São fanáticos! Os que mataram e os que morreram.
O recente ataque ao jornal Charlie Hebdo, no qual vimos cenas de extrema frieza e covardia, mostra apenas o seguinte:
Quem, em sua sã consciência, entraria na jaula de um leão faminto, e ficaria dando tapas no seu focinho, só para fazer algumas pessoas rirem? Ainda mais depois do leão já ter dado algumas patadas? Guardadas as devidas proporções, foi exatamente isso que os cartunistas fizeram.
Alguns alegam que era só brincadeira, humor. Mas, é brincadeira desde que você não se sinta ofendido. O leão não iria perceber que os tapas no focinho dele eram brincadeira. Ele ficaria com muita, mas muita raiva, e partiria para o ataque.
Foi tolice dos chargistas, digna do mais elevado grau de fanatismo, não perceber que certas pessoas agem como leões (e foram até chamadas assim por quem aprovou o ataque). Matar pessoas desarmadas de maneira como os terroristas fizeram também demonstra um alto grau de fanatismo e intolerância.
O problema é que graus de fanatismo elevados como esses faz com que atitudes extremas possam ser tomadas sem que se importe com as consequências. O que impede um grupo de fanáticos de, por exemplo, destruir uma cidade como Nova Iorque com uma explosão atômica? Ou de desabilitar a internet em escala mundial? Ou de tentar qualquer outra coisa que possa provocar um gigantesco baque na civilização?
E não me refiro somente à fanáticos religiosos não. Existem pessoas que adorariam ver o caos, simplesmente porque na mente delas isso seria algo libertador para a humanidade, ou mesmo divertido. É bom ter a certeza de que se algo assim ainda não aconteceu, não foi por falta de tentativas...
Outro aspecto assustador é que parece ser cada vez mais fácil manipular pessoas para que elas se tornem fanáticas e intolerantes. Ainda mais em épocas de crise econômica, como a que estamos atravessando agora. Afinal de contas, se é possível manipular pessoas para fazê-las ir de encontro ao instinto mais básico, que é o de auto-preservação, transformando-as em suicidas, por uma causa religiosa ou ideológica, é possível manipulá-las para fazer quaisquer outras ações.
Estamos indo em direção ao abismo cada vez mais rápido. E, embora exista a esperança de se reverter esse caminho, esta parece ser cada vez menor. Temos atualmente duas bombas. Em uma delas, o pavio está aceso e queima lenta mas inexoravelmente. Na outra, de pavio curtíssimo, a chama que o acende está cada vez mais próxima...
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