noção da gravidade de uma crise hídrica (na verdade, de qualquer crise).
Elas vivem num universo paralelo, em que as soluções aparecem magicamente.
Uma pressão popular para exigir providências do poder público para, ao menos, traçar estratégias emergenciais para o abastecimento de instituições críticas ao funcionamento da cidade, se torna bastante difícil, pois boa parte das pessoas ignoram o óbvio, ou ficam à espera de um "milagre".

O cenário é extremamente preocupante. Se a maior parte de uma população não tem a consciência de que uma crise pode estar prestes a acontecer, ela não vai estar preparada e não vai sentir-se na obrigação de tomar medidas para evitar problemas. Então, os poucos que se preparam não tem porque se sentir otimistas.
Como citado no alerta da ONU divulgado acima. estamos rumando rapidamente em direção ao colapso, e não só hídrico. Porque a maioria acha que futuros distópicos jamais se transformarão em presente real. Mas é isto que estamos vivendo. Já vemos disputas por água se espalhando. Já vemos pessoas morrendo de sede aqui mesmo no Brasil. Vemos que as mudanças climáticas estão realmente acontecendo. O clima está deixando de seguir modelos historicamente estabelecidos e o que vem por aí é um mistério total.

Diante de tudo isso, percebo que o sobrevivencialista não tem só que se preparar para crises. Ele também tem que dar a sua contribuição social no sentido de tentar alertar o maior número de pessoas sobre o que está acontecendo.Qualquer pessoa que, por nossa causa, perceba que o mundo está mudando pode ser considerada uma vitória.

Links:

Alerta da ONU

Evento dos Balões de Água...

Mudanças Climáticas Afetam o Nordeste

Brasileiros Sem Água


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Sobre Fragilidade

A cidade onde moro, Campina Grande, está em vias de ficar sem abastecimento de água, como descrevi neste artigo. Mas não é sobre isso que quero falar.
Na última segunda-feira, esta cidade, e outras 70 da região, ficaram cerca de 4 horas sem energia elétrica, durante a manhã. Por sorte, muitas repartições públicas, escolas e outros serviços não abriram suas portas por causa do ponto facultativo decretado por causa do feriado de 15 de Novembro. Mas, mesmo assim, os transtornos foram imensos. O abastecimento de água foi interrompido (piorando ainda mais a já precária situação hídrica da cidade), o trânsito ficou bastante complicado, por causa do desligamento dos semáforos, a internet caiu na cidade toda, vários comerciantes relataram prejuízos, por causa de vendas não concretizadas e aparelhos eletrônicos queimados, centenas de pessoas ficaram presas em elevadores de prédios, entre outros problemas. A situação só se normalizou totalmente no final do dia.
A causa do problema foi um curto-circuito na subestação de energia que atende toda a região atingida. Mas, o motivo pelo qual aconteceu este curto-circuito é que é preocupante:

Falta de manutenção preventiva.

Semáforo apagado durante blecaute.

A companhia estatal responsável pela distribuição de energia elétrica na região alega que os investimentos para a manutenção caíram cerca de 30%, em relação ao mesmo período do ano passado. E alerta que este tipo de ocorrência pode se repetir, pois além da falta de manutenção, há fatores como o aumento de consumo durante o verão e a severa seca, que tem afetado a geração de energia por hidrelétricas na região Nordeste.
O que é assustador é que sabemos (e sentimos no bolso) que estamos atravessando um período de grave crise financeira e é impossível não pensar que problemas como os causados pela falha de manutenção na rede elétrica que abastece Campina Grande possam acontecer em outras redes, inclusive nas que abastecem as cidades mais importantes do país. É impossível não pensar também que este tipo de coisa possa acontecer com outros sistemas, como por exemplo, o de telefonia. Uma das principais operadoras de telefonia do país está em processo de recuperação judicial e existe uma real possibilidade de falência.
A dura verdade é que a cada dia que passa, novos fatores surgem com potencial para desestabilizar o nosso modo de vida. A conjunção de fatores como as mudanças climáticas, a crise econômica, a falta de medidas preventivas em todos os setores da sociedade entre outros, podem vir a nos causar danos dos quais demoraremos muito tempo para nos recuperarmos.

Geralmente nós, sobrevivencialistas, pensamos da seguinte maneira:

Preparar-se para o pior, mas esperando pelo melhor.

Mas eu me pergunto se, diante do panorama que vai se descortinando à nossa frente, se dá para esperar o melhor...

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Sobre Crises e Veículos de Fuga

A maioria dos sobrevivencialistas (e também de pessoas comuns) pensam em um veículo parecido com este para situações difíceis.


Embora não seja lá muito bonito, tem motor potente e tração nas quatro rodas, é preparado para terrenos diversos, tem espaço para pelo menos 5 pessoas e mais um bocado de bagagem.
Mas, suponhamos que você tem um desses, um refúgio em uma área afastada e mora na cidade. Aí, acontece uma situação de crise e o trânsito se transforma num verdadeiro caos. Então, de nada vai adiantar ter um desses, se as ruas estão engarrafadas. Ele pode parecer grande e forte, mas certamente não tem a capacidade de passar por cima de carros e caminhões parados.
Então, vem à mente outro veículo:


Interessante! Uma moto, embora leve no máximo duas pessoas e pouca bagagem, é pequena e ágil o suficiente para escapar do trânsito. Pilotando entre os corredores de carros, você não teria muita dificuldade em superar os engarrafamentos. Será mesmo? Quando o trânsito para por algum tempo, os motoristas, inquietos, começam a descer de seus carros. Numa situação de crise, poderiam acontecer acidentes que acabariam interditando totalmente várias vias. Sem falar que, numa moto, você estaria bem mais exposto à agressões e tentativas de assalto, E a situação seria até pior se você resolvesse usar uma bicicleta. Sozinho, dependendo da sua própria força física, e bem lento, seria presa fácil para quaisquer malfeitores.
Talvez a maneira mais eficiente de fugir de uma cidade em crise seja um helicóptero. Mas isso não cabe na maioria absoluta dos orçamentos sobrevivencialistas. :D

O que quero dizer com tudo isso é que o melhor veículo de fuga é... a informação!
Perceber que uma crise pode estar prestes a se desenrolar em sua cidade faz com que você não precise de um super veículo de fuga. O seu carro, a sua moto, a sua bicicleta são ótimas maneiras de se sair da cidade se você sair na hora certa. Acredito que um outro fator que influencia no sucesso de uma fuga da cidade está relacionado ao local onde se mora. É mais provável conseguir sair de uma cidade pequena que de uma grande. É mais provável que os moradores dos subúrbios nas cidades grandes tenham menos dificuldades de sair do que aqueles que moram em áreas centrais.
Agora, claro que existem situações de crise que acontecem sem aviso. Nesses casos, talvez seja melhor não tentar sair da cidade, pelo menos num primeiro momento. Se você está preparado para sair, também deve estar preparado para ficar. Dependendo do tipo e duração da crise, ficar em casa esperando a poeira baixar pode ser a melhor solução. Mas, se não resta outra opção a não ser sair, use seu veículo de fuga. Mas tenha em mente que ele pode se tornar inútil em muito pouco tempo e você vai ter que andar... e muito.
Mas, continuo a achar que, quem tem o sobrevivencialismo como filosofia de vida deve procurar viver fora das cidades. Ou ao menos em cidades menores.

Boa noite a todos!


