quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Sobre Crises e Corrupção

Quando pensamos em crises generalizadas, geralmente vem à mente uma série de coisas, de desastres naturais à ataques à infra-estrutura. Mas existe um agente que talvez não seja levado em conta por muitos sobrevivencialistas. A corrupção.
Um exemplo claro de como a má administração causou tragédias localizadas, mas muito graves foi o vazamento de lama em Mariana. Bastaria que os órgãos de fiscalização fizessem seu papel que os problemas da barragem da Samarco teriam sido detectados à tempo e providências teriam sido tomadas a fim de evitar o seu rompimento.
Mas, a questão é bem mais complicada do que parece à princípio. Existe uma gigantesca batalha econômica por trás das administrações governamentais. Ninguém é tão estúpido para não perceber diversos problemas que, com soluções relativamente simples poderiam ser evitados. O negócio é: Quanto isso vai custar? Quanto isso vai afetar os meus lucros? Que alternativas minha empresa teria para achar uma solução mais barata?  Então, muitos empresários, que visam somente os lucros, embora as suas empresas invistam em propaganda (enganosa) para fingir que se importam com o meio-ambiente e com as pessoas, acabam "fazendo de reféns" os gestores públicos (isto quando eles próprios não são os candidatos à cargos públicos). Num processo de "toma lá, da cá", grandes corporações bancam as campanhas políticas de candidatos aos cargos nas diferentes esferas de poder, e, em troca, interferem nos governos, apoiando leis e medidas que lhes beneficiem e barrando as que vão contra os seus interesses. O gestor público não passa de um fantoche das corporações, e coloca os seus interesses pessoais e financeiros acima dos da população, sem o menor remorso. E estas corporações, muitas vezes tem capital estrangeiro, especialmente de países onde a opinião pública já não permite certos tipos de exploração. O sistema está tão contaminado que as empresas pagam as campanhas de candidatos adversários entre si, numa clara demonstração de que, cada vez mais, elas é que detêm o poder na prática. E, mesmo empresas concorrentes acabam costurando acordos que as beneficiam mutuamente, como num gigantesco (e invisível) cartel.
Mesmo quando essas corporações acabam não conseguindo fazer valer os seus pontos de vista em escala governamental (o quem tem se tornado cada vez mais difícil de acontecer), e acabam sendo punidas pelos seus erros, como no caso de Mariana, as punições, além de brandas, ainda demoram muito tempo para serem cumpridas.
A frouxidão nos mecanismos de fiscalização aqui no Brasil é causado sim pela falta de recursos. Mas esses recursos são controlados por políticos atrelados à grandes empresas. Então, eles mantém esses mecanismos funcionando da pior maneira possível, apenas para dar uma resposta à sociedade civil e que, verdade seja dita, pouco se importa com isso. Talvez se órgãos como o IBAMA ou a FUNAI fossem extintos, quase ninguém notaria a sua falta. Não há nenhuma punição adicional se as empresas não cumprirem com seus acordos originais. E elas não se sentem compelidas à cumpri-los. Além disso, muitos fiscais, que procuram fazer o seu trabalho da melhor forma possível, são intimidados de muitas maneiras. Sem falar em alguns que, em troca de propina, simplesmente não fiscalizam, ou omitem falhas.
O problema é que chegamos à um ponto em que as decisões governamentais (ou a falta delas) envolvem áreas cada vez maiores, com consequências para um número cada vez maior de pessoas. Claro que as grandes corporações e seus empresários estão pouco se lixando para isso, O que se mostra de uma cegueira e estupidez impressionantes. Um exemplo.
A quase total permissividade ao desmatamento na Amazônia está alterando o regime de chuvas no Brasil. Estivemos muito próximos de um colapso hídrico na região mais rica do país, e é muito provável que a situação volte a se repetir num futuro próximo. Imagine uma cidade como São Paulo sem abastecimento de água. O colapso econômico resultante disso poderia trazer sérias consequências para o país inteiro.
E este tipo de comportamento se espalha pelo Brasil e pelo mundo. A ameaça é cada vez maior e os tentativas de deter este movimento destrutivo se tornam cada vez mais esporádicas e ineficazes. Uma prova disso é que, embora haja um grande apelo ecológico nas últimas décadas,  a devastação dos ecossistemas planetários jamais foi tão grande quanto nos últimos 40 anos. Cerca de 60% dos animais selvagens foram dizimados nesse período. Só neste século, o mundo perdeu 2 milhões de km² de área florestal; Isso equivale à uma área maior que a do estado do Amazonas.
Para completar, temos uma opinião pública totalmente alienada e desinteressada. Vemos importantes centros urbanos brasileiros com uma série de problemas, que vão desde a segurança, passando por transporte, até o abastecimento de água, e as pessoas aceitam isso de forma passiva e natural. É impressionante notar que a mobilização criada em torno da proibição das vaquejadas no país foi muito maior do que a discussão sobre o abastecimento de água nas cidades em regime de racionamento. Não vou entrar no mérito da legalidade ou não da vaquejada. Mas certamente é um assunto sem importância, se comparado à água. Existem centenas de outros absurdos dos quais sequer ficamos sabendo. Mas, sinceramente, saber deles não modificaria grande coisa.
Diante deste cenário, onde temos uma política de exploração predatória, de mudanças climáticas e ambientais causadas por este modelo, de baixíssimos investimentos em prevenção e controle de desastres e do desinteresse total da maioria da população, além da corrupção desenfreada, devemos nos preparar para dias difíceis, embora sempre esperando que um milagre aconteça e que o futuro, de repente, se torne menos assustador.

