terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Deixados Para Trás...

Em primeiro lugar, gostaria de desejar a todos um 2017 cheio de realizações, saúde, paz e sucesso (e claro, um dinheirinho não faz mal, né?).

Começo o ano com um tema que deve angustiar a maioria dos sobrevivencialistas. Imagine a seguinte situação:

Durante um cenário de crise, você tem que deixar seu refúgio ou abrigo imediatamente, pois o local está seriamente ameaçado. Acontece que um de seus companheiros está ferido e o ferimento o impede de se locomover por conta própria. Você não possui um veículo no qual possa remover esta pessoa em segurança. O que você faria?
Se você ficar com a pessoa ferida, o risco de morte é de praticamente 100%.
Se você tentar levar a pessoa ferida com você, suas chances de escapar são nulas.
Se você for, e deixar a pessoa ferida para trás, a morte desta pessoa é certa, e talvez, por piedade, você mesmo tenha que dar o "golpe de misericórdia".

E se fosse você a pessoa ferida? O que você gostaria que fizessem?

Esta é uma possibilidade aterradora, mas totalmente verossímil.
Se usarmos a lógica fria, para garantir a própria sobrevivência e a dos demais elementos do grupo, o correto é deixar o ferido para trás, morto pelas suas próprias mãos, mesmo sabendo que, com algum tempo, ele poderia se recuperar totalmente. Ou, o ferido se sacrificaria para que os outros pudessem sobreviver.
Mas, somos criaturas emocionais. Quem teria, dentre nós, coragem para deixar um companheiro para trás, especialmente se existem fortes laços de amizade e companheirismo? Quem concordaria tranquilamente em ser deixado para trás e ter uma atitude heroica de dar cabo de sua própria vida, ou pedir para que um de seus companheiros o fazer?

Talvez eu esteja pintando um quadro feio demais. De repente, as pessoas que estariam ameaçando o abrigo não sejam tão cruéis assim. Talvez elas até cuidem do ferido até que ele se recupere o suficiente para ficar por conta própria e só então o expulsam do refúgio.
Mas, diante de todos os relatos que tenho lido sobre as reações das pessoas em situações de crise, eu não apostaria em atitudes altruístas. O quadro tem que ser pintado feio mesmo!
Afinal, em um cenário de crise, adultos roubam comida de crianças ou idosos, mesmo que para isso tenham que matá-las. Quando maior o desespero, mais drásticas e menos humanas serão as atitudes para sobreviver.

O verniz de civilidade da raça humana se descasca muito rápido, e o que tem por baixo é muito, muito feio...

Devemos portanto, pensar em formas de minimizarmos as chances de situações como a que descrevi acima acontecerem. Discrição, atenção e prevenção devem ser nossa forma de agir, mesmo nesses tempos "normais"!


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