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Sobre Crises e Corrupção

Quando pensamos em crises generalizadas, geralmente vem à mente uma série de coisas, de desastres naturais à ataques à infra-estrutura. Mas existe um agente que talvez não seja levado em conta por muitos sobrevivencialistas. A corrupção.
Um exemplo claro de como a má administração causou tragédias localizadas, mas muito graves foi o vazamento de lama em Mariana. Bastaria que os órgãos de fiscalização fizessem seu papel que os problemas da barragem da Samarco teriam sido detectados à tempo e providências teriam sido tomadas a fim de evitar o seu rompimento.
Mas, a questão é bem mais complicada do que parece à princípio. Existe uma gigantesca batalha econômica por trás das administrações governamentais. Ninguém é tão estúpido para não perceber diversos problemas que, com soluções relativamente simples poderiam ser evitados. O negócio é: Quanto isso vai custar? Quanto isso vai afetar os meus lucros? Que alternativas minha empresa teria para achar uma solução mais barata?  Então, muitos empresários, que visam somente os lucros, embora as suas empresas invistam em propaganda (enganosa) para fingir que se importam com o meio-ambiente e com as pessoas, acabam "fazendo de reféns" os gestores públicos (isto quando eles próprios não são os candidatos à cargos públicos). Num processo de "toma lá, da cá", grandes corporações bancam as campanhas políticas de candidatos aos cargos nas diferentes esferas de poder, e, em troca, interferem nos governos, apoiando leis e medidas que lhes beneficiem e barrando as que vão contra os seus interesses. O gestor público não passa de um fantoche das corporações, e coloca os seus interesses pessoais e financeiros acima dos da população, sem o menor remorso. E estas corporações, muitas vezes tem capital estrangeiro, especialmente de países onde a opinião pública já não permite certos tipos de exploração. O sistema está tão contaminado que as empresas pagam as campanhas de candidatos adversários entre si, numa clara demonstração de que, cada vez mais, elas é que detêm o poder na prática. E, mesmo empresas concorrentes acabam costurando acordos que as beneficiam mutuamente, como num gigantesco (e invisível) cartel.
Mesmo quando essas corporações acabam não conseguindo fazer valer os seus pontos de vista em escala governamental (o quem tem se tornado cada vez mais difícil de acontecer), e acabam sendo punidas pelos seus erros, como no caso de Mariana, as punições, além de brandas, ainda demoram muito tempo para serem cumpridas.
A frouxidão nos mecanismos de fiscalização aqui no Brasil é causado sim pela falta de recursos. Mas esses recursos são controlados por políticos atrelados à grandes empresas. Então, eles mantém esses mecanismos funcionando da pior maneira possível, apenas para dar uma resposta à sociedade civil e que, verdade seja dita, pouco se importa com isso. Talvez se órgãos como o IBAMA ou a FUNAI fossem extintos, quase ninguém notaria a sua falta. Não há nenhuma punição adicional se as empresas não cumprirem com seus acordos originais. E elas não se sentem compelidas à cumpri-los. Além disso, muitos fiscais, que procuram fazer o seu trabalho da melhor forma possível, são intimidados de muitas maneiras. Sem falar em alguns que, em troca de propina, simplesmente não fiscalizam, ou omitem falhas.
O problema é que chegamos à um ponto em que as decisões governamentais (ou a falta delas) envolvem áreas cada vez maiores, com consequências para um número cada vez maior de pessoas. Claro que as grandes corporações e seus empresários estão pouco se lixando para isso, O que se mostra de uma cegueira e estupidez impressionantes. Um exemplo.
A quase total permissividade ao desmatamento na Amazônia está alterando o regime de chuvas no Brasil. Estivemos muito próximos de um colapso hídrico na região mais rica do país, e é muito provável que a situação volte a se repetir num futuro próximo. Imagine uma cidade como São Paulo sem abastecimento de água. O colapso econômico resultante disso poderia trazer sérias consequências para o país inteiro.
E este tipo de comportamento se espalha pelo Brasil e pelo mundo. A ameaça é cada vez maior e os tentativas de deter este movimento destrutivo se tornam cada vez mais esporádicas e ineficazes. Uma prova disso é que, embora haja um grande apelo ecológico nas últimas décadas,  a devastação dos ecossistemas planetários jamais foi tão grande quanto nos últimos 40 anos. Cerca de 60% dos animais selvagens foram dizimados nesse período. Só neste século, o mundo perdeu 2 milhões de km² de área florestal; Isso equivale à uma área maior que a do estado do Amazonas.
Para completar, temos uma opinião pública totalmente alienada e desinteressada. Vemos importantes centros urbanos brasileiros com uma série de problemas, que vão desde a segurança, passando por transporte, até o abastecimento de água, e as pessoas aceitam isso de forma passiva e natural. É impressionante notar que a mobilização criada em torno da proibição das vaquejadas no país foi muito maior do que a discussão sobre o abastecimento de água nas cidades em regime de racionamento. Não vou entrar no mérito da legalidade ou não da vaquejada. Mas certamente é um assunto sem importância, se comparado à água. Existem centenas de outros absurdos dos quais sequer ficamos sabendo. Mas, sinceramente, saber deles não modificaria grande coisa.
Diante deste cenário, onde temos uma política de exploração predatória, de mudanças climáticas e ambientais causadas por este modelo, de baixíssimos investimentos em prevenção e controle de desastres e do desinteresse total da maioria da população, além da corrupção desenfreada, devemos nos preparar para dias difíceis, embora sempre esperando que um milagre aconteça e que o futuro, de repente, se torne menos assustador.

"Somente quando for cortada a última árvore, poluído o último rio, pescado o último peixe, é que o homem vai perceber que não se pode comer dinheiro."
Greenpeace

Esta é uma reflexão um pouco mais profunda sobre este artigo que escrevi anteriormente.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A Crise Hídrica Em Imagens

Sou fotógrafo profissional, e, faço um trabalho documental da cidade onde vivo e de suas cercanias. E nada melhor do que imagens para descrever a situação cada vez mais perigosa que estamos vivendo. Já estamos a mais de um ano sem chuvas significativas, e o racionamento de água na cidade é brutal. 
É por causa disso que temos que ter uma filosofia de vida sobrevivencialista...

Manancial seco

Canal seco

Plantações esturricadas pelo sol inclemente e falta de água


Fontes de água secas

Potes com água para enfrentar o racionamento nas casas mais pobres

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Não Espere Por Ajuda

Isso é mais um desabafo, diante da impotência de o cidadão comum tem em mudar qualquer coisa.

A melhor maneira de lidar com emergências é realizar ações preventivas, para que certos desastres nem tenham a chance de acontecer. É claro que, por melhor que seja um sistema preventivo, existem fatores que estão além do controle. Mas, mesmo assim, as chances de que problemas aconteçam são muito menores com prevenção.
Mas, o que vemos na administração das cidades desse país é que as palavras prevenção e planejamento só existem no dicionário. E quando medidas preventivas são tomadas (geralmente com muita propaganda, paga pelos contribuintes), são simplesmente ridículas. Um exemplo:

Todos os anos, durante as chuvas, em muitas cidades brasileiras acontecem desabamentos de encostas e morros, onde a população mais pobre constrói suas moradias, causando dezenas de mortes e prejuízos de toda espécie. Para prevenir este tipo de situação, bastaria haver fiscalização eficaz para que estas áreas não fossem ocupadas. Bastaria que houvesse planejamento (e claro, muita vontade política), para a construção de moradias para pessoas carentes em áreas mais adequadas e uma gradual desocupação das áreas de risco. Mas, a brilhante medida preventiva é instalar sirenes, que avisam a população em caso de perigo. E, em se tratando de serviço público dessa natureza, resta saber se esse monitoramento do perigo de desabamento é minimamente eficiente.

O que quero dizer com tudo isso é que, se não há interesse em prevenir situações perigosas, como será que as administrações das cidades lidarão com emergências?

Um exemplo de como se deve lidar com emergências foi a recente passagem do furacão Matthew pelos EUA. Dias antes, as cidades que poderiam ser atingidas já tinham evacuado milhares de pessoas para abrigos, com toda a estrutura necessária para recebê-las enquanto durasse o problema. Mesmo assim, 25 pessoas perderam a vida. Mas, o mesmo não se pode dizer do Haiti. Cerca de 1000 pessoas perderam a vida. Lá, até por causa da extrema pobreza de uma nação que ainda não se recuperou do terremoto de 2010, não há praticamente nenhuma ajuda governamental. Esta ajuda vem de fora do país, através da ONU e de seus Capacetes Azuis, além de ONGs e outras entidades filantrópicas.
Aqui no Brasil, apesar de estarmos entre as maiores economias do mundo, em termos de prevenção de tragédias e gerenciamento de crises, estamos mais para Haiti que para EUA. E, quando se fala nas regiões Norte e Nordeste, aí é que complica mesmo.

Estou dizendo tudo isso porque nós, aqui em Campina Grande, Paraíba, estamos prestes a ficar totalmente sem água, especialmente com as previsões climáticas nada animadoras para os próximos meses. A questão não é SE vai acontecer. A questão é QUANDO. E o que fazem as três esferas de poder para, ao menos elaborar algum sistema emergencial que possa abastecer a cidade? NADA! O Governo Federal anterior, que apostava na Transposição do Rio São Francisco para nos abastecer, atrasou  (MUITO) a obra. O atual parece não estar se empenhando para resolver o problema. E mesmo que estivesse, não é algo que se resolve da noite para o dia. O Governo Estadual põe a culpa na falta de liberação de recursos federais. Já a Prefeitura diz que o abastecimento de água é função do Estado. Ou seja, estamos num jogo de empurra, em que nada se resolve.

O que digo aos meus amigos mais próximos, que não são adeptos da filosofia sobrevivencialista é que:

NÃO CONTEM COM A AJUDA GOVERNAMENTAL DE NENHUMA ESPÉCIE NO QUE DIZ RESPEITO À ÁGUA.
Digo para todos estocarem água. Quem puder, que instale caixas, cisternas, que perfure poços. Quem não puder, que compre baldes, reservatórios. E que, se a situação ficar realmente ruim, que se preparem para tomar medidas drásticas, como sair da cidade.