"Somente quando for cortada a última árvore, poluído o último rio, pescado o último peixe, é que o homem vai perceber que não se pode comer dinheiro."
Greenpeace

Esta é uma reflexão um pouco mais profunda sobre este artigo que escrevi anteriormente.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A Crise Hídrica Em Imagens

Sou fotógrafo profissional, e, faço um trabalho documental da cidade onde vivo e de suas cercanias. E nada melhor do que imagens para descrever a situação cada vez mais perigosa que estamos vivendo. Já estamos a mais de um ano sem chuvas significativas, e o racionamento de água na cidade é brutal. 
É por causa disso que temos que ter uma filosofia de vida sobrevivencialista...

Manancial seco

Canal seco

Plantações esturricadas pelo sol inclemente e falta de água


Fontes de água secas

Potes com água para enfrentar o racionamento nas casas mais pobres

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Não Espere Por Ajuda

Isso é mais um desabafo, diante da impotência de o cidadão comum tem em mudar qualquer coisa.

A melhor maneira de lidar com emergências é realizar ações preventivas, para que certos desastres nem tenham a chance de acontecer. É claro que, por melhor que seja um sistema preventivo, existem fatores que estão além do controle. Mas, mesmo assim, as chances de que problemas aconteçam são muito menores com prevenção.
Mas, o que vemos na administração das cidades desse país é que as palavras prevenção e planejamento só existem no dicionário. E quando medidas preventivas são tomadas (geralmente com muita propaganda, paga pelos contribuintes), são simplesmente ridículas. Um exemplo:

Todos os anos, durante as chuvas, em muitas cidades brasileiras acontecem desabamentos de encostas e morros, onde a população mais pobre constrói suas moradias, causando dezenas de mortes e prejuízos de toda espécie. Para prevenir este tipo de situação, bastaria haver fiscalização eficaz para que estas áreas não fossem ocupadas. Bastaria que houvesse planejamento (e claro, muita vontade política), para a construção de moradias para pessoas carentes em áreas mais adequadas e uma gradual desocupação das áreas de risco. Mas, a brilhante medida preventiva é instalar sirenes, que avisam a população em caso de perigo. E, em se tratando de serviço público dessa natureza, resta saber se esse monitoramento do perigo de desabamento é minimamente eficiente.

O que quero dizer com tudo isso é que, se não há interesse em prevenir situações perigosas, como será que as administrações das cidades lidarão com emergências?

