Ultimamente, temos visto muitos casos, especialmente em grandes cidades, onde pessoas, guiadas por aplicativos de celular que usam GPS e mapas, ou pelos consoles interativos de seus carros modernos, entrarem em verdadeiras enrascadas. Falta bom-senso à muitas dessas pessoas, que confiam cegamente nestes aplicativos e mapas. As pessoas esqueceram de olhar para fora de seus veículos? Será que o senso de localização que guia a humanidade desde tempos imemoriais está sendo destruído pela eletrônica?
Um desses casos foi realmente absurdo. Um casal, procurando uma pizzaria na orla da cidade de Niterói, acabou errando totalmente o caminho e indo parar numa favela, muito distante do local aonde pretendiam ir. Os nomes das ruas, na orla e na favela eram parecidos. O resultado deste erro foi trágico. Mas, é um erro grotesco! Será que eles não perceberam, ao olhar o mapa que a rua NÃO era na orla? Será que eles não pensaram que poderia haver um erro, seja na digitação do nome da rua, seja no próprio mapa? É muito mais provável que, se eles tivessem que se orientar por placas e perguntas à taxistas ou frentistas, tivessem chegado ao local correto sem maiores problemas.
Um outro tipo de dependência, igualmente chocante, embora não tão mortal, foi ilustrado numa reportagem veiculada recentemente em rede nacional. Pessoas que não largam seus aparelhos de celular para absolutamente nada, nem na hora do sexo. Pior que isso, são capazes de interromper o ato se o dispositivo sinalizar a chegada de alguma mensagem!
Ao vermos episódios como esses, percebemos que uma possível crise mais séria pode ser muito mais devastadora psicologicamente do que pensamos. A dependência em relação aos celulares e seus diversos aplicativos, à computadores e outros meios eletrônicos é bem maior do que se admite. Como estas pessoas vão agir se, de uma hora para outra, enfrentarmos uma crise que impossibilite o uso, mesmo que de forma parcial, desses dispositivos?
A grande verdade é que a eletrônica tem tomado um espaço cada vez maior na vida das pessoas. Os relacionamentos interpessoais são feitos hoje muito mais via internet e smartphone do que qualquer outro meio. É impressionante, em reuniões sociais em que pessoas sentadas à mesma mesa preferem interagir através de seus aparelhos, ao invés de conversarem entre si. Muitos hoje são realmente incapazes de se desconectar. Mesmo quando estão dormindo!
Muitos sobrevivencialistas mais fantasiosos creem na possibilidade de um "apocalipse zumbi". E eu começo a também crer nisso. Só que, o apocalipse não se dará com pessoas se transformando em zumbis, e sim na "crise de abstinência eletrônica deszumbificante". A dura realidade de um mundo sem eletrônica, ou ao menos sem internet, será muito, muito dura para muitos. E o número de pessoas que se tornam dependentes demais da eletrônica só aumenta.
E você? É dependente da eletrônica?
Eu procuro ficar o mais independente possível. A maioria de meus artigos sempre são manuscritos e só depois colocados no computador. Quase não uso aplicativos de trocas de mensagens no celular. Ao ir para locais onde não conheço, antes de sair de casa, dou uma pesquisada num mapa da internet. Mas, quando não dá tempo, me guio por placas, e não tenho vergonha de perguntar à taxistas, frentistas, motoristas ou pedestres como faço para chegar em determinado local.
Temos que perceber que a eletrônica pode ser uma poderosa auxiliar em nossas vidas. Mas ela tem nos deixado "zumbificados". Durante a maior parte de sua história, a humanidade viveu sem eletrônica. Acredito que todo sobrevivencialista tem que se preparar para situações de desconexão. Mesmo que não enfrentemos este problema no intervalo de nossas vidas, é bom sempre desconectar, para manter a sanidade mental.
Muito bom, me fez pensar em meus hábitos.
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