E pensar que tudo isso não estaria acontecendo se obras relativamente baratas, como uma operação de dragagem no manancial que abastece a cidade, poderia ter evitado que chegássemos à este ponto...

Não espere por ajuda. Nunca. Em emergências localizadas ou em um possível cenário de crise global... Este tipo de situação descrita acima deve nos estimular a procurar a autossuficiência, ou pelo menos, diminuir a nossa dependência em relação ao sistema... Só assim sobreviveremos...

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Da Ficção à Realidade - Parte 2

E mais um artigo sobre catástrofes que já foram retratadas no cinema, e sua chance de se tornarem reais.

Guerra Nuclear

Como demonstrado nas explosões de armas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial, os efeitos de um ataque dessa natureza são realmente terríveis. A sobrevivência humana se tornou praticamente impossível nestes locais nos meses e anos seguintes ao evento, sem falar nas milhares de pessoas mortas, instantaneamente, ou décadas depois, pelos efeitos do calor extremo e da radiatividade. Depois deste lamentável ataque, estas armas não foram mais usadas em ataques, seja contra cidades, seja contra alvos militares. Porém, as condições reinantes após o fim do conflito fizeram com que EUA e URSS começassem uma corrida armamentista nuclear, que durou até o fim dos anos 1980. Neste intervalo, as armas foram desenvolvidas e adquiriram tamanho poder de destruição, que faria as bombas de 1945 parecerem foguinhos de São João. E, por algumas vezes, marcadamente na Crise dos Mísseis de Cuba, em 1963, estivemos muito próximos de um conflito atômico em escala global. As superpotências da época possuíam (e ainda possuem) milhares de artefatos nucleares. E diversos cientistas se dedicaram a estudar os efeitos de tal conflito, caso viesse a acontecer. Algumas das consequências seriam:

Destruição de toda a infra-estrutura de comunicações e abastecimento de energia do planeta:. As detonações nucleares gerariam pulsos eletromagnéticos, que certamente atingiriam toda a Terra (até porque EUA e Rússia detonariam bombas na órbita do planeta, para desabilitar os satélites do inimigo, mas que também causariam danos na superfície). Os pulsos eletromagnéticos tem o poder de sobrecarregar e destruir circuitos eletrônicos e redes de distribuição de energia.
Inverno nuclear: A quantidade de poeira e fumaça geradas tanto pelas explosões nucleares, como pelos incêndios ocasionados por elas, seriam tão grandes, que impediriam a passagem de luz solar por meses, ou até anos, resfriando violentamente o planeta. Desnecessário dizer o quanto isso afetaria a vida vegetal e animal...
Poeira radioativa: Carregada pelos ventos, a poeira pesadamente radioativa dos locais das explosões se espalharia por todo o planeta, em concentrações aleatórias. Alguns locais poderiam ser mais ou menos atingidos. Mas, isto certamente também seria um problema gravíssimo.

No meu artigo anterior, escrevi sobre a recente escalada de tensão entre EUA e Rússia, que poderia ser um estopim para um conflito nuclear. Mas, este tipo de coisa não seria vantajoso para nenhum deles. E é só por isso que eu acredito que as chances de algo assim acontecer são muito baixas.

Filmes: O Dia Seguinte (1983), Doutor Fantástico (1964)
Aqui, gostaria de deixar a sugestão de um livro que me impactou muito. O Dia da Guerra, de Withley Strieber (1984). Trata-se de uma viagem de exploração de dois amigos pelos EUA atingidos por um conflito nuclear limitado.

Ataques cibernéticos:

A internet, ou rede mundial de computadores, se transformou, nos últimos 30 anos, de uma ferramenta restrita à aplicações militares e científicas a algo que faz parte do cotidiano de boa parte dos habitantes do planeta e suporte para os mais diversos serviços. De transações financeiras à controle de tráfego aéreo, passando por distribuição de energia, logística, compra e venda de produtos, redes sociais, e-mails, estocagem de dados, entre outros, tudo é ligado, direta ou indiretamente à rede mundial de computadores. Sem falar na quantidade inacreditável de informação que circula pela rede, Os governos, as agências de segurança, as forças militares, todos fazem uso da rede para agilizar seus processos de trocas de dados.
E isso, claro, atrai a atenção de pessoas, grupos e governos interessados nas mais diversas ações. Desde desviar recursos financeiros para realizar desejos consumistas, até obter informações secretas das empresas e governos mais poderosos do mundo, são inúmeras as motivações por trás dos chamados hackers.
Antes de continuar, gostaria de esclarecer um ponto: A internet é a rede mais popular, a mais usada e a mais conhecida no mundo. Mas ela não é a única, Certamente os governos e agências de países mais desenvolvidos devem ter seus sistemas de rede de computadores, praticamente sem conexão com a internet. Mas isso não significa, nem de longe, que sejam totalmente seguros.
E difícil saber o quanto estamos vulneráveis à ataques cibernéticos  que poderiam afetar a nossa infra-estrutura aqui no Brasil. Alguns de nossos sistemas, como o de distribuição de energia elétrica são controlados em tempo real via internet. Mas, até hoje, não foi divulgada nenhuma tentativa de ataques dessa natureza. O que não significa que não tenham ocorrido.
Existem várias maneiras de se realizar ataques. Eis as principais:

Ataque de Negação de Serviço (DDoS):

O objetivo é tornar indisponível uma página ou serviço para o usuário final. Para efetuar o processo, os hackers precisam criar uma rede zumbi (BotNet), que inclui uma infinidade de computadores infectados de maneira que eles possam ser controlados por um host “mestre”. Quando o hacker escolhe o alvo, ele envia o IP para o mestre, que se encarrega de distribuí-lo por toda a rede zumbi. Essa rede pode incluir milhares de computadores que são responsáveis por sobrecarregar o alvo até que ele se torne indisponível.Por ter múltiplas fontes, o rastreamento e bloqueio desse tipo de ataque é bastante complicado.

Port Scanning Attack:

Essa é uma técnica bastante utilizada para encontrar fraquezas em um determinado servidor. Embora, casualmente, ela seja utilizada justamente pelos responsáveis pela segurança para encontrar vulnerabilidades no sistema, esses ataques normalmente estão relacionados ao uso de softwares maliciosos para que as brechas possam ser exploradas. Port Scanning Attack consiste em enviar uma mensagem para uma porta e esperar por uma resposta. O dado que for recebido, então, vai indicar ao hacker se aquela porta está disponível ou não, o que vai ajudá-lo a encontrar a melhor maneira de invadir tal servidor.

Softwares maliciosos:

Esses programas são normalmente desenvolvidos pelos hackers com o único objetivo de gerar destruição do alvo. 
Os vírus e worms normalmente se aderem a um sistema de forma que possam inviabilizar o uso de uma máquina ou de uma rede como um todo, e são normalmente disseminados por email ou ficam escondidos dentro de aplicações de interesse do usuário.Os Cavalos de Troia são parecidos, pois infectam o computador da mesma forma, mas normalmente não são responsáveis por criar defeitos no sistema. Na verdade, eles normalmente oferecem ao hacker o acesso ao computador vitimado, passando diversos tipos de informações
.

Ataques de força bruta:

Essa é a maneira mais famosa que existe para se quebrar senhas. Consiste em tentar todas as combinações possíveis até que o password seja encontrado. Porém, com o crescimento do tamanho das senhas, as combinações possíveis aumentam exponencialmente e, com isso, também aumenta o tempo necessário para serem decifradas.

Aparentemente, os ataques por aqui parecem ser motivados sobretudo com o intuito de ter retorno financeiro e pode ser considerada mínima a chance de algo que venha a prejudicar algum sistema crucial. Em relação à países desenvolvidos, não posso afirmar o mesmo. Imagino que, se vier a acontecer algo assim, não partirá de algum governo, pelo mesmo motivo de um conflito atômico ser bastante improvável. Um ataque cibernético que desabilitasse algum país desenvolvido seria devastador para a economia mundial e todos sairiam perdendo. Já não se pode dizer o mesmo em relação à grupos radicais ou terroristas, que visam principalmente o caos. 

Filmes: Duro de Matar 4.0 (2007), American Blackout (2013). Este último é um documentário da National Geographic muito interessante, que mostra os possíveis efeitos de um ataque cibernético à rede elétrica americana. 