Um exemplo de como se deve lidar com emergências foi a recente passagem do furacão Matthew pelos EUA. Dias antes, as cidades que poderiam ser atingidas já tinham evacuado milhares de pessoas para abrigos, com toda a estrutura necessária para recebê-las enquanto durasse o problema. Mesmo assim, 25 pessoas perderam a vida. Mas, o mesmo não se pode dizer do Haiti. Cerca de 1000 pessoas perderam a vida. Lá, até por causa da extrema pobreza de uma nação que ainda não se recuperou do terremoto de 2010, não há praticamente nenhuma ajuda governamental. Esta ajuda vem de fora do país, através da ONU e de seus Capacetes Azuis, além de ONGs e outras entidades filantrópicas.
Aqui no Brasil, apesar de estarmos entre as maiores economias do mundo, em termos de prevenção de tragédias e gerenciamento de crises, estamos mais para Haiti que para EUA. E, quando se fala nas regiões Norte e Nordeste, aí é que complica mesmo.

Estou dizendo tudo isso porque nós, aqui em Campina Grande, Paraíba, estamos prestes a ficar totalmente sem água, especialmente com as previsões climáticas nada animadoras para os próximos meses. A questão não é SE vai acontecer. A questão é QUANDO. E o que fazem as três esferas de poder para, ao menos elaborar algum sistema emergencial que possa abastecer a cidade? NADA! O Governo Federal anterior, que apostava na Transposição do Rio São Francisco para nos abastecer, atrasou  (MUITO) a obra. O atual parece não estar se empenhando para resolver o problema. E mesmo que estivesse, não é algo que se resolve da noite para o dia. O Governo Estadual põe a culpa na falta de liberação de recursos federais. Já a Prefeitura diz que o abastecimento de água é função do Estado. Ou seja, estamos num jogo de empurra, em que nada se resolve.

O que digo aos meus amigos mais próximos, que não são adeptos da filosofia sobrevivencialista é que:

NÃO CONTEM COM A AJUDA GOVERNAMENTAL DE NENHUMA ESPÉCIE NO QUE DIZ RESPEITO À ÁGUA.
Digo para todos estocarem água. Quem puder, que instale caixas, cisternas, que perfure poços. Quem não puder, que compre baldes, reservatórios. E que, se a situação ficar realmente ruim, que se preparem para tomar medidas drásticas, como sair da cidade.

E pensar que tudo isso não estaria acontecendo se obras relativamente baratas, como uma operação de dragagem no manancial que abastece a cidade, poderia ter evitado que chegássemos à este ponto...

Não espere por ajuda. Nunca. Em emergências localizadas ou em um possível cenário de crise global... Este tipo de situação descrita acima deve nos estimular a procurar a autossuficiência, ou pelo menos, diminuir a nossa dependência em relação ao sistema... Só assim sobreviveremos...

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Da Ficção à Realidade - Parte 2

E mais um artigo sobre catástrofes que já foram retratadas no cinema, e sua chance de se tornarem reais.

Guerra Nuclear

Como demonstrado nas explosões de armas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial, os efeitos de um ataque dessa natureza são realmente terríveis. A sobrevivência humana se tornou praticamente impossível nestes locais nos meses e anos seguintes ao evento, sem falar nas milhares de pessoas mortas, instantaneamente, ou décadas depois, pelos efeitos do calor extremo e da radiatividade. Depois deste lamentável ataque, estas armas não foram mais usadas em ataques, seja contra cidades, seja contra alvos militares. Porém, as condições reinantes após o fim do conflito fizeram com que EUA e URSS começassem uma corrida armamentista nuclear, que durou até o fim dos anos 1980. Neste intervalo, as armas foram desenvolvidas e adquiriram tamanho poder de destruição, que faria as bombas de 1945 parecerem foguinhos de São João. E, por algumas vezes, marcadamente na Crise dos Mísseis de Cuba, em 1963, estivemos muito próximos de um conflito atômico em escala global. As superpotências da época possuíam (e ainda possuem) milhares de artefatos nucleares. E diversos cientistas se dedicaram a estudar os efeitos de tal conflito, caso viesse a acontecer. Algumas das consequências seriam:

