quinta-feira, 31 de julho de 2014

Uma prévia do que está por vir

A gente não tem ideia de como será uma situação, até passar por ela. Estamos a 24h sem água aqui onde moro. Sem saber disso, não só mantivemos o consumo normal de água, como também, toda a roupa das pessoas da casa foi lavada. O resultado é que, à noite, a caixa d'água esvaziou. A sorte é que tem água reservada numa cisterna e também em grandes tonéis que captaram a água das recentes chuva. Porém, já começamos a ter alguns "desconfortos". Primeiro, o banho ontem não pode ser de chuveiro. Tivemos que pegar um balde e um pote para nos lavar. No friozinho que tem feito, foi um certo "sofrimento". E no caso do meu filho pequeno, tivemos que esquentar a água, pois ele ainda está se recuperando de uma gripe. Depois, sem poder dar descarga, tivemos que encher o balde no lado de fora, carregar até o banheiro e despejar a água na privada. A pia está repleta de pratos e, a sorte é que temos galões de água mineral para beber. Não há previsão de quando a distribuição de água será normalizada.
Não estamos correndo nenhum tipo de risco. Mas, o simples fato de ter que carregar água num balde, para tomar banho e dar descarga, além de não poder lavar os pratos já é um aborrecimento. Ainda mais com uma criança pequena em casa. Ficar sem aquela chuveirada dá a impressão de que não se tomou um banho "de verdade".
Esse episódio mostra algumas coisas:

Sou sobrevivencialista, me preparo, tenho a consciência de que situações como a descrita acima podem se tornar permanentes. Mas mesmo assim é estressante. Agora, imagine isso numa SHTF. De repente, de uma hora para outra, ficar não só sem água, mas também sem energia, sem comunicações, sem poder fazer as coisas da maneira como estamos acostumados. Mesmo para quem se prepara, é um baque.

A crise, quando vier, não vai anunciar a sua chegada com estardalhaço. Muitas vezes estaremos num cenário de crise sem nem perceber à princípio. Por mais que nos preparemos, não vamos achar que toda vez que ficamos sem energia, ou que toda vez que faltar água, é por que a crise começou. Nós, como todo mundo, vamos demorar um pouco a perceber que o negócio ficou sério. Vamos esperar um pouco para as coisas voltarem ao normal.

Mesmo num evento insignificante como o descrito acima, mostra a importância da preparação. Se não tivéssemos água guardada, estaríamos sem banho e com a privada suja. Se a situação perdurasse, teríamos que ir atrás de água. Num mundo normal, poderíamos recorrer aos vizinhos, aos pais, aos sogros, até mesmo aos amigos. Mas, diante de um cenário de crise, não ter água seria fatal. O banheiro se transformaria num potencial foco de doenças. Eventualmente iria acabar a água mineral. E aí? Desespero na certa.

Devemos, portanto, nos manter sempre preparados, e dar especial atenção à questão da água. As notícias sobre a situação das reservas de água para o consumo nas cidades não são animadoras. E pode ser que este episódio descrito acima possa ser um problema mais sério do que pensamos à princípio.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Dez dos itens desejáveis numa BOB

Aconteceu. A tão temida SHTF virou realidade. E aconteceu numa hora em que estamos longe de nossas preparações e refúgios. Pensando num cenário assim, muitos preparadores possuem uma mochila básica de emergência ou BOB (Bug-Out Bag), com itens que possibilitarão meios para se manter adequadamente alimentado e hidratado por alguns dias, assim como equipamentos para orientação e defesa pessoal.
Portanto, eis o que eu colocaria numa BOB.

1) Bússola e mapas.

Estamos muito mal acostumados com o GPS e mapas do Google. Usamos os dois sempre em conjunto nas mais diversas situações em aparelhos como celulares e tablets. Porém, num cenário em que não teremos nem energia elétrica e nem internet, tais aparelhos se tornam inúteis (salvo se você tiver aplicativos que possam usar GPS sem internet num celular como o Maps.Me, se a SHTF em questão não desabilitou os satélites de GPS e se você tiver como carregar o celular sem usar a rede elétrica). Assim é importante ter uma boa e velha bússola e mapas, pelo menos da região onde estaria o seu refúgio, ou pelo menos, da região para onde você pretenderia fugir. E para usar a bússola e os mapas, é importante ter noções de orientação e saber interpretar corretamente as informações dos mapas.

