Há algum tempo, economistas vem alertado sobre a lenta recuperação econômica mundial após a crise de 2008. Existe um comportamento dos gráficos econômicos relacionados à recessões chamado gráfico em W, em que após uma queda brusca (2008), acontece uma recuperação por algum tempo, seguida de outra queda ainda mais brusca. Segundo dados econômicos divulgados recentemente, estamos no limiar do período de crescimento e apontando para uma queda. O temor é que esta queda seja realmente muito profunda. Diversos fatores apontam para essa terrível possibilidade.
A perda de força do crescimento chinês está mais intensa do que se supunha. Por causa da queda de demanda chinesa, aliadas a políticas de destruição da concorrência dos países exportadores de petróleo, o preço deste produto está caindo acentuadamente. Esta semana, descobriu-se que os bancos da fortaleza econômica europeia, a Alemanha, tem títulos atrelados ao petróleo, uma situação análoga à que foi responsável por iniciar a crise da década passada. Claro que o petróleo não chega a ser algo tão "podre" como os títulos imobiliários da época. Mas a perda de valor em curto espaço de tempo é similar.
Durante a crise de 2008, o Brasil estava bem economicamente, e mesmo assim sentimos o baque. Mas, e se uma crise financeira realmente ganhar força lá fora? Agora, mesmo com as principais economias do mundo crescendo, o país já se encontra numa recessão que não era vista desde os anos 80. Se formos pegos por uma crise tão intensa quanto a de 8 anos atrás, estaremos em muito maus lençóis. E achar que a crise que aparentemente se avizinha vai ser igual a de 2008 é um tanto otimista.
Existem outros fatores que complicam ainda mais o cenário internacional, como a crise de refugiados, causada, entre outras coisas, pela guerra na Síria, um claro sinal de que há uma nova Guerra Fria em andamento, onde EUA e Rússia travam uma disputa bélica não declarada (há inclusive a participação direta da aviação da Rússia no conflito, onde ela ataca rebeldes contrários ao regime de Bashar Al-Asad que tem recebido apoio, ou seja, armas, do ocidente) da e pela ascensão do Estado Islâmico. Além disso, há novamente um aumento de tensão entre as Coreias, o que traz à tona um fantasma de um conflito armado na região e até mesmo uma ameaça nuclear. Além disso, há ainda a perene ameaça de um ataque terrorista à alguma grande cidade europeia ou americana.
Esta convergência de fatores é realmente assustadora. Tanto que o governo brasileiro já trabalha com um cenário de crise mundial ainda este ano.
Agora não é a hora de gastar dinheiro desnecessariamente. É hora de guardar dinheiro, de economizar. Este é com certeza um dos períodos mais cobertos de incertezas do século XXI. Estejamos preparados.