Uma ação judicial bloqueou o popular aplicativo de troca de mensagens WhatsApp por 48 horas em todo o território nacional. Este é um fato bastante preocupante.
Em primeiro lugar, preocupa o fato de que uma juíza, em um determinado município brasileiro possa tomar uma decisão que afeta mais de 100 milhões de pessoas. Considerações à parte sobre vício digital, muitos usam este aplicativo para realizar diversas tarefas relativas ao seus trabalhos. Muitos terão que procurar outras formas de contactar seus clientes e fechar seus negócios, o que vai gerar prejuízos consideráveis num país que já está em crise financeira. Não se sabe nem o real motivo de tal decisão. Tanto poder concentrado nas mãos de uma única pessoa é um convite para tomar ações que podem ser consideradas ditatoriais e contra o interesse público.
Agora, imagine o que um governo que pode se ver sem saída pode vir à fazer. Não sei se há impedimentos técnicos, mas, teoricamente, parece não haver nada que possa impedir uma medida judicial que interrompa o funcionamento de todas as linhas de telefonia celular de uma cidade, estado ou do país. O mesmo deve valer para internet.
O que quero dizer com isso é que uma pessoa pode, através de uma simples medida judicial, trazer o caos. Esta situação revela um tipo até então insuspeito de perigo. O perigo de que algumas de nossas principais formas de comunicação possam ser interrompidas não por fenômenos da natureza ou ataques terroristas, mas simplesmente por uma canetada. Eu particularmente duvido que, quem toma uma decisão dessa natureza, está interessado no bem-estar da população.
Esta parece ser mais uma prova de que, quanto mais desenvolvida uma tecnologia, mais frágil ela se torna. Mais um motivo para todo sobrevivencialista investir em formas de comunicação que não dependam do sistema para funcionar. Talvez a melhor opção para uma comunicação desta natureza seja o rádio. Existem diversos modelos, fixos e portáteis, com diversas potências e alcances. Existem outros meios de comunicação off-grid, como por exemplo, o uso de pombos-correio. Mas, sem dúvida, o mais prático e eficiente é o rádio.
Devemos ficar atentos à mais esta ameaça...
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