2) Fósforos, Isqueiros e Lentes de Aumento

A utilidade do fogo é imensa. Da preparação de alimentos até a purificação da água através da fervura, é sempre bom ter meios de se fazer fogo rapidamente. Fósforos e isqueiros são muito úteis numa BOB. E eu ainda colocaria uma lente de aumento, por ela ser uma maneira adicional de se iniciar um fogo, pelo menos em dias ensolarados.

3) Kit Médico

Gaze, esparadrapo, anti-alérgicos, analgésicos, remédios contra má-digestão, descongestionantes nasais, anti-sépticos, anti-inflamatórios e muitos outros tipos de medicamentos podem ser colocados em uma pequena caixa. Caso você use algum medicamento específico, devido à algum problema de saúde, estes devem estar tanto na sua mochila quanto nas suas preparações.

4) Muda de Roupas e Um Par de Botas

Por não se saber exatamente quanto tempo vai se passar até que se chegue no refúgio, é importante ter tanto uma muda de roupas sobressalente quanto um par de botas, que são calçados resistentes. É importante para se ter um certo conforto e também, em caso de chuva, poder trocar uma roupa molhada por uma seca. Se a sua mochila não for impermeável, embale as roupas com sacos plásticos.

5) Armas

No Brasil, a lei é muito restrita quanto ao porte de armas. Mas numa situação de emergência, ter alguma arma de fogo pode salvar a sua vida, por desencorajar eventuais agressões. Porém, uma arma só deve ser usada em último caso. O ideal é algo que combine um bom poder de fogo com pequeno tamanho e peso. Se você não tiver uma arma de fogo, uma faca ou qualquer outro tipo de lâmina cortante pode ser usado.

6) Alimentos e água

Alimentos energéticos, como barras de cereais, chocolate, frutas secas, castanhas, além de rações de sobrevivência, devem ter um espaço na sua mochila, bem como um cantil com água e tabletes purificadores. Como a água pesa bastante, muito provavelmente você terá que encontrar alguma fonte no caminho. Daí a importância de ter métodos de purificação de água.

7) Capa de Chuva

Essas baratinhas, de plástico, que ocupam um lugar mínimo na mochila são uma boa pedida. Elas não vão te deixar totalmente seco em caso de chuva muito forte. Mas é muito melhor do que ficar totalmente encharcado em pouco tempo.

8) Binóculos

Em situações de emergência é sempre bom ficar atento aos arredores. Um binóculo pode possibilitar uma boa visão das cercanias e também de possíveis ameaças, como emboscadas.

9) Manta térmica aluminizada

Ocupa pouco espaço na mochila e será muito útil caso você tenha que passar a noite ao relento. Elas retêm o calor gerado pelo corpo e são levíssimas. Mas devem ser manuseadas com cuidado, pois são frágeis.

10) Boa cabeça e bom corpo

De nada adianta ter uma mochila preparada se os principais elementos não estiverem funcionando: Seu corpo e sua cabeça. Resistência física é fundamental pois, uma BOB pesa para caramba! E lembre-se que você estará numa situação de estresse que, por si só, já é um fator de desgaste.
Seu preparo mental também tem que ser forte. Não há lugar para desespero ou ações impensadas. Você tem que tomar atitudes coerentes e evitar ao máximo se expor. E, se você estiver acompanhado, deve transmitir calma e sobriedade para quem estiver com você,

Gostaria de saber a opinião de vocês. Que outros itens vocês acrescentariam numa BOB? Retirariam algum dos que eu coloquei?

Devemos sempre nos manter preparados. E atentos!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Dez das plantas mais venenosas do Brasil

Assim como existem animais peçonhentos, existem plantas que podem ser perigosas. Sua ingestão, ou mesmo contato com suas secreções, sementes ou pelos podem causar diversos males, que vão de alergias à morte, passando por problemas cardíacos, intestinais, edemas e outros. Pessoas com histórico de alergias devem tomar extremo cuidado com estes tipos de plantas, pois os efeitos de um contato podem ser muito potencializados. Embora algumas delas sejam utilizadas para fins medicinais, todo cuidado é pouco.
Segue abaixo uma lista de dez das plantas mais venenosas que existem em território nacional.