Invasão Alienígena:

Existe o temor (inclusive de cientistas do quilate de Stephen Hawking) de que a chegada de possíveis extraterrestres à Terra seria extremamente danosa para nós. Eu gostaria de testemunhar um encontro assim, embora acredite que as chances de tal acontecimento durante o meu tempo restante de vida sejam muito baixas Mas, considerando que haja alguma chance de que isso possa acontecer num futuro próximo, eis alguns argumentos que, caso eles realmente chegassem, seriam realmente baixas as chances de eles nos prejudicarem intencionalmente. 
Em primeiro lugar, uma espécie que consiga viajar entre as estrelas, terá que dominar uma tecnologia que gerasse quantidades de energia extremamente elevadas. Se esta espécie conseguisse passar pelas etapas de desenvolvimento disso sem aniquilar a si mesma, a sua evolução não seria só tecnológica, mas também nos aspectos morais. Nós provavelmente não conseguiríamos, pois, mesmo sem pensar em uma guerra, estamos destruindo o planeta por causa de nossos desenvolvimento tecnológico, e não demorará muito para que comecemos a pagar o preço. 
Uma vez que esta espécie conseguisse chegar aqui, o que ela iria querer? Conquistar a Terra? Para que? Nos usar como escravos? Seríamos bastante ineficientes, pois provavelmente uma espécie dessas estaria apta a desenvolver ferramentas muito mais eficientes para as suas necessidades do que escravos Robôs, por exemplo. Tomar nossos recursos? Que recursos nós temos que não podem ser encontrados em outros locais, mesmo dentro de nosso sistema solar, Existe água em extrema abundância, seja em algumas luas de Júpiter e Saturno, seja nos próprios anéis saturnianos. Existem minérios de toda espécie, inclusive alguns muito raros aqui, nos milhares de corpos celestes do Sistema Solar. Talvez nossa diversidade de vida e de informações genéticas possa ter alguma utilidade para eles. Mas seria muito mais lógico e produtivo estabelecer uma relação pacífica e conseguir estes elementos, do que tomá-los à força. 
Alguns, como o próprio Hawking, alegam que a gritante diferença tecnológica poderiam criar uma situação análoga à que os colonizadores europeus criaram com os nativos americanos, em que o choque cultural foi gigantesco. Mas os europeus estavam à procura de novos locais de ocupação e novas riquezas, e usaram a sua vantagem tecnológica para eliminar a população americana nativa, que poderia se tornar um obstáculo. Esse não seria o caso de uma raça alienígena chegando á Terra. 
Mas... Posso estar enganado. Vai que um grupo de seres beligerantes conseguiu desenvolver tecnologia para viajar entre as estrelas e sair tocando o terror galáxia afora, simplesmente por diversão... 

Filmes: Guerra dos Mundos (1953 e 2005), Independence Day (1996), Invasão do Mundo:A Batalha de Los Angeles ( 2011)

Semana que vem, mais um artigo dessa série!

Boa Leitura!

sábado, 15 de outubro de 2016

A Terceira Guerra Mundial é Iminente?

Em diversos órgãos de imprensa mundial, fala-se que a terceira guerra mundial é iminente. De fato, há uma série de movimentações digamos, inquietantes.

Os russos estão instalando baterias de mísseis nucleares em Kaliningrado, situado entre a Polônia e a Lituânia, dois membros da OTAN, que é a aliança militar do Ocidente.
Vladmir Putin mandou que todos os oficiais militares russos que estavam fora do país regressassem à Rússia.
Em cidades como Moscou, aumenta-se a procura por abrigos anti-nucleares.
A Rússia intensificou os bombardeios sobre a Síria.
A OTAN realizou, justamente na Polônia, o maior exercício militar da história.
A Casa Branca acusa o Kremlin de interferir até na campanha eleitoral americana, através de ciberataques.
A recente tentativa de cessar-fogo na Síria, capitaneada por EUA e Rússia foi um fracasso. Neste fim de semana será feita uma nova tentativa para um novo cessar-fogo.
Os americanos planejam a instalação de escudos anti-mísseis na Europa, em Israel e em outras áreas, numa atitude que não é bem aceita pelos russos.

Mas, será mesmo que estamos à um passo de uma Terceira Guerra Mundial? Será que estamos correndo um risco de termos um conflito nuclear no mundo?

Embora tal possibilidade seja assustadora, ela é, na prática bastante remota. E por uma razão muito lógica. Mesmo se uma possível guerra entre os EUA e Rússia se limitasse às armas convencionais e ciberataques, ambos os países destruiriam suas economias, e as economias de seus principais parceiros comerciais. A guerra entre eles já existe, e com componentes claramente militares, como o que vemos na Síria, onde a Rússia quer que o atual governo continue, por ser seu aliado e mantém uma presença importante do país eslavo no Oriente Médio, preocupante para os principais aliados dos EUA na região. Estes, por sua vez, gostariam de ver o regime de Bashar al-Assad deposto, pois significaria um grande passo para a supremacia militar na região. Mas a verdade é que eles são concorrentes e parceiros comerciais, e que dependem muito um do outro, ainda que, muitas vezes, de forma indireta. Um exemplo:

Embora os EUA não precisem de gás natural russo, ele é essencial, pois é uma das principais fontes de energia para a Europa Ocidental, cujos países são grandes importadores de produtos americanos. Uma eventual interrupção neste abastecimento colocaria a Europa e os EUA em maus lençóis. E esta questão foi um dos motivos que geraram a Crise Ucraniana, em 2013, pois um acordo da Ucrânia com a União Europeia, iria diminuir a dependência energética em relação à Rússia. A Rússia, por sua vez, sofreria muito caso não conseguisse vender o seu gás à Europa.

Um fato que deve ser levado em consideração é que na Rússia, quaisquer atitudes que representem uma vitória comercial, ou pelo menos psicológica em relação aos EUA é muito bem vista pela população, especialmente pelos mais velhos, que desejam que o país volte aos tempos em que eram os protagonistas no cenário global. E imagino que este ponto de vista seja também o de Vladmir Putin, que foi membro da antiga KGB.
Mas, quem tem armas atômicas em seu poder, pode abusar da retórica, do tom de ameaças, como é o caso da muito menos perigosa Coreia do Norte. Kin Jong-un não vai atacar ninguém e sabe que não vai ser atacado. Simplesmente porque, mesmo que seja muito baixa a possibilidade de que este país possa lançar mísseis com ogivas atômicas, mesmo em direção ao seu vizinho mais próximo, a Coreia do Sul, ninguém quer correr o risco de um conflito armado na região, que poderia ser extremamente danoso à economia mundial, ou seja, danoso aos EUA, à Rússia, à China, entre outros.
No fim das contas, tudo não passa de um jogo, que envolve principalmente comércio (ou seja, dinheiro). Os americanos, os russos, os chineses, os europeus, os norte-coreanos, e muitos outros sabem que, no fim das contas, dependem extremamente da existência uns dos outros. Na eventualidade de um conflito entre EUA e Rússia, quem vencesse teria uma vitória de Pirro, ou seja, estariam (quase) tão ferrados quanto os perdedores. E os perdedores seriam todos os países do mundo.

Porém... É sempre bom ficar com um pé atrás em relação ao bom senso e à lógica humana. Afinal, o planeta esteve na iminência de ser destruído durante a Crise dos Mísseis de Cuba, nos anos 60...

É bom ficar bem atento, e torcer para que isso não passe de "rosnados"...

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Da Ficção à Realidade - Parte 1

Sempre gostei de filmes-catástrofe. Adoro aqueles filmes em que a Terra (ou seja, os EUA kkkkk) estão sendo ameaçados por diversos perigos. Do apocalipse zumbi, passando por asteroides, supervulcões, pandemias, invasões extraterrestres, tempestades solares, queda da Lua na Terra, terremotos, maremotos, furacões, estrelas de nêutrons, até um ataque hacker, assisto a todos, por mais toscos que sejam. Já ri muito com alguns, como um em que a Terra corre perigo por causa de criaturas que vivem na superfície do Sol! Mas outros tem uma base científica forte,e, embora sempre tenham exageros hollywoodianos, devem ser assistidos com bastante atenção.
Esses filmes nos fazem ter pensamentos sobrevivencialistas. E uma pergunta bastante interessante que deve ser feita por todos nós é:

Poderia a ficção se tornar realidade?

Vou aqui descrever algumas das tragédias que a Terra sofre nesses filmes, e sua possibilidade de se tornarem realidade. Mas, antes disso, gostaria de dizer que não sou o dono da verdade e que tudo o que escrevo é o resultado de meus conhecimentos de um leigo que ama ciência. 