Destruição de toda a infra-estrutura de comunicações e abastecimento de energia do planeta:. As detonações nucleares gerariam pulsos eletromagnéticos, que certamente atingiriam toda a Terra (até porque EUA e Rússia detonariam bombas na órbita do planeta, para desabilitar os satélites do inimigo, mas que também causariam danos na superfície). Os pulsos eletromagnéticos tem o poder de sobrecarregar e destruir circuitos eletrônicos e redes de distribuição de energia.
Inverno nuclear: A quantidade de poeira e fumaça geradas tanto pelas explosões nucleares, como pelos incêndios ocasionados por elas, seriam tão grandes, que impediriam a passagem de luz solar por meses, ou até anos, resfriando violentamente o planeta. Desnecessário dizer o quanto isso afetaria a vida vegetal e animal...
Poeira radioativa: Carregada pelos ventos, a poeira pesadamente radioativa dos locais das explosões se espalharia por todo o planeta, em concentrações aleatórias. Alguns locais poderiam ser mais ou menos atingidos. Mas, isto certamente também seria um problema gravíssimo.

No meu artigo anterior, escrevi sobre a recente escalada de tensão entre EUA e Rússia, que poderia ser um estopim para um conflito nuclear. Mas, este tipo de coisa não seria vantajoso para nenhum deles. E é só por isso que eu acredito que as chances de algo assim acontecer são muito baixas.

Filmes: O Dia Seguinte (1983), Doutor Fantástico (1964)
Aqui, gostaria de deixar a sugestão de um livro que me impactou muito. O Dia da Guerra, de Withley Strieber (1984). Trata-se de uma viagem de exploração de dois amigos pelos EUA atingidos por um conflito nuclear limitado.

Ataques cibernéticos:

A internet, ou rede mundial de computadores, se transformou, nos últimos 30 anos, de uma ferramenta restrita à aplicações militares e científicas a algo que faz parte do cotidiano de boa parte dos habitantes do planeta e suporte para os mais diversos serviços. De transações financeiras à controle de tráfego aéreo, passando por distribuição de energia, logística, compra e venda de produtos, redes sociais, e-mails, estocagem de dados, entre outros, tudo é ligado, direta ou indiretamente à rede mundial de computadores. Sem falar na quantidade inacreditável de informação que circula pela rede, Os governos, as agências de segurança, as forças militares, todos fazem uso da rede para agilizar seus processos de trocas de dados.
E isso, claro, atrai a atenção de pessoas, grupos e governos interessados nas mais diversas ações. Desde desviar recursos financeiros para realizar desejos consumistas, até obter informações secretas das empresas e governos mais poderosos do mundo, são inúmeras as motivações por trás dos chamados hackers.
Antes de continuar, gostaria de esclarecer um ponto: A internet é a rede mais popular, a mais usada e a mais conhecida no mundo. Mas ela não é a única, Certamente os governos e agências de países mais desenvolvidos devem ter seus sistemas de rede de computadores, praticamente sem conexão com a internet. Mas isso não significa, nem de longe, que sejam totalmente seguros.
E difícil saber o quanto estamos vulneráveis à ataques cibernéticos  que poderiam afetar a nossa infra-estrutura aqui no Brasil. Alguns de nossos sistemas, como o de distribuição de energia elétrica são controlados em tempo real via internet. Mas, até hoje, não foi divulgada nenhuma tentativa de ataques dessa natureza. O que não significa que não tenham ocorrido.
Existem várias maneiras de se realizar ataques. Eis as principais:

Ataque de Negação de Serviço (DDoS):

O objetivo é tornar indisponível uma página ou serviço para o usuário final. Para efetuar o processo, os hackers precisam criar uma rede zumbi (BotNet), que inclui uma infinidade de computadores infectados de maneira que eles possam ser controlados por um host “mestre”. Quando o hacker escolhe o alvo, ele envia o IP para o mestre, que se encarrega de distribuí-lo por toda a rede zumbi. Essa rede pode incluir milhares de computadores que são responsáveis por sobrecarregar o alvo até que ele se torne indisponível.Por ter múltiplas fontes, o rastreamento e bloqueio desse tipo de ataque é bastante complicado.

Port Scanning Attack:

Essa é uma técnica bastante utilizada para encontrar fraquezas em um determinado servidor. Embora, casualmente, ela seja utilizada justamente pelos responsáveis pela segurança para encontrar vulnerabilidades no sistema, esses ataques normalmente estão relacionados ao uso de softwares maliciosos para que as brechas possam ser exploradas. Port Scanning Attack consiste em enviar uma mensagem para uma porta e esperar por uma resposta. O dado que for recebido, então, vai indicar ao hacker se aquela porta está disponível ou não, o que vai ajudá-lo a encontrar a melhor maneira de invadir tal servidor.

