quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Sobrevivencialismo e Cidades

As grandes cidades definitivamente são o pior lugar para se estar em dias normais. Em cenários de crise então, nem se fala. O trânsito é terrível, as distâncias muito grandes, as aglomerações de pessoas muito intensas. A qualidade do ar e dos serviços, especialmente os de transporte e saúde não é boa. Os custos são altos.
Num cenário de crise, as cidades se tornariam insuportáveis. Mesmo para um sobrevivencialista. Para começar, é preciso sorte. Em crises que comecem de forma repentina, como um blecaute, estar fora de casa é um problema sério. A maioria das pessoas nas cidades moram a 20, 30 km de seu trabalho. Uma queda de energia faz com que os semáforos parem, e como consequência, o trânsito para. Os trens e metrô, movidos à eletricidade, também param. Se tal situação ocorrer em horário de pico, muita gente ficara presa neles. Dependendo da duração do blecaute, não restara outra alternativa a não ser andar. Sabemos que as cidades são inseguras e que, certamente, muitos meliantes aproveitarão a falta de energia para praticar atividade criminosa. Portanto, a sorte é necessária para se estar em casa, ou pelo menos perto de casa.
Se a crise se estender por 3 ou 4 dias, o lixo tomará conta das ruas, faltará água e comida, faltará gás e combustível. As forças policiais ficarão sem ação. Morar em prédios de apartamentos, especialmente nos últimos andares não será nada fácil sem energia. Só o fato de ter que subir e descer dezenas de andares de escada será torturante, especialmente para os mais velhos e mais frágeis.
Sair das cidades após o começo de uma crise não será nada fácil. Mesmo que se tenha algum meio de transporte, as estradas estarão bloqueadas, e as ruas muito perigosas. Muitos grupos de pessoas se organizarão para conseguir os recursos de que precisarem, e de todas as formas possíveis. Entre estes indivíduos provavelmente estarão policiais e soldados, que usarão seus uniformes para enganar quem tem anseio por alguma segurança.
O sobrevivencialista urbano se preparará para ficar 2, 3 meses sem sair de casa. Mas mesmo assim, terá sempre que prestar extrema atenção na vizinhança. Será difícil manter o local adequadamente higienizado, pois, o abastecimento de água e o sistema de coleta de esgotos estará comprometido. Nas ruas, o acúmulo de lixo e sujeira atrairá toda a sorte de animais nocivos, tais como ratos e baratas. E eles certamente vão acabar por invadir as casas e apartamentos.  Dependendo da época do ano em que a crise aconteça, ainda se tem o agravante do extremo calor e das poucas possibilidades de combatê-lo.
Quem tem a filosofia sobrevivencialista e vive em grandes cidades, deveria ter como meta deixá-las. Muitos profissionais hoje em dia conseguem trabalhar remotamente. Outros, podem conseguir empregos em cidades menores. Certamente vão ganhar menos, mas gastarão menos e terão mais qualidade de vida. Mas, para muitos sobrevivencialistas que nasceram e foram criados em metrópoles é muito mais complicado deixá-las. Laços familiares e afetivos são muito fortes. Nesses casos, deve-se ao menos tentar convencer as pessoas de quem se gosta a se preparar, e bolar métodos que facilitem o enfrentamento de crises.

Mantenham-se preparados, onde quer que estejam!

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