Impacto de asteroides:

No nosso Sistema Solar, há um sem número de objetos, dos mais variados tamanhos, em um sem número de trajetórias. E, além de Plutão, há ainda mais objetos, no cinturão de Kuiper, que está além de Netuno, e na nuvem de Oort, bem além da órbita de Plutão. E ainda temos o cinturão de asteroides, situado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Com tanta coisa em movimento, em algum momento, algum dos planetas e satélites naturais podem ser vitimados por impactos desses objetos. A Lua é coberta por crateras de impactos. A Terra também seria assim se não houvesse o efeito da atmosfera. Mas, grandes impactos são relativamente raros. O mais recente, registrado no chamado Evento Tugunska, devastou centenas de quilômetros quadrados de florestas siberianas. Se este impacto tivesse acontecido 2 horas depois, Moscou não existiria e o curso da História seria mudado. Atualmente existem projetos de monitoramento dos céus, a procura deste tipo de ameaça. O mais famoso deles é o SkyGuard. Atualmente não há a menor possibilidade de um grande objeto nos atingir nas próximas décadas. Mas impactos como o que ocorreu na Rússia em 2013, mostram que há deficiências em se detectar objetos menores em rota de colisão com a Terra. Mas, podemos dormir relativamente tranquilos no que diz respeito à esse tipo de tragédia. 

Filmes: Armageddon (1998), Meteoro: O Futuro Está Em Jogo (2011)

Apocalipse zumbi:

Muito embora existam substâncias que possam deixar pessoas temporariamente fora de si, agindo como zumbis da vida real, como por exemplo, determinados tipos de drogas, um apocalipse zumbi jamais vai acontecer, como o descrito em filmes como Madrugada dos Mortos, ou séries como The Walking Dead. O zumbi não tem como existir. Se um corpo humano morto começasse a vagar à esmo por aí, na esperança de se alimentar dos vivos, ele rapidamente se decomporia. Sem sistema imunológico, sem sensibilidade, exalando um cheiro podre, os organismos decompositores, que vão de bactérias à urubus, fariam a festa. Alguns filmes pregam que um zumbi é vítima de uma infecção transmitida por mordidas ou contato com fluidos corporais de outros zumbis. Mas esta não é uma maneira eficiente de se propagar infecções. Decididamente, apocalipse zumbi não deveria ser uma fonte de preocupação. 

Filmes: Madrugada Dos Mortos (2004), Extermínio (2002) 

Supervulcões:

Existem cerca de 20 supervulcões na Terra. Todos estão adormecidos. O supervulcão de Yellowstone, cuja última erupção foi a mais de 600 mil anos, causou um impacto climático semelhante à queda de um grande asteroide. Até bem pouco tempo, supunha-se que os supervulcões dariam indícios de que estariam prestes à entrar em erupção, como por exemplo terremotos em suas imediações. Mas, estudos recentes indicam que estes indícios podem não aparecer e um supervulcão entraria em erupção tão repentinamente que nada poderia ser feito no que diz respeito à medidas preventivas. Mas, embora seja uma possibilidade aterradora, a chance de um supervulcão entrar em erupção é semelhante a da queda de um grande asteroide. 

Filmes: O Inferno de Dante (1997), Volcano (1997)

Pandemias:

A humanidade já sofreu com diversos surtos de doenças. Um dos mais recentes, e extremamente grave foi o surto de Gripe Espanhola, causada pelo vírus influenza, subtipo H1N1, que atingiu vários países do planeta em 1918, e vitimou entre 50 e 100 milhões de pessoas. Por falta de estatísticas confiáveis em muitos países, é provável que o número de vítimas possa ter sido ainda maior. Estima-se que a doença afetou cerca de metade da população mundial da época. Sua taxa de mortalidade se situava em torno de 7% dos infectados. Foi uma gigantesca tragédia, mas, a chance de uma pandemia se espalhar dessa maneira novamente é bem menor. Em primeiro lugar, a ciência avançou muito, na compreensão dos mecanismos de disseminação de doenças, e de agentes patogênicos. Os métodos de prevenção e combate à doenças estão mais avançados, embora ainda longe do ideal. Mas, por outro lado, o avanço científico, especialmente em áreas como a genética, pode, teoricamente, permitir que pessoas ou governos mal-intencionados desenvolva agentes patogênicos de fácil propagação, ou seja, armas biológicas. Não há casos comprovados de que tais armas estejam em desenvolvimento, especialmente devido aos tratados mundiais de proibição de armas biológicas. Mas, a Coréia do Norte está aí para provar que tratados podem ser desobedecidos. E, mesmo sem uma possível intervenção humana, algum agente patogênico extremamente perigoso pode surgir. A Natureza pode nos preparar surpresas desagradáveis.
Surtos de outras doenças extremamente mortais, como por exemplo o Ebola, surgem de tempos em tempos. Devido à sua extrema taxa de mortalidade, essas doenças acabam se limitando à áreas específicas, que são rapidamente isoladas. Órgãos como o Centro de Controle de Doenças, dos EUA, e a Organização Mundial da Saúde, mantém constante vigilância para impedir que surtos de doenças se espalhem. As pandemias são uma possibilidade real, assustadora. E mais provável que a queda de um asteroide ou um supervulcão. É sempre bom ficar de olho nas notícias à respeito de possíveis problemas envolvendo doenças. 

Filmes: Contágio (2011), Epidemia (1994)

Queda da Lua na Terra:

Eis uma possibilidade astronomicamente pequena. Na verdade, a Lua se afasta da Terra, à uma taxa de 3 centímetros por ano. E as forças para mudar este fato teriam que ser imensamente poderosas. E não há nada no espaço próximo capaz disso. Talvez, quem sabe, um corpo celeste, como uma estrela de neutrôns ou uma anã-branca pudesse alterar a órbita lunar de tal maneira que ela passasse a se aproximar da Terra até se chocar com o planeta. Mas é melhor não contar com isso...

Filmes: Impacto (2008)

Esta foi a primeira parte da análise de possíveis tragédias que vemos em filmes e que poderiam nos afetar. :) 

Boa leitura!

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Sobreviver Não É Divertido!

Imagine a seguinte situação:

Você é um turista e está a bordo de um barco à noite, no Rio Amazonas. Como um bom sobrevivencialista, sempre anda com o seu EDC. E como está indo visitar a Floresta Amazônica, está muito bem preparado. Porém, uma tragédia acontece. Enquanto você estava na amurada do barco, relaxado, ele bate em um obstáculo, você perde o equilíbrio e cai na água. Grita por socorro, mas como já é tarde da noite, ninguém viu você cair, e ninguém te escuta. Para o seu desespero, o barco vai sumindo na paisagem. Não lhe resta outra opção senão nadar até a margem mais próxima.
Após alcançar a margem, você está cansado e com frio, pelo contato prolongado com a água. Analisa a sua situação. Nos seus bolsos você tem a sua carteira, seu celular (totalmente inútil) e algumas chaves.Também tem seu relógio. Para o seu azar, a sua faca de sobrevivência desapareceu, provavelmente por causa da queda na água ou então durante a natação. O que você faria?
Em primeiro lugar, você teria que se aquecer, e a melhor maneira seria acender um fogo. Até porque isso também ajudaria a espantar animais perigosos e até funcionaria como um sinalizador para possíveis embarcações. Mas como fazer? Primeiro, você teria que ir para uma área mais seca, pois margens dos rios geralmente são bem úmidas. Para a sua sorte, a mata não é tão fechada e você consegue se afastar alguns metros do rio. Como você tem bastante experiência sobrevivencialista, pensaria em usar atrito para fazer fogo. Mas aí começam a surgir as dificuldades. Como encontrar no escuro galhos adequados para isso? Como cortá-los sem uma faca? Simplesmente não há como fazer isso!
Neste caso, é melhor esquecer o fogo. Talvez você pensasse em um abrigo. Mas, se não há nem como cortar galhos para tentar fazer um fogo, imagine para construir um abrigo! E agora?
Talvez o melhor a fazer seria subir em alguma árvore e ficar esperando o dia amanhecer, para daí, quem sabe, tentar ser visto ou ouvido por alguma embarcação navegando pelo rio. E aí vem a dúvida: Será que tem bichos peçonhentos nas árvores? Será que não é melhor ficar no solo mesmo? Afinal, com a escuridão reinando, subir em uma árvore pode ser arriscado demais. Talvez o melhor seja ficar o mais quieto possível, economizando energia até o amanhecer, pois sabe-se lá quando e se virá algum resgate.
E assim, se passam lentamente horas de uma espera angustiante. O frio das roupas molhadas e as picadas de mosquito são os piores problemas. Sem falar nos constantes e assustadores barulhos desconhecidos da selva noturna. Finalmente o dia amanhece. E, o frio que tomou conta da noite vai dando lugar à um calor escaldante. Você começa a ficar com fome e sede. Não dá para beber diretamente a água do rio, pois ela pode estar contaminada com microrganismos perigosos. De repente, você ver um barco pequeno passando ao longe. Grita, mas ele está distante, e o barulho do motor de popa deve ser alto à bordo. Então, você lembra do celular no bolso. Surge a ideia de usar o reflexo da luz do sol na parte de vidro dele. E não é que dá certo? O piloto do barco vê o brilho e vai em sua direção...