Softwares maliciosos:

Esses programas são normalmente desenvolvidos pelos hackers com o único objetivo de gerar destruição do alvo. 
Os vírus e worms normalmente se aderem a um sistema de forma que possam inviabilizar o uso de uma máquina ou de uma rede como um todo, e são normalmente disseminados por email ou ficam escondidos dentro de aplicações de interesse do usuário.Os Cavalos de Troia são parecidos, pois infectam o computador da mesma forma, mas normalmente não são responsáveis por criar defeitos no sistema. Na verdade, eles normalmente oferecem ao hacker o acesso ao computador vitimado, passando diversos tipos de informações
.

Ataques de força bruta:

Essa é a maneira mais famosa que existe para se quebrar senhas. Consiste em tentar todas as combinações possíveis até que o password seja encontrado. Porém, com o crescimento do tamanho das senhas, as combinações possíveis aumentam exponencialmente e, com isso, também aumenta o tempo necessário para serem decifradas.

Aparentemente, os ataques por aqui parecem ser motivados sobretudo com o intuito de ter retorno financeiro e pode ser considerada mínima a chance de algo que venha a prejudicar algum sistema crucial. Em relação à países desenvolvidos, não posso afirmar o mesmo. Imagino que, se vier a acontecer algo assim, não partirá de algum governo, pelo mesmo motivo de um conflito atômico ser bastante improvável. Um ataque cibernético que desabilitasse algum país desenvolvido seria devastador para a economia mundial e todos sairiam perdendo. Já não se pode dizer o mesmo em relação à grupos radicais ou terroristas, que visam principalmente o caos. 

Filmes: Duro de Matar 4.0 (2007), American Blackout (2013). Este último é um documentário da National Geographic muito interessante, que mostra os possíveis efeitos de um ataque cibernético à rede elétrica americana. 

Invasão Alienígena:

Existe o temor (inclusive de cientistas do quilate de Stephen Hawking) de que a chegada de possíveis extraterrestres à Terra seria extremamente danosa para nós. Eu gostaria de testemunhar um encontro assim, embora acredite que as chances de tal acontecimento durante o meu tempo restante de vida sejam muito baixas Mas, considerando que haja alguma chance de que isso possa acontecer num futuro próximo, eis alguns argumentos que, caso eles realmente chegassem, seriam realmente baixas as chances de eles nos prejudicarem intencionalmente. 
Em primeiro lugar, uma espécie que consiga viajar entre as estrelas, terá que dominar uma tecnologia que gerasse quantidades de energia extremamente elevadas. Se esta espécie conseguisse passar pelas etapas de desenvolvimento disso sem aniquilar a si mesma, a sua evolução não seria só tecnológica, mas também nos aspectos morais. Nós provavelmente não conseguiríamos, pois, mesmo sem pensar em uma guerra, estamos destruindo o planeta por causa de nossos desenvolvimento tecnológico, e não demorará muito para que comecemos a pagar o preço. 
Uma vez que esta espécie conseguisse chegar aqui, o que ela iria querer? Conquistar a Terra? Para que? Nos usar como escravos? Seríamos bastante ineficientes, pois provavelmente uma espécie dessas estaria apta a desenvolver ferramentas muito mais eficientes para as suas necessidades do que escravos Robôs, por exemplo. Tomar nossos recursos? Que recursos nós temos que não podem ser encontrados em outros locais, mesmo dentro de nosso sistema solar, Existe água em extrema abundância, seja em algumas luas de Júpiter e Saturno, seja nos próprios anéis saturnianos. Existem minérios de toda espécie, inclusive alguns muito raros aqui, nos milhares de corpos celestes do Sistema Solar. Talvez nossa diversidade de vida e de informações genéticas possa ter alguma utilidade para eles. Mas seria muito mais lógico e produtivo estabelecer uma relação pacífica e conseguir estes elementos, do que tomá-los à força. 
Alguns, como o próprio Hawking, alegam que a gritante diferença tecnológica poderiam criar uma situação análoga à que os colonizadores europeus criaram com os nativos americanos, em que o choque cultural foi gigantesco. Mas os europeus estavam à procura de novos locais de ocupação e novas riquezas, e usaram a sua vantagem tecnológica para eliminar a população americana nativa, que poderia se tornar um obstáculo. Esse não seria o caso de uma raça alienígena chegando á Terra. 
Mas... Posso estar enganado. Vai que um grupo de seres beligerantes conseguiu desenvolver tecnologia para viajar entre as estrelas e sair tocando o terror galáxia afora, simplesmente por diversão... 