1) Aroeira



Nome popular: pau-de-bugre, coração-de-bugre, aroeirinha preta, aroeira-do-mato, aroeira-brava.

Nome científico: Lithraea brasiliens March


Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: o contato ou mesmo, em alguns casos, a proximidade causa reação dérmica local (bolhas, vermelhidão e coceira), que pode persistir por vários dias. A ingestão pode provocar manifestações gastrointestinais.

2) Bico-de-papagaio



Nome popular: rabo-de-arara, papagaio

Nome científico: Euphorbia pulcherrima Willd

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a seiva leitosa da planta causa lesão na pele e mucosas, inchaço nos lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira. Se tiver contato com os olhos, provoca irritação, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e dificuldades de visão. A ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia.

3) Chapéu-de-Napoleão



Nome popular: jorro-jorro, bolsa-de-pastor

Nome científico: Thevetia peruviana Schum

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a ingestão ou o contato com o látex pode causar dor em queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem levar a morte.

4) Cinamomo



Nome popular: jasmim-de-caiena, jasmim-de-cachorro, jasmim-de-soldado, árvore-santa, loureiro-grego, lírio-da-índia, Santa Bárbara.

Nome científico: Melia azedarach L.

Parte tóxica: frutos e chá das folhas.

O que provoca: a ingestão pode causar aumento a salivação, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia intensa. Em casos mais graves, pode ocorrer depressão do sistema nervoso central.

5) Avelós



Nome popular: graveto-do-cão, figueira-do-diabo, dedo-do-diabo, pau-pelado, árvore de São Sebastião.

Nome científico: Euphorbia tirucalli L.

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a seiva leitosa da planta causa lesão na pele e mucosas, inchaço nos lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira. Se tiver contato com os olhos, provoca irritação, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e dificuldades de visão. A ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia.

6) Comigo-ninguém-pode



Nome popular: aninga-do Pará

Nome científico: Dieffenbachia picta Schott

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, inchaço dos lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. Em contato com os olhos, pode provocar irritação e lesão da córnea.

7) Copo-de-leite



Nome popular: copo-de-leite

Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, inchaço dos lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. Em contato com os olhos, pode provocar irritação e lesão da córnea.

8) Espirradeira



Nome popular: oleandro, louro rosa

Nome científico: Nerium oleander L.

Parte tóxica: toda a planta

O que provoca: O contato com o látex ou a sua ingestão pode causar dor em queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem levar à morte.

9) Mamona



Nome popular: carrapateira, rícino, mamoeira, palma-de-cristo, carrapato.

Nome científico: Ricinus communis L.


Parte tóxica: sementes

O que provoca: a ingestão das sementes mastigadas causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia mucosa e até mesmo sanguinolenta. Nos casos mais graves, ocorrem convulsões, coma e óbito.

10) Mandioca-brava



Nome popular: mandioca, maniva

Nome científico: Manihot utilissima Pohl (Manihot esculenta ranz)

Parte tóxica: raiz e folhas

O que provoca: a ingestão causa cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, taquipnéia, acidose metabólica, agitação, confusão mental, convulsão, coma e morte.





sexta-feira, 11 de julho de 2014

Os 8 animais mais peçonhentos do Brasil

Ser picado por uma criatura venenosa em dias normais já é motivo de extrema preocupação, especialmente se você estiver a várias horas de um hospital. No caso de uma SHTF então, é muito, muito pior. Muitas vezes dá para evitar acidentes conhecendo os tipos de animais perigosos. Os antídotos estão disponíveis nos hospitais de emergência e, neste caso, se possível, é interessante levar o animal que o picou, pois será de grande valia a rápida identificação do veneno.
Os soros específicos para as picadas destes animais são os seguintes:

Para picada de Cobra:

Jararaca: Soro Antibotrópico

Cascavel: Soro Anticrotálico

Surucucu: Soro Antilaquético ou Antibotrópico-laquético

Coral: Soro Antilapídico

Para picada de Aranha:

Armadeira e Marrom: Soro Antiaracnídico

Para picada de Escorpião:

Se necessário, tratamento com soro específico chamado Antiescorpiónico.

