quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Da Ficção à Realidade - Parte 1

Sempre gostei de filmes-catástrofe. Adoro aqueles filmes em que a Terra (ou seja, os EUA kkkkk) estão sendo ameaçados por diversos perigos. Do apocalipse zumbi, passando por asteroides, supervulcões, pandemias, invasões extraterrestres, tempestades solares, queda da Lua na Terra, terremotos, maremotos, furacões, estrelas de nêutrons, até um ataque hacker, assisto a todos, por mais toscos que sejam. Já ri muito com alguns, como um em que a Terra corre perigo por causa de criaturas que vivem na superfície do Sol! Mas outros tem uma base científica forte,e, embora sempre tenham exageros hollywoodianos, devem ser assistidos com bastante atenção.
Esses filmes nos fazem ter pensamentos sobrevivencialistas. E uma pergunta bastante interessante que deve ser feita por todos nós é:

Poderia a ficção se tornar realidade?

Vou aqui descrever algumas das tragédias que a Terra sofre nesses filmes, e sua possibilidade de se tornarem realidade. Mas, antes disso, gostaria de dizer que não sou o dono da verdade e que tudo o que escrevo é o resultado de meus conhecimentos de um leigo que ama ciência. 

Impacto de asteroides:

No nosso Sistema Solar, há um sem número de objetos, dos mais variados tamanhos, em um sem número de trajetórias. E, além de Plutão, há ainda mais objetos, no cinturão de Kuiper, que está além de Netuno, e na nuvem de Oort, bem além da órbita de Plutão. E ainda temos o cinturão de asteroides, situado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Com tanta coisa em movimento, em algum momento, algum dos planetas e satélites naturais podem ser vitimados por impactos desses objetos. A Lua é coberta por crateras de impactos. A Terra também seria assim se não houvesse o efeito da atmosfera. Mas, grandes impactos são relativamente raros. O mais recente, registrado no chamado Evento Tugunska, devastou centenas de quilômetros quadrados de florestas siberianas. Se este impacto tivesse acontecido 2 horas depois, Moscou não existiria e o curso da História seria mudado. Atualmente existem projetos de monitoramento dos céus, a procura deste tipo de ameaça. O mais famoso deles é o SkyGuard. Atualmente não há a menor possibilidade de um grande objeto nos atingir nas próximas décadas. Mas impactos como o que ocorreu na Rússia em 2013, mostram que há deficiências em se detectar objetos menores em rota de colisão com a Terra. Mas, podemos dormir relativamente tranquilos no que diz respeito à esse tipo de tragédia. 

Filmes: Armageddon (1998), Meteoro: O Futuro Está Em Jogo (2011)

Apocalipse zumbi:

Muito embora existam substâncias que possam deixar pessoas temporariamente fora de si, agindo como zumbis da vida real, como por exemplo, determinados tipos de drogas, um apocalipse zumbi jamais vai acontecer, como o descrito em filmes como Madrugada dos Mortos, ou séries como The Walking Dead. O zumbi não tem como existir. Se um corpo humano morto começasse a vagar à esmo por aí, na esperança de se alimentar dos vivos, ele rapidamente se decomporia. Sem sistema imunológico, sem sensibilidade, exalando um cheiro podre, os organismos decompositores, que vão de bactérias à urubus, fariam a festa. Alguns filmes pregam que um zumbi é vítima de uma infecção transmitida por mordidas ou contato com fluidos corporais de outros zumbis. Mas esta não é uma maneira eficiente de se propagar infecções. Decididamente, apocalipse zumbi não deveria ser uma fonte de preocupação. 

Filmes: Madrugada Dos Mortos (2004), Extermínio (2002) 

Supervulcões:

Existem cerca de 20 supervulcões na Terra. Todos estão adormecidos. O supervulcão de Yellowstone, cuja última erupção foi a mais de 600 mil anos, causou um impacto climático semelhante à queda de um grande asteroide. Até bem pouco tempo, supunha-se que os supervulcões dariam indícios de que estariam prestes à entrar em erupção, como por exemplo terremotos em suas imediações. Mas, estudos recentes indicam que estes indícios podem não aparecer e um supervulcão entraria em erupção tão repentinamente que nada poderia ser feito no que diz respeito à medidas preventivas. Mas, embora seja uma possibilidade aterradora, a chance de um supervulcão entrar em erupção é semelhante a da queda de um grande asteroide. 

Filmes: O Inferno de Dante (1997), Volcano (1997)

Pandemias:

A humanidade já sofreu com diversos surtos de doenças. Um dos mais recentes, e extremamente grave foi o surto de Gripe Espanhola, causada pelo vírus influenza, subtipo H1N1, que atingiu vários países do planeta em 1918, e vitimou entre 50 e 100 milhões de pessoas. Por falta de estatísticas confiáveis em muitos países, é provável que o número de vítimas possa ter sido ainda maior. Estima-se que a doença afetou cerca de metade da população mundial da época. Sua taxa de mortalidade se situava em torno de 7% dos infectados. Foi uma gigantesca tragédia, mas, a chance de uma pandemia se espalhar dessa maneira novamente é bem menor. Em primeiro lugar, a ciência avançou muito, na compreensão dos mecanismos de disseminação de doenças, e de agentes patogênicos. Os métodos de prevenção e combate à doenças estão mais avançados, embora ainda longe do ideal. Mas, por outro lado, o avanço científico, especialmente em áreas como a genética, pode, teoricamente, permitir que pessoas ou governos mal-intencionados desenvolva agentes patogênicos de fácil propagação, ou seja, armas biológicas. Não há casos comprovados de que tais armas estejam em desenvolvimento, especialmente devido aos tratados mundiais de proibição de armas biológicas. Mas, a Coréia do Norte está aí para provar que tratados podem ser desobedecidos. E, mesmo sem uma possível intervenção humana, algum agente patogênico extremamente perigoso pode surgir. A Natureza pode nos preparar surpresas desagradáveis.
Surtos de outras doenças extremamente mortais, como por exemplo o Ebola, surgem de tempos em tempos. Devido à sua extrema taxa de mortalidade, essas doenças acabam se limitando à áreas específicas, que são rapidamente isoladas. Órgãos como o Centro de Controle de Doenças, dos EUA, e a Organização Mundial da Saúde, mantém constante vigilância para impedir que surtos de doenças se espalhem. As pandemias são uma possibilidade real, assustadora. E mais provável que a queda de um asteroide ou um supervulcão. É sempre bom ficar de olho nas notícias à respeito de possíveis problemas envolvendo doenças. 

Filmes: Contágio (2011), Epidemia (1994)

Queda da Lua na Terra:

Eis uma possibilidade astronomicamente pequena. Na verdade, a Lua se afasta da Terra, à uma taxa de 3 centímetros por ano. E as forças para mudar este fato teriam que ser imensamente poderosas. E não há nada no espaço próximo capaz disso. Talvez, quem sabe, um corpo celeste, como uma estrela de neutrôns ou uma anã-branca pudesse alterar a órbita lunar de tal maneira que ela passasse a se aproximar da Terra até se chocar com o planeta. Mas é melhor não contar com isso...

Filmes: Impacto (2008)

Esta foi a primeira parte da análise de possíveis tragédias que vemos em filmes e que poderiam nos afetar. :) 

Boa leitura!

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