Filmes: Guerra dos Mundos (1953 e 2005), Independence Day (1996), Invasão do Mundo:A Batalha de Los Angeles ( 2011)

Semana que vem, mais um artigo dessa série!

Boa Leitura!

sábado, 15 de outubro de 2016

A Terceira Guerra Mundial é Iminente?

Em diversos órgãos de imprensa mundial, fala-se que a terceira guerra mundial é iminente. De fato, há uma série de movimentações digamos, inquietantes.

Os russos estão instalando baterias de mísseis nucleares em Kaliningrado, situado entre a Polônia e a Lituânia, dois membros da OTAN, que é a aliança militar do Ocidente.
Vladmir Putin mandou que todos os oficiais militares russos que estavam fora do país regressassem à Rússia.
Em cidades como Moscou, aumenta-se a procura por abrigos anti-nucleares.
A Rússia intensificou os bombardeios sobre a Síria.
A OTAN realizou, justamente na Polônia, o maior exercício militar da história.
A Casa Branca acusa o Kremlin de interferir até na campanha eleitoral americana, através de ciberataques.
A recente tentativa de cessar-fogo na Síria, capitaneada por EUA e Rússia foi um fracasso. Neste fim de semana será feita uma nova tentativa para um novo cessar-fogo.
Os americanos planejam a instalação de escudos anti-mísseis na Europa, em Israel e em outras áreas, numa atitude que não é bem aceita pelos russos.

Mas, será mesmo que estamos à um passo de uma Terceira Guerra Mundial? Será que estamos correndo um risco de termos um conflito nuclear no mundo?

Embora tal possibilidade seja assustadora, ela é, na prática bastante remota. E por uma razão muito lógica. Mesmo se uma possível guerra entre os EUA e Rússia se limitasse às armas convencionais e ciberataques, ambos os países destruiriam suas economias, e as economias de seus principais parceiros comerciais. A guerra entre eles já existe, e com componentes claramente militares, como o que vemos na Síria, onde a Rússia quer que o atual governo continue, por ser seu aliado e mantém uma presença importante do país eslavo no Oriente Médio, preocupante para os principais aliados dos EUA na região. Estes, por sua vez, gostariam de ver o regime de Bashar al-Assad deposto, pois significaria um grande passo para a supremacia militar na região. Mas a verdade é que eles são concorrentes e parceiros comerciais, e que dependem muito um do outro, ainda que, muitas vezes, de forma indireta. Um exemplo:

Embora os EUA não precisem de gás natural russo, ele é essencial, pois é uma das principais fontes de energia para a Europa Ocidental, cujos países são grandes importadores de produtos americanos. Uma eventual interrupção neste abastecimento colocaria a Europa e os EUA em maus lençóis. E esta questão foi um dos motivos que geraram a Crise Ucraniana, em 2013, pois um acordo da Ucrânia com a União Europeia, iria diminuir a dependência energética em relação à Rússia. A Rússia, por sua vez, sofreria muito caso não conseguisse vender o seu gás à Europa.