Recentemente, os soros para a picada de cobra tem sido produzidos em pó, para maior durabilidade e estabilidade. Pode ser interessante ter este tipo de medicamento em suas preparações. É interessante também, saber se qualquer pessoa pode adquirir.
Abaixo, as fotos dos 8 animais pais peçonhentos do Brasil.

1 - Jararaca



2 - Cascavel



3 - Surucucu


4 - Coral verdadeira


5 - Aranha marrom


6 - Armadeira


7 - Viúva-negra


8 - Escorpião amarelo


BioInsegurança

Toquei neste assunto recentemente, mas eu acredito que seja necessário falar um pouco mais sobre isto, face à novas notícias que surgiram.

Hoje li uma matéria que me soa no mínimo inquietante. Acharam frascos com vírus da varíola em caixas de papelão abandonados em um depósito desativado do Instituto Nacional de Saúde, em Washington, EUA (a matéria está aqui). Alegaram que os frascos estavam congelados e lacrados e que o vírus em seu interior estava morto. Eu sou completamente leigo em relação à tudo que envolve biossegurança, mas deixar um material tão perigoso como esse "esquecido" é uma negligência sem tamanho. Se o material não estava devidamente registrado, qualquer pessoa poderia, em princípio, tomar posse dele. E se, ao contrário do que dizem, o vírus não estava morto, apenas latente? Ou, mesmo que morto, houvesse material suficiente para que pessoas com más intenções pudessem recriar o vírus? A varíola foi uma doença que se extinguiu em meados do século passado. Se uma nova cepa desse vírus aparecer, nós não temos defesa imunológica contra ela. Amostras são mantidas guardadas para pesquisa, o que na minha opinião é uma tremenda loucura.
Este episódio é assustador porque ocorreu num dos países onde a questão da biossegurança é levada mais à sério, e onde existem órgãos de controle de doenças, como o CCD,  que são responsáveis por registrar este tipo de material. Agora, imagine o que pode acontecer em países como a Rússia ou outras antigas repúblicas soviéticas. Existem amostras do vírus da varíola guardadas também na antiga União Soviética, onde os mecanismos de controle são menos severos.
E o perigo não é só relativo ao vírus da varíola. O que impede a possibilidade, por exemplo, de um bioterrorista de extrair amostras do vírus Ebola de algum dos doentes, ou até mesmo de cadáveres para estudo? Os países do atual surto são paupérrimos e muito provavelmente umas poucas dezenas de milhares de dólares (talvez muito menos) resolveriam o problema do potencial bioterrorista. Se esta praga adquirir a capacidade de transmissão de pessoa para pessoa por via aérea, pode tornar o Antraz brincadeira de criança. Como as agências responsáveis pela biossegurança estão se preparando para a eventualidade do Ebola ser usado como arma? Existe algum controle desta natureza sendo feito? Muito provavelmente não, pois não conseguem nem controlar o fluxo de pessoas contaminadas entre as fronteiras desses países. Já existe a suspeita de que a doença chegou à Gana, tornando este país africano o quinto a ter casos de Ebola no atual surto.
Pelo que sei, ao contrário do que é mostrado em filmes como Resident Evil, em que um sujeito entra e sai de laboratórios de biossegurança máxima como se tivesse entrando e saindo da casa da Mãe Joana, o processo de entrada e saída de um laboratório assim demora cerca de 24h. São várias etapas até chegar à área onde estão os microrganismos mais perigosos. E ainda mais etapas para a saída. Medidas como essa são tomadas tanto em laboratórios governamentais como em empresas de biotecnologia. Mas, quem garante que cientistas financiados por algum grupo, para usar a biotecnologia como arma, estejam trabalhando com esse tipo de coisa sem muito cuidado com a segurança? Ou mesmo que haja todo esse cuidado, quem garante que o produto das pesquisas não será usado em atentados? Quem garante que alguém ache a sociedade ocidental imoral e decadente e a partir daí querer infectar as principais cidades com o produto de seu trabalho?
Sabemos que os serviços de informação das principais potências mundiais certamente levam esse tipo de terrorismo muito à sério. Mas, vejam o estrago que um Eduard Snowden causou à NSA e ao governo americano.
Tudo não passa de conjecturas. Talvez não seja tão fácil usar microrganismos como arma. Talvez não seja fácil esconder instalações de pesquisa para esse fim. Imagino que não há pessoas especializadas nas áreas extremamente específicas da biotecnologia dando sopa por aí. Acredito até que os governos monitoram muito bem quem resolve estudar este tipo de coisa. Mas, por outro lado, existe a sedução do dinheiro. E sabemos que algumas pessoas são bem suscetíveis à ela.
E, mesmo sem o nefasto auxílio do homem, a Natureza pode produzir combinações de microrganismos potencialmente letais. A maioria das pandemias, como a Gripe de 1918 surgiram quando ainda nem se sabia o que era um vírus.
O que nós, sobrevivencialistas, podemos fazer é ficar sempre atentos às notícias, e, em caso de pandemias, agir da melhor forma possível. Se refugiar, ficar longe de grandes aglomerações de pessoas, ter as suas preparações...