A situação acima descreve o que provavelmente aconteceria com quem caísse na água numa situação dessas. E, mesmo com conhecimento sobrevivencialista, à noite, sem nada para usar, não haveria muito o que fazer. E, quanto ao reflexo do celular, isso também exigiria um bom punhado de sorte, pois vários fatores estão envolvidos, como a posição do sol e a percepção das tripulações de barcos (se é que passaria algum), reflexo do sol na água, etc.
Mas talvez o mais importante que devemos perceber é que muitas vezes a atitude mais eficiente é simplesmente esperar, não fazer nada. Imagine se você fosse tentar subir numa árvore à noite, caísse e quebrasse uma perna? Imagine se você tentasse se deslocar pela mata à noite, gastando muita energia e correndo o risco de ser atacado por animais peçonhentos ou de simplesmente ficar frustrado por não conseguir atravessar a vegetação?
Claro que, com o passar do tempo, se um resgate não aparecesse, você seria obrigado à agir para, ao menos, encontrar comida e água que pudesse beber. Mas imagina-se que em uma situação dessas, a alimentação teria que ficar restrita à eventuais frutas (ou talvez um ou outro tapuru ou inseto). A água talvez viesse das constantes chuvas (se bem que ultimamente algumas regiões da Amazônia tem enfrentado secas severas). Seria bom também desejar que a mata não fosse tão fechada, a ponto de impedir a passagem de alguém sem um instrumento cortante para abrir trilhas...
Ao contrário do que mostram a maioria das publicações sobrevivencialistas, muitas das quais exaltam o fábrico de instrumentos improvisados, preparo de armadilhas, acendimento de fogo por atrito, entre outras habilidades, dando a entender que uma situação de sobrevivência exigiria muita ação, a dura verdade é que precisaremos é de extrema paciência, extrema frieza, extremo bom-senso. Claro que é importante ter diversas habilidades, mas, mais importante ainda é perceber que existem situações nas quais será impossível utilizá-las.
A sobrevivência não é um show. Não é divertida. Os momentos de ação, em qualquer cenário, serão pouquíssimos. A inação, a espera e a paciência é que serão a regra em situações de crise.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Inseguros...

Imagine a seguinte situação:

Vamos ter que sair de casa, por um motivo qualquer. A primeira coisa que faço é verificar se todas as portas e janelas estão devidamente trancadas. Depois, tranco a porta da frente (com 2 fechaduras tetra, além da normal), aciono o alarme contra invasores e vou para a garagem. Entro no carro, travo as portas, coloco o cinto de segurança. Mas, antes de ligar o motor, pego o celular e acesso a imagem da câmera externa, para ver se está tudo tranquilo. Só então, ligo o carro e abro o portão de controle remoto. Saio com o carro rapidamente da garagem e fecho o portão.
Durante todo o caminho para o local onde pretendo ir, observo o trânsito atentamente,  de olho especialmente nas motos. Chego ao destino, mas antes de estacionar, dou uma volta pelo quarteirão, para ver se não tem nada suspeito. Só aí estaciono o carro. Saio dele rapidamente, e aciono o alarme...
Para voltar para casa, antes de ir para o carro, observo a rua, em busca de algo suspeito. Entro no carro, e dirijo até em casa. Mais uma vez, antes de entrar, observo o movimento na rua, e só aí, aciono o portão, coloco rapidamente o carro na garagem e já o fecho. Saio do carro, ligo o alarme dele, desligo o da casa, destranco as 3 fechaduras da porta, entro, e tranco de novo a porta. Finalmente em casa...

Parece coisa de maluco, não é?

Mas é assim que muitos de nós estão vivendo. Num constante estado de atenção. É impossível relaxar totalmente em nossas cidades. Na verdade, é impossível relaxar em qualquer lugar. Mesmo nas propriedades rurais, incluindo as mais simples, as mais pobres, não há mais sossego. A sensação de insegurança é incessante. E, pelo andar da carruagem, parece não haver sinal de melhora num futuro próximo.
Nós, que nos preparamos para cenários de crise devemos nos perguntar o que exatamente estamos esperando. Falhas catastróficas dos serviços que mantém os sistemas que nos apoiam são uma possibilidade bastante improvável, embora longe de ser desprezível. Temos que nos preparar para isso também. Mas a nossa situação de insegurança atual não representa já um estado de crise? O que é pior é que não foi algo abrupto. Ela vem chegando aos poucos.
Ainda me lembro que, quando criança, a casa em que eu morava tinha um muro baixo, com um portão sem trancas, e portas com fechaduras simples, que seriam arrombadas facilmente com um chute. A medida em que o tempo foi passando, o muro subiu, as portas foram trocadas, os terraços e janelas foram gradeados, o muro ganhou primeiramente grampos, depois cercas elétricas, portões motorizados controlados remotamente e câmeras com monitoramento via internet foram adicionadas... Sem falar no alarme e do contrato com uma empresa de segurança 24h.
Cidades antes calmas, agora sofrem com todo tipo de crime. Até mesmo ações e armamentos que só veríamos em guerras ou filmes de ação de Hollywood, agora fazem parte da rotina das grandes e pequenas cidades brasileiras.
A maior lição que a insegurança de hoje pode nos dar é que a a maioria das crises que podemos enfrentar não surge de uma hora para outra. Ela leva semanas, meses, anos, décadas. Devemos prestar atenção aos sinais...

sábado, 3 de setembro de 2016

Não! A Crise Hídrica Não Acabou!!

Durante boa parte de 2014 e 2015, a questão hídrica foi exaustivamente discutida, tanto nos blogues e sites sobrevivencialistas, como na imprensa em geral. Três das maiores cidades brasileiras estavam seriamente ameaçadas por um colapso hídrico sem precedentes. Porém, para a sorte de quem vive em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte choveu bastante e os reservatórios de água se recuperaram bem. Certamente, medidas preventivas deveriam ser tomadas, a fim de evitar um cenário como o que vimos recentemente. No entanto, como é de praxe, nada está sendo feito. Se a região Sudeste enfrentar outra seca grave nos próximos anos, com o aumento da população e do uso da água, a próxima crise poderá ser ainda mais séria.
Porém, em algumas regiões brasileiras, especialmente no Nordeste, a crise hídrica ainda é uma realidade. O açude de Castanhão, localizado no Ceará e um dos maiores reservatórios nordestinos, está com um nível perigosamente baixo, a ponto de cidades do interior terem seu abastecimento interrompido, para que a água fosse usada para complementar o abastecimento  da capital do estado, Fortaleza. Houveram protestos por parte das prefeituras das cidades atingidas. Analisando a situação mais friamente, começamos a vero nascimento de conflitos por causa do uso da água. No Rio Grande do Norte, a situação também é bastante complicada. A maioria dos reservatórios do estado está com o nível abaixo de 20%. A capital do estado, Natal, está atualmente em regime de racionamento.
Mas, a situação mais crítica em cidades de médio/grande porte é a de Campina Grande, na Paraíba, onde vivo.
O açude que abastece a cidade está com apenas 7,30% de sua capacidade. Alguns estudiosos em recursos hídricos alertam que o volume que pode ser efetivamente usado não passa de 2%, devido à má qualidade (contaminação por cianobactérias, esgoto e metais pesados e baixa oxigenação) e dificuldade de extração devido à baixa espessura da lâmina d'água,
O que é mais preocupante, no entanto, é que a maioria da população da cidade parece não perceber o quão séria é a situação. Muitos preferem acreditar que as chuvas virão, que "Deus vai ajudar", que o governo vai resolver quando realmente acabar, a transposição do São Francisco vai chegar à tempo (o que seria no fim deste ano, foi adiado para meados de 2017), etc. Sinceramente espero que chova a tempo, e que o manancial se recupere. Porém, se nada for feito no sentido de aumentar a capacidade do açude, e se a população e as empresas não repensarem o uso que fazem da água, esta situação se repetirá.
E se a água realmente acabar? O que acontecerá em uma cidade com cerca de 400 mil habitantes?

Não há como abastecer uma cidade deste tamanho sem água encanada. Então, algum esquema emergencial para trazer água teria que ser montado. Nos anos 30 e 40 do século passado, em situações de emergência, grandes quantidades de água eram trazidas de trem. Hoje, isso não seria possível, devido ao péssimo estado em que se encontra a malha ferroviária paraibana. Aí o abastecimento de emergência teria que ser feito com caminhões pipa. Só que seriam necessários centenas deles diariamente. Aí surgem outras questões:

De onde viria a água?
Quem receberia a água primeiro? Teoricamente, as escolas e hospitais, além das residências deveriam ter prioridade. Mas, como garantir isso? Como garantir que a água não fosse destinada a quem pode pagar mais por ela?
Quem faria o controle de qualidade da água?

