terça-feira, 15 de abril de 2014

Segundo o grande pensador contemporâneo...

É amigos. Estamos em uma situação terrível. Os valores da sociedade atual estão deturpados demais. Hoje mesmo, me deparei com uma reportagem do UOL sobre selfies após o sexo. Como exigir privacidade se se faz questão de expor a vida íntima? Como exigir um país, um mundo melhor se há esse e outros tipos de comportamento? As pessoas estão cada vez mais voltadas para si mesmas e esquecem que o mundo à sua volta está se desintegrando. Danem-se os outros, contanto que eu possa ter meu dinheiro, meu smartphone, minhas festas, minhas curtições.
Como chamar a atenção das pessoas para os perigos que nos cercam, causados pelo homem ou pela natureza, se essa é a sociedade do EU? As pessoas se tornam cada vez mais fúteis. Hoje em dia não se sabe se a pessoa controla o smartphone ou tablet ou o contrário. Na verdade esses aparelhos se tornaram o supra-sumo do individualismo. Cada vez mais, redes sociais como o Instagran, em que 99% das fotos são puro exibicionismo, tomam mais tempo das pessoas. Nas reuniões familiares, esquece-se do pai, da mãe, dos avôs, das avós, primos, irmãos, sobrinhos, filhos, para ficar pendurado nas redes sociais, na internet, por intermédio desses dispositivos.
Aconteceu um fato muito interessante há poucos meses. Quando o Facebook comprou o Whatsapp, os usuários ficaram alguns dias sem o serviço. Parecia que o Yellowstone tinha entrado em erupção, ou que um meteoro caíra na Terra. Foi um desespero. E agora? Como é que eu vou fazer para me comunicar com meus amigos? Como é que vou marcar aquela saída, contar a última fofoca do trabalho ou da novela?
Estamos no caminho errado. A indignação e o descontentamento são muito mais intensos pela perda de um celular, pela queda temporária de uma rede social, do que pelo estado em que o país e o planeta se encontram.
Para completar o quadro desesperador, estamos vivendo uma época de vácuo cultural imenso. Valesca Popozuda pensadora contemporânea? Esse absurdo foi colocado como questão numa prova de colégio. Quando se coloca uma questão dessas numa prova, demonstra-se a total falta de compromisso para com a educação. Falta um mínimo de seriedade. E isso se estende à todas as áreas de atuação nesse país.
O que temos hoje são pessoas individualistas, sem conhecimento, sem cultura, alienadas. As vidas gravitam em torno de um smartphone, de um tablet, das redes sociais. Ler um bom livro, assistir à um bom filme, levar à sério os estudos, conversar com as outras pessoas por pelo menos 10 minutos sem pegar no telefone. Tudo isso, acabou-se. São raros os que fazem isso.
Com ou sem cenário de crise, o futuro é triste, é sombrio. Os rumos para os quais o nosso país, o nosso planeta tomaram nos levam diretamente e rapidamente para o abismo.
Se entrássemos em um cenário de crise há 20 anos, seria terrível, claro. Mas os efeitos psicológicos seriam mais amenos. Hoje, seria terrível. Imagine, de uma hora para outra, ficar sem internet, sem celular. Para muitas pessoas seria extremamente desesperador. Veríamos (veremos) por assim dizer, verdadeiras crises de abstinência digital. Desespero, tristeza, raiva... Seria insano. E mais insano seria quando essas pessoas caíssem na real e percebessem que perderam muito mais do que o funcionamento de seus dispositivos. Quando elas se dessem conta de que seria difícil até arranjar a próxima refeição, seria um choque de realidade brutal.
Precisamos da internet, claro. Mas não precisamos estar conectados 24h por dia. Não precisamos de muitos dos recursos dos smartphones. Procure conversar com as pessoas. Devemos tentar alertá-las sobre o mal que uma exagerada dependência do sistema pode trazer. Temos que convencer as pessoas a deixar seus telefones de lado, pelo menos por um tempo. Em outras palavras, devemos tentar fazer com que as pessoas sejam menos individualistas, e mais perceptivas em relação a tudo o que nos cerca.
Quando a crise vier, vai ser grave para todo mundo. Mas para quem está excessivamente conectado ao sistema vai ser muitíssimo pior.

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