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O que os 7x1 nos ensina

Ontem, podemos dizer que aconteceu uma SHTF na Seleção. Dos 11 aos 30 min do primeiro tempo, a Alemanha fez 5 gols. O que causou isso? A falta de preparação, a falta de planejamento, a falta de estudo e a falta de controle emocional.
Tudo estava caminhando razoavelmente bem. O nível de preparação parecia adequado. Nada poderia atingir o confiante time. Então vem o primeiro gol, um aviso de que era preciso prestar atenção e tomar atitudes para evitar maiores problemas e possibilitar a busca pelo empate. Mas nenhuma mudança foi feita. Então vem o segundo gol, o terceiro, o quarto, o quinto. Pronto! Tudo perdido. Tarde demais para se tomar alguma medida. O despreparo e o desespero tomou conta do time e nada mais dava certo. Superestimar as suas medidas, e subestimar a fonte de seus problemas foi o maior erro de quem comandava o time, tanto dentro de campo, como fora dele.
Assim é a nossa vida. Em primeiro lugar, devemos nos preparar para os mais diversos cenários. Nunca relaxar e achar que estamos suficientemente preparados. Sempre devemos procurar falhas, imaginar aonde podemos melhorar. Devemos estar atentos aos avisos. O "adversário" tem tentado fazer o equivalente ao primeiro gol, em várias frentes, como a distribuição de energia e acesso à internet As nossas defesas são a informação e a capacidade de reação.
Se o "adversário" fizer o primeiro gol, ou seja, se um cenário de crise for desencadeado, devemos agir imediatamente. Ir para o refúgio, verificar novamente os itens de sua preparação para ver se não tem nada faltando, e, acima de tudo, entender tudo o que diz respeito à crise que está ocorrendo. Muitas pessoas agirão como o técnico e o capitão da Seleção. Não vão ver um perigo imediato e vão ficar imóveis, sem tomar nenhuma atitude. Então a situação piora e o "adversário" faz o segundo gol. Os serviços que fazem a sociedade funcionar vão para o brejo. Ontem você poderia comprar água e mantimentos com seu cartão de crédito. Hoje só com dinheiro vivo. Amanhã, só trocando por outros objetos que venham a ser necessários. Aí começa o desespero. E junto vem a fome, a sede, a dor, a incerteza. Vários gols do "adversário" em um curtíssimo espaço de tempo.
A grande diferença entre a Copa e a vida real é que, a derrota de um time de futebol não vai te matar. Talvez vá te envergonhar por muito tempo. Mas é só...
Todos vão sentir o baque de uma SHTF. Mas quem se prepara não vai deixar que isso se transforme em uma situação desesperadora, em uma "goleada". A preparação pode garantir o gol de empate. Só não saberemos como será a prorrogação...

