No fim do mês passado, dois eventos preocupantes vieram a tona. Nos EUA, uma espécie de gripe aviária fez com que aproximadamente 10% dos frangos do país tivessem que ser sacrificados. Tal acontecimento deixou vários setores produtivos em alerta. Dos fabricantes de alimentos aos laboratórios farmacêuticos. Além do frango, estes setores usam também os ovos para o feitio de seus produtos. E temem que suas criações de aves possam vir a ser afetadas. Tal fato já está tendo um impacto direto sobre o preço dos produtos aviários no país. Os ovos nas granjas chegaram a ter o seu preço triplicado.
No distante Cazaquistão, uma diarreia severa matou em poucos dias cerca de metade da população de um antílope chamado saiga. Não se sabe ainda o que causou esta mortandade, mas a possibilidade de que alguma espécie de vírus seja a responsável não está descartada.
Há anos se especula a possibilidade de transmissão de agentes patogênicos de outras espécies para o ser humano. Não parece ser o caso no atual surto de gripe aviária nos EUA, que é, por sinal, o maior da história. Mas, mesmo que não seja, só o fato de uma doença se alastrar de forma bombástica entre alguma espécie que nos serve de alimento é assustador. Assim como é assustador uma doença desconhecida dizimar rapidamente uma espécie selvagem.
No ano passado, o surto do vírus Ebola, em vários países africanos foi, de longe, o maior da história. O problema só não atingiu uma escala global porque o vírus ainda não está perfeitamente adaptado ao ser humano e, na maioria das vezes, ele mata o hospedeiro antes que este tenha tempo de contaminar outras pessoas. Mas, em algum momento no futuro, cepas de vírus mais adaptados ao ser humano, como o da gripe, podem se tornar terrivelmente mortais, por causa das inúmeras e imprevisíveis mutações aos quais estes se submetem.
A verdade é que, cada vez mais, ficamos mais vulneráveis à esse tipo de perigo. A população aumenta mais a cada ano. Aqui no Brasil, na maior parte das cidades, não há um sistema de saúde que funcione nem com a demanda que se tem em tempos normais. Imagine em caso de emergência médica. É cada vez mais fácil o transporte de pessoas e produtos pelo planeta. E, embora não se toque no assunto, certamente existem países e organizações que fazem pesquisas com microrganismos, seja para criar vacinas, seja para usá-los como armas.
Como sobrevivencialistas, devemos ficar sempre atentos a qualquer evento envolvendo grande mortandade de animais. Isso pode ser um sinal de problemas à vista.
Adendo: Dois dias após o autor deste blog fazer esta postagem, centenas de escolas e universidades na Coreia do Sul suspenderam suas atividades devido à um surto de MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), uma variante da SARS. Veja aqui a notícia.
Links:
Surto de gripe aviária nos EUA
Morte de antílopes no Cazaquistão
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