sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Centésimo Post!

Comecei a escrever e publicar na internet textos com a temática sobrevivencialista em meados de 2013. E agora, em Fevereiro de 2015 chego ao meu centésimo post neste humilde blog. Nos 99 posts anteriores, escrevi o que eu pensava sobre alguns dos aspectos mais importantes do sobrevivencialismo voltado à preparação, alguns contos sobre situações hipotéticas (mas bem verossímeis) nas quais a sobrevivência das pessoas e da civilização poderia estar ameaçada por eventos cataclísmicos, e também sobre determinadas ferramentas necessárias (ao meu ver) para a sobrevivência em cenários de crise. De tempestades solares à armas, de pandemias à falta de água, de colapso econômico à possíveis conflitos, procurei escrever sobre tudo o que poderia (poderá) nos afetar de alguma maneira de um jeito que ficasse claro, e que aticasse a curiosidade de quem lê os textos a aprofundar-se mais sobre este ou aquele assunto.
O que mais me impressionou desde que comecei a intensificar os estudos sobrevivencialistas é a quantidade de situações que são potenciais geradoras de crises graves que atravessamos durante apenas 14 meses. Da possibilidade de ampliação do conflito ucraniano (com a vontade dos americanos de armar as forças armadas da Ucrânia, para fazer frente ao poderoso arsenal russo) ao Ebola, da instabilidade climática mundial (aqui no Brasil, este fator, aliado à falta de planejamento dos governos está causando uma grave crise hídrica e energética) às incertezas com as economias da China, Grécia, Espanha e Itália, da invasão hacker aos computadores da Sony Pictures (mostrando que os sistemas cruciais de computadores dos países desenvolvidos sofrem constantes ataques) à ascenção do Estado Islâmico, da possibilidade de uma nova epidemia de peste bubônica à enfraquecimento cada vez mais acelerado do campo eletromagnético da Terra, estes fatos mostram que a nossa civilização anda numa verdadeira corda bamba. A todo momento o equilíbrio está ameaçado. E, a cada passo dado, o equilíbrio se torna ainda mais difícil. A queda é uma questão de tempo, se formos pensar com lógica.
O passado nos dá pistas claras do que acontece quando uma sociedade se torna complexa demais. Elas, cedo ou tarde, irão atingir o seu ponto de ruptura. Assim foi com os sumérios, egípcios, romanos, otomanos. E assim será conosco. O pior é que, quanto mais complexa a civilização, maior a queda. A civilização tecnológica do século XXI é, de longe, a mais complexa da história da humanidade. É a que depende de elementos que não fariam nenhuma falta às civilizações precedentes. Eletricidade e internet nem eram conhecidas pelas outras civilizações. Hoje, é impossível para nós viver sem elas. Consequentemente fenômenos que não causariam nenhum mal aos povos antigos, tais como tempestades magnéticas, hackers, panes elétricas e PEMs, hoje podem deixar-nos de joelhos.
Por tudo isso, nós, sobrevivencialistas, devemos nos preparar para viver sem o auxílio (ou seria bengala?) da tecnologia. Devemos, a medida do possível, nos preparar para viver desconectados do sistema, tanto em relação aos produtos que usamos, quanto às informações que recebemos. Devemos nos preparar inclusive para viver sem o meio pelo qual os sobrevivencialistas (me incluo nessa) propagam suas ideias, que é a internet. Sei que este assunto já foi abordado inúmeras vezes, não só por mim, mas por todos os sobrevivencialistas, brasileiros e estrangeiros. Mas, sempre que possível, é útil e necessário ressaltarmos este ponto.
Um outro fator interessante no sobrevivencialismo é que, quando se adere à essa filosofia de vida, a gente começa a vivê-lo diariamente Seja economizando água (construindo mecanismos simples para coletar água das chuvas ou simplesmente fechando a água do chuveiro enquanto se ensaboa), energia (trocando as lâmpadas por outras que consomem menos ou instalando mecanismos autônomos de geração de energia, como os de energia solar ou eólica), alimentos (seja com reeducação alimentar ou deixando de consumir produtos que usam muitos recursos para serem produzidos) ou combustíveis (deixando o carro na garagem na medida do possível ou procurando por modelos que consomem menos combustível).
Muito embora nenhum sobrevivencialista seja imune à uma SHTF, podemos aumentar nossas chances de sobrevivência se estivermos longe das grandes cidades. É claro que, para boa parte, esta é uma impossibilidade. Mas, com planejamento, se pode mudar. Mesmo sem pensar em crise, morar em uma cidade menor, ou até mesmo no campo, aumenta consideravelmente a qualidade de vida. E se realmente for impossível para o preparador ter uma vida longe das metrópoles, estes devem ter planos de contingência para situações de crise, que devem incluir ao menos uma BOB e uma possível BOL. Nesses casos, antecipar-se a crise fará uma grande diferença. E esta antecipação se dá através de informações consistentes, E é aí que encontramos outro problema.
A quantidade de besteiras (como por exemplo, a suposta publicação da NASA que afirma com veemência que a Terra passará por dois dias de escuridão total) e de erros (é comum a confusão entre inversão dos polos magnéticos e inversão dos polos geográficos; a primeira já pode está acontecendo e a segunda é totalmente impossível) tornam uma tarefa difícil ter informações confiáveis sobre o que realmente está acontecendo e também sobre os perigos que nos cercam. E, aliado a isso, ainda há a falta de transparência dos governos e instituições na divulgação de informações (a crise da água em São Paulo mostra exemplos claros disso). Devemos, portanto, realmente fazer um estudo aprofundado para termos a certeza de que, quando a crise chegar, a possamos perceber o mais rápido possível e tomar as medidas necessárias para a sobrevivência.

Bom, espero continuar a escrever por muito e muito tempo sobre sobrevivencialismo e os temas relacionados. Embora eu acredite que uma crise séria é questão de tempo, não quero que nada muito grave aconteça. Como já foi dito por muitos, espero o melhor, mas me preparo para o pior.  

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