Mas, mesmo as indagações acima podem soar, digamos, utópicas. Pois não há NENHUM esquema emergencial elaborado prevendo esta situação. O cenário mais provável, caso o pior aconteça, vai ser um vale-tudo, como o que vemos em regiões devastadas em outros lugares do planeta.
Pretendo escrever outro artigo, mergulhando mais fundo nas consequências de um desastre como esse.
Mas, deixo o seguinte recado:

Infelizmente, futuros distópicos dignos de ficção científica começam a bater em nossas portas. Devemos ficar cada vez mais atentos. O mundo está mudando rápido e o que era extremamente improvável de repente vira realidade. Afinal, ninguém imaginaria que no inverno ártico pudessem ser registradas temperaturas amenas. Mas foi isso que aconteceu no último inverno lá.

Fiquemos de olho! E preparados!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Cuidado Com O Que Você Posta Nas Redes Sociais

A cada dia, vemos que os criminosos estão mais espertos, mais bem armados e menos destemidos. Enquanto isso, muitos de nós acabam, mesmo sem querer, expondo as vidas privadas cada vez mais.
É interessante notar como é fácil traçar o perfil de uma pessoa simplesmente analisando seus posts, fotos e comportamento nas redes sociais. Dá para saber como ela se locomove, que locais ela frequenta, quem são seus amigos, namorados e até mesmo as suas preferências alimentares.
Outro fato interessante relativo às redes sociais é que, embora o perfil de muitos que se dizem precavidos realmente seja bem restrito para quem não está adicionado entre seus contatos (e é cada vez mais comum classificar o "nível de acesso" dos contatos de acordo com vários fatores à critério do usuário), o mesmo não se pode dizer do perfil das pessoas que o(a) cercam. É bem comum descobrir o paradeiro de determinada pessoa em determinado momento simplesmente acessando o perfil de alguém próximo à este.
É necessário, portanto, que o sobrevivencialista tenha este fato em mente e tome algumas precauções para diminuir (pelo menos um pouco) a sua vulnerabilidade na rede.
O ideal seria abrir mão do acesso às redes sociais. Mas elas se misturaram de tal maneira às nossas vidas profissionais que para muitos tal medida seria impossível. Então, assim como na vida real, o sobrevivencialista na rede deve se comportar de modo a chamar o mínimo de atenção possível.

- Evite fazer check-in nas redes sociais nos lugares que você frequenta.
- Evite postar fotos de seus bens materiais, especialmente dos que indicaram claramente seu padrão de vida e seu endereço, como carros e casas.
- Resista a tentação de postar fotos e comentários de viagens e festas enquanto você está lá. Não custa esperar até a volta para casa.
- Fale o mínimo possível sobre o seu trabalho nas redes.
- Coloque na sua lista de contatos apenas quem você realmente conhece. Se você trabalha com o público, talvez seja uma boa ter mais de um perfil, de modo que o voltado para o publico seja genérico e voltado aos assuntos relativos ao seu público e um mais específico, para os amigos.
- Mantenha seu computador, tablet e celular com o máximo de softwares que sirvam de barreira para hackers, vírus, vermes, entre outros.

Resolvi fazer este alerta, após acessar os perfis numa rede social de alguns sobrevivencialistas e ver como é fácil saber onde eles estão e como eles vivem, qual o seu carro e que lugares eles gostam de frequentar...
Lembrando mais uma vez: O melhor comportamento para todo sobrevivencialista é ser sempre o Homem Cinza...

sexta-feira, 20 de maio de 2016

A Indiferença Pode Ser Mortal

Atualmente, aqui na cidade de Campina Grande, na Paraíba, estamos vivendo a crise hídrica mais grave de nossa história. O manancial que abastece a cidade está com apenas 9,5% de sua capacidade, perdendo cerca de 0,5% a cada 20 dias, mesmo com as chuvas acima da média em 2016, e para piorar, diversos especialistas tem alertado que, por diversos fatores, cerca de metade do que resta não poderá ser captado para consumo humano e outras atividades. Então, a menos que ocorra um verdadeiro milagre, a cidade ficará sem água até o fim no ano, ou no mais tardar, nos primeiros meses de 2017.
O que assusta é que a população parece não estar preocupada com isso. Se analisarmos as postagens nas redes sociais de habitantes da cidade, a preocupação é muito maior com a proximidade dos 30 dias de festejos juninos. A Prefeitura perfurou poços visando o abastecimento do palco principal da festa, que é o Parque do Povo. Tenta tranquilizar a população alegando que não será usada água do açude de Boqueirão. Porém, nem a própria Prefeitura e nem a população parecem não atinar para o fato que há um aumento brutal no consumo de água por causa da imensa quantidade de turistas que visitam a cidade. Além disso, são comuns as cenas de desperdício de água, mesmo com um racionamento que já dura 80 horas por semana. Não é raro encontrar pela cidade, pessoas lavando carros e calçadas, jogando fora sem cerimônia, litros e mais litros de água.
Porém, há relatos de falta de água em hospitais e maternidades públicas. Situações realmente calamitosas, como um episódio relatado por uma mãe que deu a luz numa maternidade municipal e teve que lavar-se com a água de 2 copos plásticos.
Ninguém parou para pensar ainda nas consequências de um colapso total no abastecimento de água. As indústrias e serviços serão forçados a parar suas atividades, agravando uma já sentida crise econômica. Não há nenhum esquema emergencial de abastecimento, nem para a população e nem para órgãos públicos, como hospitais e escolas. Só em Campina Grande, existem cerca de 450 mil habitantes. Como abastecer essa quantidade de pessoas se a água realmente acabar?
Fazendo uma conta simples. Partindo da suposição de há uma média de 4 pessoas por habitação na cidade, teríamos aproximadamente 100 mil casas. O consumo médio de água diário no país é de pouco mais de 160 litros per capita. Mas vamos baixar para 100 litros (segundo a OMS, 110 litros são suficientes para atender todas as necessidades de uma pessoa diariamente). Cada casa então gastaria em média 400 litros de água por dia (0,4m³). Seriam necessários portanto 40 mil m³ para abastecer só as residências, sem levar em conta outros estabelecimentos. A capacidade média de um caminhão-pipa gira em torno de 8 mil litros (8m³). Cada caminhão poderia abastecer 20 casas. Seriam necessários então, dispor de 5000 caminhões-pipa para atender a demanda diária da cidade. Mesmo que só sejam entregues por casa apenas 100 litros de água diariamente (25 litros per capita), ainda assim seriam necessários 1250 caminhões por dia. Mesmo que sejam entregues por casa 100 litros por semana, diariamente teriam que ser usados mais de 170 caminhões para abastecer a cidade. E aí, surgem as perguntas: Quantos caminhões-pipa há disponíveis aqui para este serviço? Onde buscar os 40 milhões de litros de água que a cidade necessitaria? Só isso já tornaria a tarefa bem difícil de ser realizada. E os custos seriam astronômicos. Aluguel dos caminhões, compra de combustível, entre outros gastos.
Seja como for, enquanto poucos alertam para os potenciais riscos de uma crise hídrica, a maioria tem uma atitude de perigosa indiferença. Esta situação tem uma real chance de se transformar numa das maiores SHTFs já vistas nesse país. E, na verdade, há muito pouco a ser feito. Alguns apostam que o problema será resolvido com a chegada das águas da Transposição do Rio São Francisco, que, em teoria, chegam no final do ano. Porém, com a crise financeira, provavelmente o ritmo das obras se reduzirá. E, além disso, todo um conjunto de obras de adequação, como limpeza a alargamento de rios e córregos por onde as águas do Velho Chico passarão até chegar ao açude de Boqueirão ainda não foram sequer iniciadas...
Indiferença, má gestão, ausência de planos de contingência...

