quinta-feira, 3 de abril de 2014

O pior cenário

Nesses últimos dias, o supervulcão de Yellowstone ganhou a atenção da mídia, pois este começa a dar sinais de que quer acordar de seu sono de mais de 600 mil anos Os cientistas que estudam este tipo de fenômeno garantem que não há risco imediato de uma erupção. Mas, a Natureza tem o péssimo costume de desmentir todo mundo.
Um supervulcão, como o de Yellowstone, preocupa porque, caso ele acorde, pode destruir uma grande área nos EUA, e colocar material suficiente na atmosfera para ocultar o Sol por uma década. Eis as consequências:

O planeta sofreria um resfriamento intenso, num curto espaço de tempo. Seria algo comparável com uma Era Glacial. Muito provavelmente, as regiões mais próximas aos polos se tornariam inabitáveis, e mesmo as mais próximas do Equador, sofreriam com o frio. Veríamos fenômenos peculiares, como a neve no Nordeste. Além disso, o nível dos oceanos baixaria, com o aumento da quantidade de gelo.
Sem luz solar, a mortandade de plantas e animais seria imensa. Alguns cientistas acham que tal coisa poderia alterar de maneira significativa a composição do ar, posto que os principais geradores de oxigênio na Terra, que dependem da fotossíntese, morreriam massivamente. Outros dizem que uma década é muito pouco tempo para que haja alguma mudança significativa. Mas, a morte das plantas e dos animais que delas se alimentam causariam a fome em grande escala. As culturas mais importantes, como arroz, milho e trigo precisam de muita luz solar para se desenvolverem.
A erupção varreria os EUA e porções do México e Canadá do mapa. Milhões morreriam pela explosão e pela ejeção de cinzas superaquecidas. Tudo seria coberto por uma camada de mais de 5m de cinzas. Isso sem falar nas rochas expelidas, que seriam verdadeiros meteoros, destruindo muita coisa aonde caíssem. O barulho de tal explosão provavelmente seria ouvido em todo o planeta. As ondas de choque e terremotos também seriam devastadores, podendo derrubar prédios e até mesmo aviões.
Mas nada seria mais devastador do que o impacto psicológico. Imagine viver num mundo aonde não há luz do Sol, aonde toda a vegetação está morta. Saber que milhões de pessoas simplesmente desapareceram e que as perspectivas para o futuro não são animadoras. O frio, a fome e as doenças matariam bilhões. Na maioria dos possíveis cenários de crise, pelo menos haveria luz do Sol, e de uma maneira ou de outra, daria para se virar para matar a fome. No caso da erupção de um supervulcão, a única chance de sobrevivência talvez fosse um bunker. Mas que bunker está preparado para manter pessoas por uma década, talvez até mais? Nós, preparadores brasileiros, poderíamos sobreviver num cenário de frio extremo (para nossos padrões)? Diante de uma mudança tão radical, talvez fiquemos um pouco melhor que os outros, por um certo tempo. Mas, como faremos para repor nossas reservas alimentares?
Muitos dos modelos de fornecimento de energia fora da grade são compostos por painéis solares. Em um cenário assim, eles iriam todos para o beleléu. Até mesmo as pilhas e baterias duram bem menos no frio. Como fazer?
Mas é possível que os efeitos não sejam tão severos assim, pelo menos os efeitos pós-explosão. A Natureza tem um incrível poder de recuperação. Talvez a temperatura não caísse tanto e que o Sol não ficasse tanto tempo oculto. Ou que a oclusão fosse apenas parcial.
Se algo assim vier a acontecer, toda a humanidade correrá um sério risco. Mesmo nós, sobrevivencialistas, seríamos levados ao limite.
Gostaria de deixar então a pergunta: O que você faria diante de um cenário desses? Sem luz do Sol, com frio, sem ter como repor as reservas alimentares. Desesperador, não?

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