O Sol já passou pelo período de máxima atividade, que se repete a cada 11 anos. Nos últimos 12 meses, foram raras as grandes explosões que poderiam trazer problemas.
Porém, na semana passada, tivemos a maior tempestade geomagnética dos últimos anos. Auroras foram vistas até na Austrália, fato que não acontecia desde 2003. O que mais intriga os cientistas é que, ao contrário de eventos anteriores, as explosões registradas na semana passada e que ocasionaram esta surpreendente tempestade foram da classe C (explosões solares são classificadas, de acordo com sua magnitude em B, C, M, X e Mega). Um outro tipo de fenômeno solar, que é um rompimento de filamento também foi registrado. Os rompimentos de filamento tem uma capacidade muito menor de causar efeitos na Terra e, mesmo ocorrendo ao mesmo tempo que a mencionada explosão classe C, não causaria maiores problemas.
Então, porque esta tempestade foi tão intensa, a ponto de alguns países do Hemisfério Norte alertarem as companhias de geração e distribuição de energia elétrica, além de operadores de satélites em órbita da Terra sobre possíveis problemas?
Existem duas possibilidades. A primeira, é que ainda não se compreende totalmente como funciona o mecanismo de interação eletromagnética entre a Terra e o Sol. Não se sabe direito nem o motivo pelo qual ocorrem explosões solares. A segunda, e mais assustadora, é que o campo eletromagnético da Terra está enfraquecendo a uma taxa maior do que se supõe. Tal enfraquecimento já foi detectado em algumas áreas. Porém, segundo as análises, isto não seria um motivo para preocupações num futuro próximo. Existe o fato de que o campo eletromagnético da Terra passa por inversões periódicas a cada 250 mil anos. Mas a próxima inversão já está atrasada em 750 mil anos, e talvez já esteja na iminência de acontecer. Durante o processo de inversão, que pode durar algo entre dezenas e centenas de anos, há um enfraquecimento geral do campo.
A verdade é que tudo não passa de conjecturas. Devemos, enquanto sobrevivencialistas, ficar de olho e todo e qualquer fato que possa provocar situações de crise. E a interação entre Sol e Terra caracterizada pelos campos eletromagnéticos e explosões solares deve ser monitorada sempre.
segunda-feira, 23 de março de 2015
quarta-feira, 11 de março de 2015
Sobre Dólar e Crise Econômica
A conta não é essa:
US$ 1 = R$ 3,12.
É essa:
R$1 = US$ 0,32.
Há um ano, 1 real valia um pouco menos de US$ 0,48.
Em um ano, o real perdeu cerca de 33% de seu valor.
O problema é que boa parte dessa desvalorização ocorreu nas últimas semanas. Lendo as análises econômicas feitas no começo de 2015, os piores cenários previam o dólar a R$ 2,90. Se tomarmos a cotação do dólar como parâmetro para medir o desempenho da economia, estamos muito mais ferrados do que os pessimistas achavam que ficaríamos. E se isso também for verdade para outros parâmetros, como PIB e inflação?
Independente das questões políticas, temos que nos preparar para o que pode ser a maior crise pela qual este país já passou. Existe uma frase que relata bem a situação na qual nos encontramos:
Twice the pride, double the fall. (Quanto maior o orgulho, maior a queda).
Estávamos imensamente orgulhosos, com nosso crescimento sólido, com grandes obras e eventos, com a Petrobrás de vento em popa, com pré-sal, com diversas empresas se instalando aqui. A corrupção e a má administração, embora sempre presentes, com escândalos como o Mensalão, parecia não ser algo tão grave, a ponto de ter algum efeito na pujança.
Porém, com o enfraquecimento do crescimento econômico, as obras faraônicas superfaturadas e muitas vezes inúteis (como boa parte dos estádios da Copa), ou extremamente atrasadas, como a Transposição das Águas do Rio São Francisco, com a corrupção institucionalizada, cujo exemplo maior (mas não único) é a Petrobrás, os gastos governamentais elevados e sem controle, entre outros problemas, faz com que, agora, o país, entre numa trajetória descendente, e aparentemente, sem controle.