Um fato que deve ser levado em consideração é que na Rússia, quaisquer atitudes que representem uma vitória comercial, ou pelo menos psicológica em relação aos EUA é muito bem vista pela população, especialmente pelos mais velhos, que desejam que o país volte aos tempos em que eram os protagonistas no cenário global. E imagino que este ponto de vista seja também o de Vladmir Putin, que foi membro da antiga KGB.
Mas, quem tem armas atômicas em seu poder, pode abusar da retórica, do tom de ameaças, como é o caso da muito menos perigosa Coreia do Norte. Kin Jong-un não vai atacar ninguém e sabe que não vai ser atacado. Simplesmente porque, mesmo que seja muito baixa a possibilidade de que este país possa lançar mísseis com ogivas atômicas, mesmo em direção ao seu vizinho mais próximo, a Coreia do Sul, ninguém quer correr o risco de um conflito armado na região, que poderia ser extremamente danoso à economia mundial, ou seja, danoso aos EUA, à Rússia, à China, entre outros.
No fim das contas, tudo não passa de um jogo, que envolve principalmente comércio (ou seja, dinheiro). Os americanos, os russos, os chineses, os europeus, os norte-coreanos, e muitos outros sabem que, no fim das contas, dependem extremamente da existência uns dos outros. Na eventualidade de um conflito entre EUA e Rússia, quem vencesse teria uma vitória de Pirro, ou seja, estariam (quase) tão ferrados quanto os perdedores. E os perdedores seriam todos os países do mundo.

Porém... É sempre bom ficar com um pé atrás em relação ao bom senso e à lógica humana. Afinal, o planeta esteve na iminência de ser destruído durante a Crise dos Mísseis de Cuba, nos anos 60...

É bom ficar bem atento, e torcer para que isso não passe de "rosnados"...

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Da Ficção à Realidade - Parte 1

Sempre gostei de filmes-catástrofe. Adoro aqueles filmes em que a Terra (ou seja, os EUA kkkkk) estão sendo ameaçados por diversos perigos. Do apocalipse zumbi, passando por asteroides, supervulcões, pandemias, invasões extraterrestres, tempestades solares, queda da Lua na Terra, terremotos, maremotos, furacões, estrelas de nêutrons, até um ataque hacker, assisto a todos, por mais toscos que sejam. Já ri muito com alguns, como um em que a Terra corre perigo por causa de criaturas que vivem na superfície do Sol! Mas outros tem uma base científica forte,e, embora sempre tenham exageros hollywoodianos, devem ser assistidos com bastante atenção.
Esses filmes nos fazem ter pensamentos sobrevivencialistas. E uma pergunta bastante interessante que deve ser feita por todos nós é:

Poderia a ficção se tornar realidade?

Vou aqui descrever algumas das tragédias que a Terra sofre nesses filmes, e sua possibilidade de se tornarem realidade. Mas, antes disso, gostaria de dizer que não sou o dono da verdade e que tudo o que escrevo é o resultado de meus conhecimentos de um leigo que ama ciência. 

Impacto de asteroides:

No nosso Sistema Solar, há um sem número de objetos, dos mais variados tamanhos, em um sem número de trajetórias. E, além de Plutão, há ainda mais objetos, no cinturão de Kuiper, que está além de Netuno, e na nuvem de Oort, bem além da órbita de Plutão. E ainda temos o cinturão de asteroides, situado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Com tanta coisa em movimento, em algum momento, algum dos planetas e satélites naturais podem ser vitimados por impactos desses objetos. A Lua é coberta por crateras de impactos. A Terra também seria assim se não houvesse o efeito da atmosfera. Mas, grandes impactos são relativamente raros. O mais recente, registrado no chamado Evento Tugunska, devastou centenas de quilômetros quadrados de florestas siberianas. Se este impacto tivesse acontecido 2 horas depois, Moscou não existiria e o curso da História seria mudado. Atualmente existem projetos de monitoramento dos céus, a procura deste tipo de ameaça. O mais famoso deles é o SkyGuard. Atualmente não há a menor possibilidade de um grande objeto nos atingir nas próximas décadas. Mas impactos como o que ocorreu na Rússia em 2013, mostram que há deficiências em se detectar objetos menores em rota de colisão com a Terra. Mas, podemos dormir relativamente tranquilos no que diz respeito à esse tipo de tragédia. 

Filmes: Armageddon (1998), Meteoro: O Futuro Está Em Jogo (2011)

Apocalipse zumbi:

Muito embora existam substâncias que possam deixar pessoas temporariamente fora de si, agindo como zumbis da vida real, como por exemplo, determinados tipos de drogas, um apocalipse zumbi jamais vai acontecer, como o descrito em filmes como Madrugada dos Mortos, ou séries como The Walking Dead. O zumbi não tem como existir. Se um corpo humano morto começasse a vagar à esmo por aí, na esperança de se alimentar dos vivos, ele rapidamente se decomporia. Sem sistema imunológico, sem sensibilidade, exalando um cheiro podre, os organismos decompositores, que vão de bactérias à urubus, fariam a festa. Alguns filmes pregam que um zumbi é vítima de uma infecção transmitida por mordidas ou contato com fluidos corporais de outros zumbis. Mas esta não é uma maneira eficiente de se propagar infecções. Decididamente, apocalipse zumbi não deveria ser uma fonte de preocupação. 