domingo, 6 de julho de 2014

Relógios de Pulso

Nos dias de hoje estamos cercados por invenções que dão a impressão de que jamais poderemos viver sem elas novamente. Computadores, celulares, tablets, internet, caixas eletrônicos, carros, aviões, chocolate. A lista é praticamente infinita. 
Outro dia, fiz uma pergunta à algumas pessoas. Perguntei qual das invenções do século XX/XXI elas mais sentiriam falta. A maioria falou celular, internet, computador, redes sociais carros. Só que existe uma, tão presente na nossa vida, tão indispensável, e tão incorporada às outras, que nem nos damos conta. Sua ausência certamente seria a mais sentida. Podemos viver sem internet, sem celular, sem carro, sem chocolate. Mas não podemos viver sem contar o tempo, de alguma maneira. Não podemos viver sem relógios.
São poucos os lugares no mundo onde o relógio não tenha importância. Ele é um organizador da vida diária há muito tempo. E se tornou um objeto de uso universal nas cidades e no campo, principalmente depois da popularização do relógio de pulso. Existem centenas de modelos, com as mais diversas funcionalidades. 
Mas, vamos supor que ocorra um cenário de crise grave, que destrua as bases da moderna civilização tecnológica. Isso tornaria o relógio inútil? Na minha opinião, de maneira alguma. O relógio continuaria a ser um elemento organizador. Ele facilitaria nosso planejamento pós-crise. Poderíamos distribuir tarefas com duração determinada com muito mais facilidade. Ele ajudaria a diminuir a sensação de desnorteamento causada pelo fim de toda a comunicação, da energia elétrica, das coisas as quais estávamos acostumados durante toda a nossa vida. Ele teria o poder de tornar um pouco menos brutal a transição entre o mundo atual e um mundo pós SHTF. 
É importante ter nas suas preparações alguns relógios. Esses relógios digitais de pulso, baratinhos, são na verdade bastante confiáveis e muito precisos. Praticamente não precisam de manutenção e suas baterias duram anos. E dá para fazer um estoque de baterias para eles, que são muito baratas. 
Existe uma questão filosófica sobre relógios e tempo. Muitos dizem que somos escravos do tempo, que os minutos nos torturam, que tempo é dinheiro e por aí vai. Pode ser até verdade. Mas, falando de forma pragmática, para quem passou a vida toda contando o tempo, seria muito difícil viver sem relógios. Talvez crianças nascidas num mundo pós SHTF não se sentissem presas ao relógio. Mas certamente contariam a passagem do tempo de alguma maneira. Contar o tempo é inerente ao ser humano.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Fim da Realidade?

Gostaria de abrir uns parênteses nos textos de temática sobrevivencialista/preparação para externar uma preocupação minha com algo que, a meu ver, pode ser mais perigoso para a humanidade do que possíveis cenários de crise.
Boa parte da humanidade já é escrava da internet e dos smartphones. Para muitos, ficar sem a conexão e sem o aparelho pode ser tão perturbador quanto perder um ente querido. Mas, apesar de seu poder viciante, esta combinação altera a realidade de forma muito limitada.
Agora, eis que surge um dispositivo tão promissor que Mark Zuckerberg, dono do Facebook, já investiu 2 bilhões de dólares de seu próprio bolso, depois de testá-lo por uma hora. O nome dele é Oculus. A máquina mistura realidade virtual e estimulação do córtex cerebral via software. Deve ser algo realmente impressionante, para convencer Zuckerberg a investir uma fortuna nesse aparelho.
E aí é onde mora o perigo. Se um simples smartphone conectado à internet tem um poder enorme sobre a vida de muitas pessoas, o que uma máquina assim pode fazer? Se um cenário qualquer pode ser simulado de forma tão perfeita, porque as pessoas vão querer voltar à dura realidade? Se as pessoas encontrarem uma maneira de ser o que elas aparentar ser nas redes sociais, porque vão querer voltar à vida anterior? Se esse dispositivo realmente tem o poder de enganar o cérebro e dizer ao corpo para sentir frio quando na verdade está calor, como não inserir na mente das pessoas os mais diversos padrões de comportamento? Um aparelho desses, aliado à internet, pode ser uma ferramenta de controle absurdamente poderosa.
Mas, tudo isso pode ser um exagero. Pode ser que, mesmo sendo fantástico, tal aparelho não consiga enganar realmente o cérebro. Pode ser que possamos distinguir o que é a simulação criada pelo Oculus e o que é realidade.
Entretanto, a simples ideia de um aparelho assim, me deixa receoso. As pessoas que controlam a nossa sociedade sempre buscaram formas de exercer o seu domínio. E se este domínio pudesse ser imposto sem usar a força? E se as pessoas ansiassem por este domínio? E, é sempre bom lembrar que a tecnologia está avançando, pelo menos em alguns pontos, de forma absurdamente rápida.
Este dispositivo talvez tenha o poder de gerar a mãe de todas as crises: O fim do pensamento livre.
É bom ficar de olho!