Problemas que deveriam ter sido resolvidos quando havia dinheiro de sobra para isso, como as questões hídrica e energética, foram sendo empurradas com a barriga e agora, justamente na hora em que, para tentar recuperar a economia exige-se corte de gastos, esses investimentos são mais necessários do que nunca. Sem um fornecimento adequado de energia e água, novas empresas e investimentos não são feitos. E sem investimentos e empresas, a economia não se recupera. E, ao não se recuperar, os necessários investimentos em infra-estrutura não podem ser feitos.
Imagine como ficará a população se o desemprego aumentar muito, se os auxílios governamentais forem extintos, se o real continuar a se desvalorizar e a inflação a subir. Voltaremos aos anos 80, só que com uma população muito maior e com falta de energia e água. Cenário de caos, certamente.
E se tomarmos como base a cotação do dólar, 2015 pode entrar para a história como o início da pior crise enfrentada pelo Brasil em sua história...
US$ 1 = R$ 3,12.
É essa:
R$1 = US$ 0,32.
Há um ano, 1 real valia um pouco menos de US$ 0,48.
Em um ano, o real perdeu cerca de 33% de seu valor.
O problema é que boa parte dessa desvalorização ocorreu nas últimas semanas. Lendo as análises econômicas feitas no começo de 2015, os piores cenários previam o dólar a R$ 2,90. Se tomarmos a cotação do dólar como parâmetro para medir o desempenho da economia, estamos muito mais ferrados do que os pessimistas achavam que ficaríamos. E se isso também for verdade para outros parâmetros, como PIB e inflação?
Independente das questões políticas, temos que nos preparar para o que pode ser a maior crise pela qual este país já passou. Existe uma frase que relata bem a situação na qual nos encontramos:
Twice the pride, double the fall. (Quanto maior o orgulho, maior a queda).
Estávamos imensamente orgulhosos, com nosso crescimento sólido, com grandes obras e eventos, com a Petrobrás de vento em popa, com pré-sal, com diversas empresas se instalando aqui. A corrupção e a má administração, embora sempre presentes, com escândalos como o Mensalão, parecia não ser algo tão grave, a ponto de ter algum efeito na pujança.
Porém, com o enfraquecimento do crescimento econômico, as obras faraônicas superfaturadas e muitas vezes inúteis (como boa parte dos estádios da Copa), ou extremamente atrasadas, como a Transposição das Águas do Rio São Francisco, com a corrupção institucionalizada, cujo exemplo maior (mas não único) é a Petrobrás, os gastos governamentais elevados e sem controle, entre outros problemas, faz com que, agora, o país, entre numa trajetória descendente, e aparentemente, sem controle.
Problemas que deveriam ter sido resolvidos quando havia dinheiro de sobra para isso, como as questões hídrica e energética, foram sendo empurradas com a barriga e agora, justamente na hora em que, para tentar recuperar a economia exige-se corte de gastos, esses investimentos são mais necessários do que nunca. Sem um fornecimento adequado de energia e água, novas empresas e investimentos não são feitos. E sem investimentos e empresas, a economia não se recupera. E, ao não se recuperar, os necessários investimentos em infra-estrutura não podem ser feitos.
Imagine como ficará a população se o desemprego aumentar muito, se os auxílios governamentais forem extintos, se o real continuar a se desvalorizar e a inflação a subir. Voltaremos aos anos 80, só que com uma população muito maior e com falta de energia e água. Cenário de caos, certamente.
E se tomarmos como base a cotação do dólar, 2015 pode entrar para a história como o início da pior crise enfrentada pelo Brasil em sua história...
domingo, 1 de março de 2015
Sobre Chuvas e Mídia
Um fato que me causa preocupação é como a mídia trata a questão climática no país. Vejam este mapa abaixo:
Este é o mapa de precipitação acumulada até 20 de Fevereiro, levando-se em conta apenas o ano de 2015. As áreas azuis mostram as regiões onde choveu acima da média histórica. E as áreas laranjas, onde choveu abaixo da média. Quanto mais forte a cor azul ou laranja, mais ou menos chuvas tivemos em relação à média histórica.