Aí está a receita do caos. E, se analisarmos tudo o que tem sido feito para a prevenção de crises nesse país... Vai ser só o começo...



sexta-feira, 1 de abril de 2016

Sobre Gripe

No estado de São Paulo, nestas últimas semanas, o número de casos de gripe relacionados ao vírus H1N1 subiu de forma vertiginosa, meses antes da época que é considerada o auge deste tipo de doença. Os hospitais estão superlotados (há casos registrados de tumultos por causa da demora no atendimento). E, para completar, o remédio para esta gripe, o Tamiflu (cuja eficiência no combate ao H1N1 tem sido questionada), não é mais encontrado nas farmácias.
Diante da situação atual do país, que se encontra em uma grave crise política e econômica, tal fato se torna ainda mais assustador. Primeiro porque o desenrolar destas crises ocupam de tal maneira o noticiário, que o H1N1 não tem despertado a atenção devida. Além disso, se agora os hospitais já não conseguem atender os casos atuais, o que acontecerá se o auge no número de casos realmente se der no inverno? Esta é uma doença que se espalha muito rápido (já há o registro de casos em 11 estados, com 45 mortes relacionadas ao vírus). O país não está, de forma alguma, preparado para uma explosão de casos dessa doença, ainda mais com as epidemias do trio de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Embora seja uma doença muito perigosa, se prevenir é muito fácil. Higienizar as mãos, preferencialmente com álcool em gel, evitar locais fechados com grande quantidade de pessoas, alimentação correta e exercícios físicos ajudam a diminuir consideravelmente a possibilidade de contágio.
De qualquer maneira, é importante acompanhar a evolução da doença nos próximos meses. O H1N1 é um vírus com um comportamento imprevisível, e, apesar das dúvidas em sua eficiência, ter algumas caixas de Tamuflu em  suas preparações é uma medida que deve ser tomada. Ainda é possível encontrar o medicamento em regiões que não foram atingidas pelo surto.
Embora seja grave, este surto de H1N1 não parece ser (pelo menos por enquanto) algo que exija a adoção de medidas extremas. Mas, como disse antes, é bom acompanhar com atenção. Afinal, este surto pode, em pouco espaço de tempo, deixar de ser algo controlável e se transformar na tão temida SHTF que tanto nos preocupa.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Ânimos Exaltados

Boa parte dos brasileiros tem sentido na pele a atual crise econômica. Também temos visto nas últimas semanas a elevação da temperatura política brasileira, com as mais diversas figuras públicas sendo investigadas pelos órgãos responsáveis em analisar as irregularidades ocorridas na administração governamental nos últimos anos. Existem dois grupos adversários e o que é preocupante não é quem está certo ou errado, mas sim como cada grupo tem defendido os seus ideais.
Parece não haver espaço para diálogo. O que se vê são manifestações de intolerância de parte a parte. Cenas de confusões, com agressões verbais e físicas tem se tornado comuns, sempre que alguns fatos nessa história toda fazem com que militantes, de um lado ou de outro, saiam às ruas, para defender seus pontos de vista. Sem falar na troca de ofensas virtual, via redes sociais.
No próximo domingo, 13 de Março, está marcada uma grande manifestação. Segundo diversas fontes de informação na internet, em algumas das maiores cidades brasileiras, estes dois grupos estão planejando colocar seus integrantes na rua ao mesmo tempo. É bem provável que tal atitude possa gerar tumultos de grandes proporções.
Se a situação chegar a esse patamar, poderemos ter uma situação na qual o poder público seja obrigado a utilizar a força das (despreparadas) tropas anti-distúrbios. E isso poderia piorar ainda mais o cenário, gerando ondas de violência que se espalhariam como fogo no mato, especialmente nas grandes cidades, como vimos nas manifestações de 2013. E a situação hoje é muito mais tensa que há 3 anos e o ambiente está muito mais "inflamável"...
Os sobrevivencialistas devem ficar atentos aos acontecimentos. Se morar em áreas próximas às manifestações, a atenção deve ser redobrada. E, embora cada um deva seguir a sua consciência, acredito que participar dos eventos do próximo domingo é algo que, dependendo da localidade, pode vir a ser muito arriscado. Como já disse antes, vivemos tempos muito tensos, com as pessoas extremamente exaltadas.
Devido a tudo isso, parece não haver uma luz no fim do túnel, pelo menos para os próximos meses. É bom manter as suas preparações em dia, e focar principalmente em itens ligados à alimentação, sem descuidar da segurança.
Espero, sinceramente, que estes tempos turbulentos acabem o mais rápido possível.
Fiquemos atentos...

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Convergência

Há algum tempo, economistas vem alertado sobre a lenta recuperação econômica mundial após a crise de 2008. Existe um comportamento dos gráficos econômicos relacionados à recessões chamado gráfico em W, em que após uma queda brusca (2008), acontece uma recuperação por algum tempo, seguida de outra queda ainda mais brusca. Segundo dados econômicos divulgados recentemente, estamos no limiar do período de crescimento e apontando para uma queda. O temor é que esta queda seja realmente muito profunda. Diversos fatores apontam para essa terrível possibilidade.
A perda de força do crescimento chinês está mais intensa do que se supunha. Por causa da queda de demanda chinesa, aliadas a políticas de destruição da concorrência dos países exportadores de petróleo, o preço deste produto está caindo acentuadamente. Esta semana, descobriu-se que os bancos da fortaleza econômica europeia, a Alemanha, tem títulos atrelados ao petróleo, uma situação análoga à que foi responsável por iniciar a crise da década passada. Claro que o petróleo não chega a ser algo tão "podre" como os títulos imobiliários da época. Mas a perda de valor em curto espaço de tempo é similar.
Durante a crise de 2008, o Brasil estava bem economicamente, e mesmo assim sentimos o baque. Mas, e se uma crise financeira realmente ganhar força lá fora? Agora, mesmo com as principais economias do mundo crescendo, o país já se encontra numa recessão que não era vista desde os anos 80. Se formos pegos por uma crise tão intensa quanto a de 8 anos atrás, estaremos em muito maus lençóis. E achar que a crise que aparentemente se avizinha vai ser igual a de 2008 é um tanto otimista.
Existem outros fatores que complicam ainda mais o cenário internacional, como a crise de refugiados, causada, entre outras coisas, pela guerra na Síria, um claro sinal de que há uma nova Guerra Fria em andamento, onde EUA e Rússia travam uma disputa bélica não declarada (há inclusive a participação direta da aviação da Rússia no conflito, onde ela ataca rebeldes contrários ao regime de Bashar Al-Asad que tem recebido apoio, ou seja, armas, do ocidente) da e pela ascensão do Estado Islâmico. Além disso, há novamente um aumento de tensão entre as Coreias, o que traz à tona um fantasma de um conflito armado na região e até mesmo uma ameaça nuclear. Além disso, há ainda a perene ameaça de um ataque terrorista à alguma grande cidade europeia ou americana.
Esta convergência de fatores é realmente assustadora. Tanto que o governo brasileiro já trabalha com um cenário de crise mundial ainda este ano.
Agora não é a hora de gastar dinheiro desnecessariamente. É hora de guardar dinheiro, de economizar. Este é com certeza um dos períodos mais cobertos de incertezas do século XXI. Estejamos preparados.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Ameaça de Pandemia

Os extensamente noticiados casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti assustam. Assustam sobretudo porque um novo vírus, até então pouco conhecido, o Zika, se espalhou com grande velocidade pelo país. com cerca de 6000 casos registrados até Dezembro de 2015 (há a possibilidade de serem muitos mais, pois boa parte dos infectados acabam não procurando ou não conseguindo assistência médica).
Porém, existe uma potencial ameaça que ainda não apareceu nos principais noticiários. Alguns casos do vírus H1N1 foram registrados este ano no interior paulista, na cidade de Catanduva. Uma mulher da cidade de Tabapuã morreu, infectada por este vírus,
Casos pontuais de infecção por H1N1 não são raros no mundo. Mas é provável que algumas cepas desse vírus possam se propagar rapidamente em centros urbanos. Por causa dessa possibilidade, estes casos devem são observados com atenção, principalmente pelos centros mundiais de controles de doenças, como o CCD americano.
A possibilidade de pandemia é assustadora, porque o homem conhece muito pouco à respeito de determinados tipos de vírus, e menos ainda os seus mecanismos de mutação. O maior temor de muitos epidemiologistas é que algum tipo de vírus (como o H1N1, H5N1, Ebola, entre outros) adquira alguma mutação que o torne facilmente transmissível entre as pessoas. A sorte em relação ao H1N1 é que este parece ainda não ter se adaptado totalmente (até agora) aos organismos humanos, de tal maneira que seus surtos acabam sendo controlados sem muitos problemas, mesmo em países que não possuem um sistema de saúde e de combate à doenças eficiente, como o Brasil.
Não se sabe ao cento ainda como a natureza funciona. Mas alguns cientistas sugerem que as doenças podem ser um mecanismo de controle populacional. É interessante notar que em diversos casos de superpopulação animal, esta foi drasticamente reduzida por doenças que se espalharam rapidamente entre seus indivíduos, mas que não chegaram a extinguir a espécie afetada.
Se isto for verdade, é de se esperar para os próximos anos ou décadas que uma grave pandemia atinja a humanidade. O homem, nos últimos 2 séculos, desenvolveu uma ciência médica que o permite sobreviver à doenças que antes eram mortais. Então, a ferramenta de controle populacional natural, que tem grandes possibilidades de ser um vírus, vai ter que ser extremamente eficiente.
Por isso, o sobrevivencialista deve ficar muito atento a toda e qualquer notícia, por mais insignificante que possa parecer. Pois casos assim tem a possibilidade de se transformarem em algo que podem mudar a história da humanidade.