Filmes: Madrugada Dos Mortos (2004), Extermínio (2002) 

Supervulcões:

Existem cerca de 20 supervulcões na Terra. Todos estão adormecidos. O supervulcão de Yellowstone, cuja última erupção foi a mais de 600 mil anos, causou um impacto climático semelhante à queda de um grande asteroide. Até bem pouco tempo, supunha-se que os supervulcões dariam indícios de que estariam prestes à entrar em erupção, como por exemplo terremotos em suas imediações. Mas, estudos recentes indicam que estes indícios podem não aparecer e um supervulcão entraria em erupção tão repentinamente que nada poderia ser feito no que diz respeito à medidas preventivas. Mas, embora seja uma possibilidade aterradora, a chance de um supervulcão entrar em erupção é semelhante a da queda de um grande asteroide. 

Filmes: O Inferno de Dante (1997), Volcano (1997)

Pandemias:

A humanidade já sofreu com diversos surtos de doenças. Um dos mais recentes, e extremamente grave foi o surto de Gripe Espanhola, causada pelo vírus influenza, subtipo H1N1, que atingiu vários países do planeta em 1918, e vitimou entre 50 e 100 milhões de pessoas. Por falta de estatísticas confiáveis em muitos países, é provável que o número de vítimas possa ter sido ainda maior. Estima-se que a doença afetou cerca de metade da população mundial da época. Sua taxa de mortalidade se situava em torno de 7% dos infectados. Foi uma gigantesca tragédia, mas, a chance de uma pandemia se espalhar dessa maneira novamente é bem menor. Em primeiro lugar, a ciência avançou muito, na compreensão dos mecanismos de disseminação de doenças, e de agentes patogênicos. Os métodos de prevenção e combate à doenças estão mais avançados, embora ainda longe do ideal. Mas, por outro lado, o avanço científico, especialmente em áreas como a genética, pode, teoricamente, permitir que pessoas ou governos mal-intencionados desenvolva agentes patogênicos de fácil propagação, ou seja, armas biológicas. Não há casos comprovados de que tais armas estejam em desenvolvimento, especialmente devido aos tratados mundiais de proibição de armas biológicas. Mas, a Coréia do Norte está aí para provar que tratados podem ser desobedecidos. E, mesmo sem uma possível intervenção humana, algum agente patogênico extremamente perigoso pode surgir. A Natureza pode nos preparar surpresas desagradáveis.
Surtos de outras doenças extremamente mortais, como por exemplo o Ebola, surgem de tempos em tempos. Devido à sua extrema taxa de mortalidade, essas doenças acabam se limitando à áreas específicas, que são rapidamente isoladas. Órgãos como o Centro de Controle de Doenças, dos EUA, e a Organização Mundial da Saúde, mantém constante vigilância para impedir que surtos de doenças se espalhem. As pandemias são uma possibilidade real, assustadora. E mais provável que a queda de um asteroide ou um supervulcão. É sempre bom ficar de olho nas notícias à respeito de possíveis problemas envolvendo doenças. 

Filmes: Contágio (2011), Epidemia (1994)

Queda da Lua na Terra:

Eis uma possibilidade astronomicamente pequena. Na verdade, a Lua se afasta da Terra, à uma taxa de 3 centímetros por ano. E as forças para mudar este fato teriam que ser imensamente poderosas. E não há nada no espaço próximo capaz disso. Talvez, quem sabe, um corpo celeste, como uma estrela de neutrôns ou uma anã-branca pudesse alterar a órbita lunar de tal maneira que ela passasse a se aproximar da Terra até se chocar com o planeta. Mas é melhor não contar com isso...

Filmes: Impacto (2008)

Esta foi a primeira parte da análise de possíveis tragédias que vemos em filmes e que poderiam nos afetar. :) 

Boa leitura!