O grande foco de preocupação da mídia é a situação dos reservatórios de água das maiores e mais importantes cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro. Lá, choveu acima da média, a ponto de haver uma certa recuperação dos reservatórios. Na Região Norte, se fala muito sobre as cheias dos rios (que sobem por causa das chuvas nas regiões andinas, suas nascentes, mas que não significa necessariamente chuva sobre a Amazônia). Mas, o que a mídia NÃO destaca é que as regiões com quantidade de chuvas ABAIXO da média é muito grande. Áreas, aliás, nas quais estão dois dos maiores reservatórios de hidrelétricas do país. Furnas, com pouco mais de 12%, e Sobradinho, com pouco mais de 17% de sua capacidade de armazenamento, continuam com níveis perigosamente baixos. O governo já avisou que, se os níveis chegarem a 10%, provavelmente um racionamento de energia terá que ser adotado.
A mídia não parece estar se importando com o fato de que a quantidade de chuvas em boa parte do país está abaixo da média. Não parece se importar com as sérias consequências disso. O que vimos até agora em termos de crise hídrica pode não ser nada em relação à este mesmo período no próximo ano.
Aqui no Nordeste do país, é normal termos períodos de seca. Mas, pelo menos na região onde vivo, jamais vi algo semelhante à seca atual. Reservas de água consideradas perenes estão secas. No local onde faço as minhas preparações, a fonte de água, que mesmo nos anos mais secos, aguentou bem, desta vez não suportou e está praticamente seca. Perdemos muitas das árvores frutíferas, mesmo com irrigação. Não teremos, neste ano, produção de feijão-verde, maracujás, laranjas-baía...
E, conversando com outros companheiros, de outras áreas Brasil afora, boa parte me fala que jamais viram uma época com tão pouca chuva...
Acredito que o poder público tinha que aumentar, e muito, as campanhas de economia de água, desenvolver projetos de armazenamento e reciclagem, entre outras providências. Sem que boa parte da população se dê conta, estamos em uma situação cada vez mais preocupante. E isso tudo, num país que tem a maior reserva de água doce do mundo...
Este é o mapa de precipitação acumulada até 20 de Fevereiro, levando-se em conta apenas o ano de 2015. As áreas azuis mostram as regiões onde choveu acima da média histórica. E as áreas laranjas, onde choveu abaixo da média. Quanto mais forte a cor azul ou laranja, mais ou menos chuvas tivemos em relação à média histórica.
O grande foco de preocupação da mídia é a situação dos reservatórios de água das maiores e mais importantes cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro. Lá, choveu acima da média, a ponto de haver uma certa recuperação dos reservatórios. Na Região Norte, se fala muito sobre as cheias dos rios (que sobem por causa das chuvas nas regiões andinas, suas nascentes, mas que não significa necessariamente chuva sobre a Amazônia). Mas, o que a mídia NÃO destaca é que as regiões com quantidade de chuvas ABAIXO da média é muito grande. Áreas, aliás, nas quais estão dois dos maiores reservatórios de hidrelétricas do país. Furnas, com pouco mais de 12%, e Sobradinho, com pouco mais de 17% de sua capacidade de armazenamento, continuam com níveis perigosamente baixos. O governo já avisou que, se os níveis chegarem a 10%, provavelmente um racionamento de energia terá que ser adotado.
A mídia não parece estar se importando com o fato de que a quantidade de chuvas em boa parte do país está abaixo da média. Não parece se importar com as sérias consequências disso. O que vimos até agora em termos de crise hídrica pode não ser nada em relação à este mesmo período no próximo ano.
Aqui no Nordeste do país, é normal termos períodos de seca. Mas, pelo menos na região onde vivo, jamais vi algo semelhante à seca atual. Reservas de água consideradas perenes estão secas. No local onde faço as minhas preparações, a fonte de água, que mesmo nos anos mais secos, aguentou bem, desta vez não suportou e está praticamente seca. Perdemos muitas das árvores frutíferas, mesmo com irrigação. Não teremos, neste ano, produção de feijão-verde, maracujás, laranjas-baía...
E, conversando com outros companheiros, de outras áreas Brasil afora, boa parte me fala que jamais viram uma época com tão pouca chuva...
Acredito que o poder público tinha que aumentar, e muito, as campanhas de economia de água, desenvolver projetos de armazenamento e reciclagem, entre outras providências. Sem que boa parte da população se dê conta, estamos em uma situação cada vez mais preocupante. E isso tudo, num país que tem a maior reserva de água doce do mundo...
Assinar:
Postagens (Atom)