Comecei a escrever e
publicar na internet textos com a temática sobrevivencialista em
meados de 2013. E agora, em Fevereiro de 2015 chego ao meu centésimo
post neste humilde blog. Nos 99 posts anteriores, escrevi o que eu
pensava sobre alguns dos aspectos mais importantes do
sobrevivencialismo voltado à preparação, alguns contos sobre
situações hipotéticas (mas bem verossímeis) nas quais a
sobrevivência das pessoas e da civilização poderia estar ameaçada
por eventos cataclísmicos, e também sobre determinadas ferramentas
necessárias (ao meu ver) para a sobrevivência em cenários de
crise. De tempestades solares à armas, de pandemias à falta de
água, de colapso econômico à possíveis conflitos, procurei
escrever sobre tudo o que poderia (poderá) nos afetar de alguma
maneira de um jeito que ficasse claro, e que aticasse a curiosidade
de quem lê os textos a aprofundar-se mais sobre este ou aquele
assunto.
O que mais me
impressionou desde que comecei a intensificar os estudos
sobrevivencialistas é a quantidade de situações que são
potenciais geradoras de crises graves que atravessamos durante apenas
14 meses. Da possibilidade de ampliação do conflito ucraniano (com
a vontade dos americanos de armar as forças armadas da Ucrânia,
para fazer frente ao poderoso arsenal russo) ao Ebola, da
instabilidade climática mundial (aqui no Brasil, este fator, aliado
à falta de planejamento dos governos está causando uma grave crise
hídrica e energética) às incertezas com as economias da China,
Grécia, Espanha e Itália, da invasão hacker aos computadores da
Sony Pictures (mostrando que os sistemas cruciais de computadores dos
países desenvolvidos sofrem constantes ataques) à ascenção do
Estado Islâmico, da possibilidade de uma nova epidemia de peste
bubônica à enfraquecimento cada vez mais acelerado do campo
eletromagnético da Terra, estes fatos mostram que a nossa
civilização anda numa verdadeira corda bamba. A todo momento o
equilíbrio está ameaçado. E, a cada passo dado, o equilíbrio se
torna ainda mais difícil. A queda é uma questão de tempo, se
formos pensar com lógica.
O passado nos dá
pistas claras do que acontece quando uma sociedade se torna complexa
demais. Elas, cedo ou tarde, irão atingir o seu ponto de ruptura.
Assim foi com os sumérios, egípcios, romanos, otomanos. E assim
será conosco. O pior é que, quanto mais complexa a civilização,
maior a queda. A civilização tecnológica do século XXI é, de
longe, a mais complexa da história da humanidade. É a que depende
de elementos que não fariam nenhuma falta às civilizações
precedentes. Eletricidade e internet nem eram conhecidas pelas outras
civilizações. Hoje, é impossível para nós viver sem elas.
Consequentemente fenômenos que não causariam nenhum mal aos povos
antigos, tais como tempestades magnéticas, hackers, panes elétricas
e PEMs, hoje podem deixar-nos de joelhos.
Por tudo isso, nós,
sobrevivencialistas, devemos nos preparar para viver sem o auxílio
(ou seria bengala?) da tecnologia. Devemos, a medida do possível,
nos preparar para viver desconectados do sistema, tanto em relação
aos produtos que usamos, quanto às informações que recebemos.
Devemos nos preparar inclusive para viver sem o meio pelo qual os
sobrevivencialistas (me incluo nessa) propagam suas ideias, que é a
internet. Sei que este assunto já foi abordado inúmeras vezes, não
só por mim, mas por todos os sobrevivencialistas, brasileiros e
estrangeiros. Mas, sempre que possível, é útil e necessário
ressaltarmos este ponto.
Um outro fator
interessante no sobrevivencialismo é que, quando se adere à essa
filosofia de vida, a gente começa a vivê-lo diariamente Seja
economizando água (construindo mecanismos simples para coletar água
das chuvas ou simplesmente fechando a água do chuveiro enquanto se
ensaboa), energia (trocando as lâmpadas por outras que consomem
menos ou instalando mecanismos autônomos de geração de energia,
como os de energia solar ou eólica), alimentos (seja com reeducação
alimentar ou deixando de consumir produtos que usam muitos recursos
para serem produzidos) ou combustíveis (deixando o carro na garagem
na medida do possível ou procurando por modelos que consomem menos
combustível).
Muito embora nenhum
sobrevivencialista seja imune à uma SHTF, podemos aumentar nossas
chances de sobrevivência se estivermos longe das grandes cidades. É
claro que, para boa parte, esta é uma impossibilidade. Mas, com
planejamento, se pode mudar. Mesmo sem pensar em crise, morar em uma
cidade menor, ou até mesmo no campo, aumenta consideravelmente a
qualidade de vida. E se realmente for impossível para o preparador
ter uma vida longe das metrópoles, estes devem ter planos de
contingência para situações de crise, que devem incluir ao menos
uma BOB e uma possível BOL. Nesses casos, antecipar-se a crise fará
uma grande diferença. E esta antecipação se dá através de
informações consistentes, E é aí que encontramos outro problema.
A quantidade de
besteiras (como por exemplo, a suposta publicação da NASA que
afirma com veemência que a Terra passará por dois dias de escuridão
total) e de erros (é comum a confusão entre inversão dos polos
magnéticos e inversão dos polos geográficos; a primeira já pode
está acontecendo e a segunda é totalmente impossível) tornam uma
tarefa difícil ter informações confiáveis sobre o que realmente
está acontecendo e também sobre os perigos que nos cercam. E,
aliado a isso, ainda há a falta de transparência dos governos e
instituições na divulgação de informações (a crise da água em
São Paulo mostra exemplos claros disso). Devemos, portanto,
realmente fazer um estudo aprofundado para termos a certeza de que,
quando a crise chegar, a possamos perceber o mais rápido possível e
tomar as medidas necessárias para a sobrevivência.
Bom, espero
continuar a escrever por muito e muito tempo sobre sobrevivencialismo
e os temas relacionados. Embora eu acredite que uma crise séria é
questão de tempo, não quero que nada muito grave aconteça. Como já
foi dito por muitos, espero o melhor, mas me preparo para o pior.
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